Vanderlei Luxemburgo em sua apresentação ao Flamengo, nesta quinta-feira

Vanderlei Luxemburgo, oficialmente, voltou. Nesta quinta-feira, o treinador vestiu o uniforme, foi a campo e assumiu o comando do Flamengo pela quarta vez na carreira. Como na última passagem, o treino teve sua primeira parte fechada. Apenas 1h30 após o início, a atividade foi liberada.

No campo 3 do CT rubro-negro, Vanderlei conversava com o presidente, Eduardo Bandeira de Mello, e o diretor geral do clube, Fred Luz. Antônio Mello, preparador físico e braço direito do técnico, comandava uma atividade. Deivid, ex-jogador e auxiliar. Ao chegar à sala de imprensa, um contêiner instalado a seu pedido ainda em 2010, ele brincou:

"Essa sala aqui eu ajudei a colocar. Na outra vez (apresentação) foi na chuva. Agora tá mais apertada, tem de mandar aumentar isso aí"

Vanderlei voltou leve. Sorridente, mas ao velho estilo, contundente e sabendo compor. Sem fugir, ele disse não se arrepender de ter votado em Patricia Amorim, rival do atual presidente, Eduardo Bandeira de Mello, nas eleições rubro-negras em 2012. o técnico mostrou aceitar a ideia de treinar na Gávea, algo impensável para ele em 2010, deu força ao elenco e garantiu que decisões tomadas antes de sua chegada, como a rescisão do lateral-esquerdo André Santos, não serão revistas por ele. Confira os melhores trechos da apresentação.

RETORNO

Não é convite, é convocação. Todo mundo sabe que sou rubro-nebro e profissionalmente é uma oportunidade muito boa. Eu estava com a família, viajando, conversando com técnicos para ver o que estava acontecendo, trabalhei como comentarista. Tive sondagens e propostas nesse tempo todo que fiquei parado, mas queria ficar com a família. O futebol coloca a gente distante. Agora chegou a hora de se colocar no mercado. Teve a proposta para voltar a achei muito bom.


CAMPANHA RUIM DA EQUIPE

Agora fica para trás. Mas acompanhei o Flamengo como sou atento ao futebol e sou torcedor do clube. Vamos buscar o objetivo do Flamengo. Não gosto de discutir o para trás. Quero discutir o daqui para frente. Futebol te ofusca muito quando você está na derrota. Dificilmente consegue ver coisa boa. Aí você esquece das coisas boas que fez e do que pode acontecer. é hora difícil, de comprometimento, sacrifício. É hora de ver possibilidades boas, Sul-Americana, ver para frente. Flamengo é isso. O elenco é fraco? A gente já viu tanta coisa no futebol, diziam que era fraco, mas chegou conquistou. É esse elenco que vamos trabalhar.

PENSAR GRANDE

Naquela época (em 2010) falavam dez ou 11 rodadas. Agora faltam 27. Situação é diferente. Conseguimos tirar, ficamos oito meses invictos e fomos para a Copa Libertadores. É um objetivo que o Flamengo tem de pensar. O Flamengo tem de estar inserido na elite do do futebol sul-americano. E nesse contexto está a Libertadores.

ÚLTIMA PASSAGEM COM PROBLEMAS

Comentar o passado é complicado. O trabalho foi bom, vocês sabem o que aconteceu, foi noticiado. Agora é um outro momento. Tenho contrato até o final do ano que vem, que é uma coisa boa para desenvolver trabalho, com planejamento. É deixar tudo para trás.

APOIO A PATRICIA AMORIM NA ELEIÇÃO

Quero contribuir com a minha capacidade. Votei na Patricia (Amorim, ex-presidente) e não me arrependo. Estamos num país democrático. Não é porque votei na Patricia que não vou trabalhar agora. Bandeira e seu grupo estão fazendo uma boa administração no futebol. Eles demonstraram sensibilidade para entender que voto é voto e profissionalismo é outra história. Quando estava com a Patricia era 100% Patricia, agora é 100% Bandeira. Meu trabalho é para defender aqui. Fiquei com orgulho só de contribuir como CT não só no Flamengo, mas no Atlético-MG, no Santos, no Corinthians. Posso contribuir, dar sequência, não com a Patricia, que é minha amiga e ainda nos falamos, mas com o Bandeira e seus pares. Quero que entendam que vim para contribuir com a nossa capacidade.