Nova diretoria do Fla ignora austeridade e repete anteriores

25/7/2014 12:30

Nova diretoria do Fla ignora austeridade e repete anteriores

Nova diretoria do Fla ignora austeridade e repete anteriores
Quando assumiu o Flamengo, o presidente Eduardo Bandeira de Mello, que veio do mundo executivo do BNDES, trouxe uma nova filosofia de trabalho. O foco era a parte financeira. A austeridade, palavra muito usada pelos novos dirigentes, era tida como o norte do leme do barco rubro-negro para fugir da maré alta das dívidas.

Arrumar a área financeira, mesmo que tivesse que cortar na própria carne, era o objetivo da nova diretoria, que criticava a política adotada pelas anteriores, que aumentaram o passivo com demissões e trocas.

No entanto, 19 meses depois de assumir o comando, Eduardo Bandeira e seus pares mostram que estão atrelados aos hábitos anteriores. O comando técnico, por exemplo, é uma demonstração clara que o futebol não permite trabalho a longo prazo.

Quando assumiram, os novos dirigentes tinham Dorival Junior, contratado pela diretoria anterior, como técnico da equipe. O contrato do treinador previa um aumento salarial em maio de 2013. No entanto, em março, o técnico foi demitido sob a alegação de que não havia "acordo satisfatório para ambas as partes” (conforme trecho da nota oficial emitida à época)

"Depois de dois meses de conversas com o objetivo de repactuar os termos do contrato firmado ano passado, o Flamengo e o técnico Dorival Júnior, apesar de terem evoluído nas negociações, não conseguiram chegar a um acordo final satisfatório para ambas as partes. Com isso, o clube optou pela saída do treinador", informou o Flamengo.

Jorginho, ex-lateral do Flamengo e da Seleção Brasileira e auxiliar do técnico Dunga na Copa de 2010, virou a solução no dia 17 de março. Bastaram 14 jogos, com sete vitórias, quatro empates e três derrotas, em menos de três meses de trabalho, para a experiência de treinador chegar ao fim. Resultado: pagamento da multa de R$ 200 mil (um mês de contrato).

Mano Menezes era a aposta para o trabalho a longo prazo, algo desejado pela diretoria desde o início do mandato. Com a chegada do treinador, a austeridade financeira foi colocada para escanteio. Se o que afastou Dorival Junior foi a parte financeira, o cofre precisou ser aberto para receber Mano.

Com salário de R$ 400 mil, o encanto com o treinador, que pouco antes saíra da CBF, acabou em três meses. Só que desta vez, Mano pediu para ir embora.

“Tomei essa decisão difícil e inédita na minha carreira, mas julgo ser a mais correta neste momento para que o Flamengo trilhe outro caminho que não seja esse, mais perto da zona de rebaixamento do que na parte de cima da tabela”, comunicou o treinador, que comandou o time 22 jogos, com nove vitórias, seis empates e sete derrotas, deixando o time na 15ª posição no Brasileiro.

Pega de surpresa, a diretoria tentou encontrar soluções imediatas, mas as portas dos grandes treinadores pareciam fechadas para o Flamengo. Abel Braga, que estava sem clube, não aceitou o convite. Outros nomes foram sondados, mas a solução estava dentro de casa: Jayme de Almeida.

Cria do clube e auxiliar permanente, Jayme assumiu, conquistou a Copa do Brasil, o Campeonato Estadual de 2014, mas não suportou mais do que oito meses no comando da equipe. A informação vazou antes de o profissional ser comunicado da decisão. No fim do dia, uma nota oficial agradecia os “serviços prestados” de Jayme e do diretor executivo Paulo Pelaipe, que também deixava o clube.

“Apesar das importantíssimas conquistas dos últimos 9 meses - como a Copa do Brasil, a Taça Guanabara e o Campeonato Carioca - vemos que chegou a hora da implantação de uma nova etapa, já prevista anteriormente no plano de trabalho elaborado pelo Conselho Diretor do Flamengo. Com as medidas tomadas, o Conselho Diretor do Flamengo olha para o futuro do futebol rubro-negro, aprofundando ações de profissionalização dos processos pedagógicos e administrativos de todo o futebol do clube, desde as divisões de base até o elenco profissional”.

E o futuro reservava o reencontro com o passado: Ney Franco. Campeão da Copa do Brasil em 2006, e do Estadual, em 2007, o mineiro de Vargem Alegre assumiu com o mesmo salário de Mano Menezes. Foram dois meses de trabalho e sete jogos sem vencer, mesmo com um mês de trabalho durante a Copa do Mundo.

Entra em campo a velha política da troca das cadeiras em busca de satisfação aos torcedores e dirigentes atuantes (leia-se: ex-presidentes). Ney Franco foi demitido e Vanderlei Luxemburgo voltou ao clube para a quarta passagem. Com salário mais “modesto”, ele assinou até dezembro de 2015 para receber R$ 350 mil, menos que os anteriores e metade do que recebeu entre 2010 e 2012.

Dentro de campo, as apostas erradas também geraram inflação na folha salarial. O maior exemplo foi o meia Carlos Eduardo. Contrato ao Rubin Kazan, da Rússia, por 18 meses, ele recebia R$ 550 mil por mês e atuou apenas em 49 partidas, marcando apenas um gol.

A rescisão do camisa 10, que um dia foi de Dida e Zico, aconteceu neste ano, mas o pagamento parcelas de R$ 136 mil para quitar os débitos contraídos pela atual gestão durante os 18 meses de contrato.

Dos 24 jogadores contratados pela atual diretoria, oito já foram embora e André Santos, que pode ser o nono, negocia a rescisão. A folha salarial do Flamengo é de R$ 9 milhões e está em atraso. Os contratos de imagens não são pagos desde fevereiro.

A solução viria das receitas de patrocínio, mas a Caixa Econômica Federal, banco do Governo, está retida. O Banco Central incluiu o clube no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (Cadin) por irregularidades no registro dos valores de negociações internacionais, no período entre 1990 e 1998, totalizando um débito de R$ 38 milhões.

Este valor pode chagar a R$ 80 milhões com os juros. Com isso, o banco, por ser uma instituição pública, não está repassando o valor mensal de R$ 2 milhões.

Enquanto busca soluções, pares da diretoria tentam indicar um caminho. Só que a palavra austeridade não faz parte do dicionário do ex-presidente Kleber Leite, um eterno sonhador e que aumentou a dívida do clube na sua gestão.

A última cartada seria a contratação do atacante Robinho, do Milan, com salário de R$ 900 mil, através de uma “engenharia financeira” capaz de aumentar a folha para R$ 10 milhões.

Definitivamente, a atual diretoria mantém o hábito das anteriores. Gastar é sempre o melhor remédio para curar a ressaca dos maus resultados.

932 visitas - Fonte: Terra


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