Os atos racistas em sequência de torcedores em jogos de suas competições começam a incomodar a cúpula da Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) e há movimentação interna por providências. Num primeiro momento a ideia é tentar colocar em prática uma determinação da Fifa, chamada de "três passos contra a discriminação". O jogo pode ser até suspenso pelo árbitro se necessário.
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Em 2019, a federação internacional criou um passo a passo a ser seguido pela equipe de arbitragem em caso de manifestações racistas de torcedores: no primeiro, o jogo é paralisado e avisos nos telões e alto-falantes pedem para a torcida parar com as ofensas; no segundo, a partida para novamente, mas por mais tempo e os jogadores descem aos vestiários — novos avisos são dados. Caso não cessem, o terceiro passo é encerrar definitivamente o confronto, o suspendendo independentemente dos minutos jogados.
Há consciência entre o membros da confederação de que não será fácil para a equipe de arbitragem e funcionários da entidade presentes nos estádios identificarem atos racistas isolados — o conceito da Fifa prevê manifestações maiores, como um grupo de pessoas cantando temas xenófobos, comum na Europa. Mas a orientação será de ter atenção redobrada nas arquibancadas.
Os clubes serão orientados a que jogadores e membros da comissão técnica e da direção comuniquem à arbitragem ou ao delegado da partida caso notem atos racistas. A paralisação do jogo ocorrerá se algo for notado e o protocolo da Fifa será seguido.
Nessa concepção, a ideia é que haja a identificação do racista e que as autoridades possam atuar, seguindo as leis de cada país. Foi o que ocorreu em um dos casos recentes, na terça-feira (25), quando um torcedor do Boca Juniors foi detido pela polícia após imitar macaco na Neo Química Arena durante jogo contra o Corinthians, pela Libertadores.
Ele pagou fiança e foi solto no dia seguinte. O River Plate puniu um torcedor que foi flagrado atirando uma banana contra torcedores do Fortaleza em partida da segunda rodada da fase de grupos da Libertadores. Esse caso está sendo analisado pelo Comitê de Disciplina da Conmebol e o River pode ser multado em no mínimo US$ 30 mil, punição praxe do tribunal nesses casos.
Nesta quinta-feira imagens divulgadas nas redes sociais do Flamengo flagraram um torcedor da Universidad Católica (CHI) imitando macaco. Houve relato de ato racista também no Equador em partida dessa semana do Palmeiras contra o Emelec.
Se algum jogo chegar ao ponto de ser suspenso definitivamente por atos discriminatórios aumentam as chances do tribunal impor punições esportivas, como perda de mando ou de pontos.
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