Em mais um movimento para tentar evitar brigas entre torcedores antes, durante e depois da final da Libertadores, em 27 de novembro, o governo uruguaio decidiu que as pessoas que estiverem nas caravanas das organizadas dos clubes brasileiros só poderão entrar no Uruguai se comprovarem que compraram ingresso para Palmeiras x Flamengo.



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A regra vale para as torcidas de Athletico-PR e Red Bull Bragantino, que dia 20 de novembro se enfrentam pela Sul-Americana, também em Montevidéu, mas o foco maior das autoridades uruguaias e da Conmebol é com o jogo de uma semana depois, pela Libertadores. Como mostrou o colunista do UOL Esporte Mauro Cezar Pereira, trocas de mensagens entre torcedores alertaram para o risco de confrontos no trajeto das caravanas das torcidas, do Rio e de São Paulo até Montevidéu, mas também no Uruguai principalmente com fãs do Peñarol, clube que teve disputas recentes contra Palmeiras e Flamengo.

Isso vale apenas para os torcedores que estiverem nas caravanas das torcidas organizadas, que serão monitoradas pelas autoridades. Torcedores que viajarem de avião, de carro ou ônibus por conta própria não precisarão comprovar que já adquiriram os ingressos.

A venda dos bilhetes reservados aos clubes, e que serão aqueles que os torcedores organizados comprarão, começou no início dessa semana, com o salgado preço de US$ 200 (R$ 1,1 mil). A coluna apurou que o valor alto, atrelado a uma burocracia para a compra (cada clube define como vender, mas há prioridade a sócios-torcedores e é preciso gerar um senha), vai diminuir o número de ônibus das uniformizadas que sairão de São Paulo e Rio rumo a Montevidéu. A Mancha Verde, por exemplo, esperava lotar 20 ônibus, mas apesar de ainda não ter um número fechado ele será bem inferior ao projetado inicialmente.

Além de proibir a entrada de torcedores sem ingresso, a polícia uruguaia checará antecedentes criminais na fronteira. Na semana passada o governo uruguaio recebeu uma lista com mais de 240 pessoas que estão proibidas de ver jogos de futebol no Brasil, por decisões judiciais, depois de se envolverem em algum tipo de confusão dentro ou fora dos estádios.

Foi decidido também que as caravanas de palmeirenses e de flamenguistas entrarão no Uruguai em locais diferentes da fronteira — ainda ocorrerá a definição dos pontos exatos. Haverá escolta por todo o trajeto, desde o ponto de partida, primeiro de policiais brasileiros, depois de uruguaios, e já em Montevidéu cada torcida terá um ponto de concentração diferente, distante alguns quilômetros, que ainda será divulgado pelo governo do país-sede.

Se houver brigas entre torcedores do Flamengo e do Palmeiras os clubes correm o risco de punição pela Comissão de Disciplina da Conmebol, apesar de a segurança da partida de 27 de novembro ser de responsabilidade da confederação.

Segundo o artigo 9 do Código de Disciplina da Conmebol, "as associações membros e os clubes são responsáveis pelo comportamento de seus jogadores, oficiais, membros, público presente, torcedores, assim como qualquer outra pessoa que exerça ou possa exercer algo em seu nome". Mesmo se a confusão ocorrer no deslocamento entre as torcidas, a quilômetros de Montevidéu, o artigo 9 poderia ser aplicado porque entraria no quesito de que a viagem se encaixa como parte da organização do jogo.

A punição é variável e depende da gravidade do ocorrido. Uma multa, por exemplo, vai de US$ 100 a US$ 400 mil e as sanções esportivas podem ir desde jogar com portões fechados um número determinado de partidas até a proibição de disputar uma competição futura —normalmente investigações por briga de torcedores resultam em portões fechados e multa.



Na segunda-feira (25), os presidentes de Palmeiras e Flamengo acertaram que realizarão campanhas contra a violência com seus torcedores, com foco nas organizadas que viajarão de ônibus para o Uruguai.






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