Maracanã recebeu bom público para o jogo entre Flamengo e Atlético-MG Foto: André Mourão

Rio - A torcida do Flamengo tem quebrado a lógica da diretoria, que prefere estádios vazios e ingressos caros a lotar a casa com preços convidativos. O valor mínimo dos ingressos caiu de R$ 60 para R$ 40, e a média de público pagante e de renda deu um salto: de 19.350 a 40.782 e de R$ 223.242,87 a R$ 333.331,52, respectivamente. O lucro maior, porém, está estampado na tabela de classificação do Brasileiro, embora o clube não prometa continuar com a mesma política até o fim do campeonato.

“A torcida foi fantástica, do jeito que nós conhecemos. Eles estão entendendo que a equipe não é tecnicamente como queríamos, mas é aguerrida, bota o rabo no chão. Eles compraram a ideia, vieram o tempo todo com a equipe. Foram o nosso centroavante”, disse Vanderlei Luxemburgo, após a vitória de anteontem sobre o Atlético-MG por 2 a 1.

Segundo a diretoria, a definição do preço dos ingressos é feita antes de cada jogo. Além disso, afirma precisar de um universo maior de partidas para analisar os dados. A matemática, porém, mostra, em números, que vale a pena chamar o povo ao estádio.

Em dois jogos no Maracanã com os preços mais altos, o Flamengo venceu o Palmeiras, hoje lanterna da competição, por 4 a 2, mas levou 2 a 0 do São Paulo. No primeiro caso, 17.493 torcedores pagaram para assistir ao jogo, e, no segundo, 21.207. Após as duas partidas, na terceira e na quinta rodadas, o Rubro-Negro ocupava a 16ª colocação no Brasileiro, à beira da zona de rebaixamento.

A situação se agravou. Vanderlei assumiu o time na lanterna, às vésperas do jogo contra o Botafogo, primeiro da nova política de preços. Nas três vezes em que atuou no Maracanã nessas condições, venceu o Alvinegro e o Sport (1 a 0) e o Galo (2 a 1). A equipe, que também ganhou do Coritiba, no Couto Pereira, escalou para a 13ª posição.

O Flamengo volta a jogar no Maracanã em 3 de setembro, contra Coritiba, pela Copa do Brasil, competição que não é prioridade este ano na Gávea. Pelo Brasileiro, retorna ao estádio dia 9 de setembro, diante do Grêmio. Antes, pega Criciúma e Vitória, fora de casa. Se vencer as duas, pode chegar em situação bem mais confortável para enfrentar o Tricolor Gaúcho. Resta saber se os preços vão subir como o time tem feito na tabela.

DIRETORIA LIGA ALERTA E TEME CALOTE ÁRABE

A diretoria do Flamengo está em alerta. O prazo acertado com o Al Nassr para o pagamento da primeira parcela do valor combinado pela contratação de Hernane se aproxima do fim. Os dirigentes cariocas temem o calote, já que até Elton, recém-contratado pelo Rubro-Negro, teve problemas com salários atrasados no time da Arábia Saudita.

Numa consulta a advogados, a diretoria rubro-negra foi orientada a primeiro esperar o vencimento da parcela antes de tomar qualquer medida. Caso atrase, há sanções previstas em contrato, como multas. Uma ação na Fifa e o retorno do Brocador também não estão descartados.

Por enquanto, foi feita apenas uma notificação administrativa à Fifa, o que é praxe em negociações internacionais, segundo pessoas ligadas à diretoria do Flamengo. A parcela que está para vencer é de R$ 6 milhões. A segunda, de R$ 1 milhão, quitará a dívida.