Agora é oficial: Ney Franco não é mais o técnico do Flamengo! A já prevista demissão do comandante aconteceu na tarde desta terça-feira e, embora não tenha sido surpresa, o mesmo não pode se dizer de seu substituto, Vanderlei Luxemburgo.

Considerado uma carta fora do baralho há tempos dentre os grandes clubes do futebol brasileiro, o outrora moderno treinador foi anunciado na Gávea para a ingrata missão de livrar a equipe da ameaça do rebaixamento.

Seu último trabalho foi em novembro do ano passado, à frente do Fluminense, clube que Luxemburgo deixou na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro, mas ao que parece isso não pesou muita na consensual decisão tomada pela alta cúpula rubro-negra. A seu favor, o treinador tem um currículo recheado de títulos e com passagens por Real Madrid e seleção brasileira.

Passado glorioso contrasta com presente sem brilho

Gávea e Luxemburgo têm muito mais em comum do que a atual relação empregatícia . Foi vestindo o manto sagrado que o então lateral esquerdo despontou para o futebol na década de 1970 e passou a maior parte de sua carreira dentro das quatro linhas. O Flamengo também foi o primeiro clube grande que lhe abriu as portas como treinador, em 1992, após uma bela passagem pelo Bragantino.

Atualmente, os dois buscam apoio um no outro para, reforçado por um passado glorioso, tentar o sucesso em um presente cada vez mais sem brilho. Luxemburgo assume o clube em seu pior momento na história dos pontos corridos e tem a obrigação de tirá-lo do buraco.

Apoio para o novo desafio

Para esse novo desafio, Luxa trouxe como auxiliar Deivid, atacante que já passou pela Gávea sob o seu comando, e que agora retorna para ajudá-lo nesta empreitada. Com apenas 34 anos de idade, o ex-jogador encerrou sua carreira após sair do Coritiba e ter seu acerto com o Botafogo frustrado. Desde lá, fez um curso para ser técnico e inicia seu período de aprendizado ao lado de um de seus grandes mestres.

Dentro de campo, no entanto, Deivid deixou a desejar com a camisa do Flamengo (embora tenha marcado 31 em gols em 94 partidas), o que já compromete a expectativa em torna de um bom rendimento na nova função.

Os últimos resultados de Luxemburgo nos números.

De 2010 para cá, Luxemburgo dirigiu Atlético-MG (2010), Flamengo (2010-2012), Grêmio (2012-2013) e Fluminense (2013), conquistou 2 títulos (Mineiro, 2010, e Carioca, 2011), mas não fez nenhum grande trabalho.

Pelo Galo, foram 53 partidas, 22 vitórias, 12 empates e 19 derrotas, gerando um aproveitamento de 52,8%. Em sua última passagem pelo Flamengo, o aproveitamento foi maior, em torno de 60% (73 jogos, 35 vitórias, 27 empates e 11 derrotas), mas assim como no Grêmio, clube em que obteve quase 65% de rendimento (91 jogos, 52 vitórias, 21 empates e 18 derrotas), não deixou saudades quando saiu.

Seu último emprego foi comandando o Fluminense, mas as lembranças não são nada agradáveis, tais quais os números (38% de aproveitamento – 26 jogos, 7 vitórias, 9 empates e 10 derrotas), que o fizeram ser demitido com a equipe à beira do rebaixamento.

O que esperar desta vez?

É justamente para fazer o que não fez no ano passado que Luxemburgo foi chamado. Livrar o Flamengo da degola é a sua missão, mas o cenário não é nada favorável. Desta vez, ele não terá um elenco milionário nas mãos e sim um apanhado de jogadores de nível contestável, um clube com graves problemas financeiros e uma diretoria que espera que ele apague um incêndio que não iniciou.

Pelo currículo, Luxemburgo é capaz de cumprir o objetivo, contudo, o passado mais recente indica que não se pode esperar grandes coisas.