OFF- Lembra dele? Magno lembra seu dia de

14/9/2014 08:46

OFF- Lembra dele? Magno lembra seu dia de

Autor balançar a rede três vezes numa goleada sobre o Timão, há 20 anos, no Maracanã, ex-atacante do Fla ganhou o apelido do locutor José Carlos Araújo

OFF- Lembra dele? Magno lembra seu dia de
Magno, ao centro, corre para comemorar mais um gol contra o Corinthians (Foto: Otávio Magalhães / Agência estado)

"Ro-ro-Romagno". José Carlos Araújo, o Garotinho, à época empunhando o microfone da Rádio Globo, misturou o nome do jovem Magno ao de Romário, que um mês antes havia sido o protagonista do Brasil na conquista do tetra mundial. E o ex-jogador não se separa até hoje do dia em que o apelido foi cunhado: 28 de agosto de 1994. Pressionado por dois resultados ruins, o Flamengo recebia um Corinthians ainda invicto naquele Campeonato Brasileiro. O adversário tinha o tetracampeão Viola, mas o dia foi de Magno, então com apenas 20 anos. Três gols, todos com a marca do Baixinho, seu ídolo. Nos dois primeiros, frieza e oportunismo. O último fez lembrar Romário por causa arrancada iniciada no círculo central e terminada na comemoração com a torcida.

– Foi a principal partida do início da minha carreira. O Brasil inteiro viu aquele jogo, ficou me conhecendo, tanto eu quanto o Sávio, Hugo, Gelson Baresi, Índio... Foi um jogo muito importante não só para mim, mas para todos que participaram dele. Enfrentar o Corinthians é sempre complicado, e não é toda hora que alguém consegue marcar três gols numa só partida – recorda.

O neologismo criado por Garotinho enche até hoje o curitibano Magno de orgulho. A fama permitiu-lhe, inclusive, fazer surpresa inimaginável para o catarinense Carlos Cassol, seu vizinho em Canoas, cidade localizada na região metropolitana de Porto Alegre e onde o ex-atleta reside atualmente.

– Foi gostoso, legal, porque o Romário era meu ídolo, sempre o admirei. Foi uma honra ser chamado de "Romagno". Quando cheguei ao Grêmio, era todo mundo falando "Romagno", "Magnum 44", aquela pistola (risos), mas eu dizia: "Gente, Romário é um só" (risos). Muito difícil ser igual a ele, um dos maiores jogadores do mundo em todos os tempos. (O apelido) marcou muito, e me chamam assim até hoje. Aí vim morar num condomínio novo, e meu vizinho é flamenguista roxo. Fez aniversário no domingo passado, e dei uma camisa do Flamengo de quando eu jogava. O cara é catarinense e mora aqui no Rio Grande do Sul. Imagina a surpresa para ele – diverte-se.

Recortes de jornais do feito conquistado há 20 anos fazem Magno recordar um dia mágico (Foto: Reprodução)

Magno voltou a balançar a rede corintiana em jogo que encerrou a participação rubro-negra naquela competição – o Rubro-Negro venceu por 2 a 0, dia 27 de novembro, no Caio Martins. Os quatro gols feitos diante do rival o elevaram à condição de artilheiro do confronto em jogos válidos pelo Brasileirão, posto que divide com Zico, Marcelinho Carioca e Liedson.

– Nunca imaginei, nem sabia disso. É engraçado saber que o Zico fez a mesma quantidade de gols que eu, o Liedson também. É uma honra, mas ninguém é igual ao Galinho.

Outro apelido nascido no Brasileiro de 1994, porém que não ganhou força foi "Casal 20", atribuído à dupla formada por Magno e Sávio, ambos com 20 anos à época.

– Depois daquele jogo passaram a nos chamar assim. Eu e ele fomos as revelações daquele Brasileiro, ao lado de Marques e Souza, do Corinthians, e Amoroso e Luizão, do Guarani. Foi muito bom, apareci para o cenário nacional.


Mas o "casal" terminou num abrupto divórcio, motivado justamente por quem inspirou Romagno. Romário chegou à Gávea em janeiro, mesmo período no qual o atacante Mazinho desembarcou no Rio de Janeiro. As chances tornaram-se escassas, e o Grêmio virou opção.

– Foi mudada a presidência. Era o (Luiz Augusto) Veloso, depois veio Kleber Leite, que adotou a política de trazer vários jogadores de nome, consagrados, e um deles era o Romário. Já tinha o Mazinho, trouxeram o Edmundo e ainda havia o Sávio em fase muito boa. Na minha posição, eram três jogadores e mais o Mazinho, então seria muito difícil ficar. Tinha proposta de São Paulo, Corinthians e Grêmio, por isso saí. O Grêmio iria jogar a Libertadores daquele ano. Fui e ganhei experiência – explica Magno, esquecendo que Edmundo só chegou ao clube depois de ele ter sido emprestado ao Tricolor gaúcho.

Magno na cervejinha com os ex-gremistas Arilson, Carlos Miguel, Dinho e Paulo Nunes. Ele reencontra os amigos frequentemente no Rio Grande do Sul e disputa jogos em times masters do Tricolor gaúcho (Foto: Arquivo Pessoal)

A ida ao Grêmio foi quase perfeita. Por pouco não foi campeão mundial, mas viveu um 1995 muito especial. Ganhou Libertadores e Campeonato Gaúcho ao lado de Paulo Nunes e Jardel, que era seu reserva até sofrer lesão no joelho. Não ficou no Olímpico, pois seu passe, à época denominado assim, era mais valioso do que a dupla anteriormente citada e responsável pelo domínio tricolor por duas temporadas no futebol brasileiro. Reflexo da moral de Magno no início de 95 foi o fato de Paulo Nunes, que mais tarde se converteria em um dos maiores ídolos gremistas de todos os tempos, ter chegado ao clube como seu contrapeso.

– Foi mesmo um ano muito maravilhoso, apesar de ter machucado o ligamento cruzado do joelho direito justo num jogo contra o Flamengo, na semifinal da Copa do Brasil. Eliminamos o Flamengo, mas, olha que coisa inusitada, quem acabou me machucando foi meu compadre, o Fabiano (ex-zagueiro rubro-negro). Ainda consegui jogar até as quartas ou até as semifinais da Libertadores, e fomos campeões da Libertadores e do Campeonato Gaúcho, fui vice da Copa do Brasil e do Mundial. Bati pênalti e fiz gol na decisão do Mundial, contra o Ajax, mas acabamos perdendo nos pênaltis, infelizmente. Aqui, tive o melhor treinador da minha carreira, o Felipão.


As doces memórias do Rio Grande do Sul e a identificação criada dividiram o coração de Magno, mas a base feita na Gávea e a torcida dos tempos de criança fazem do Flamengo a sua maior paixão.

– Nunca vou esquecer o que o Flamengo fez por mim, tenho muito contato com o pessoal que jogou comigo na base. Hoje, as redes sociais nos dão facilidade de reencontrar ex-companheiros. O clube sempre estará guardado no meu coração, vai ser sempre o meu time de coração. É onde comecei e fui criado, nunca perdi a identificação. Apesar de gostar muito do Grêmio, apesar de serem os dois clubes que adoro e que dividem meu coração, com certeza a quedinha maior é pelo Flamengo, pelo qual torço desde criança e tem meus ídolos Zico, Adílio, Nunes, Mozer e Aldair. Não tem como esquecer esse pessoal e o que eles representam, e quem jogou no antigo Maracanã jamais esquecerá o que era a torcida do Flamengo cantando. Arrepiava geral. É uma pena que a situação não seja das melhores hoje, mas o clube é reconhecido no mundo inteiro, acho que é o maior brasileiro em termos de publicidade (atualmente o Corinthians lidera esse ranking).

A relação de Magno com a dupla Fla-Grêmio é tão forte que, ao citar as pessoas com quem teve maior prazer de trabalhar, pede menção honrosa a Renato Gaúcho, ídolo das duas torcidas.
– Foi alguém muito importante para mim e que também é um dos meus grandes ídolos. Aprendi muita coisa boa com ele, nos concentramos juntos por muitas vezes (atuaram no Flamengo). Conversava muito comigo e me ensinava também os caminhos mais fáceis para os gols. Grande caráter.


Magno guarda recortes de jornal da época na Espanha (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)

Em 1996, Magno voltou à Gávea para uma breve passagem. Jogou com Romário, mas não conversaram sobre o apelido. Do Baixinho garante ter pego noções de movimentação e posicionamento em campo. Hoje, está montando uma escolinha de futebol para crianças e, neste ramo, pretende formar jogadores versáteis, característica que garante ter adquirido no futebol europeu, onde atuou de 1996 a 2009. Foram 14 temporadas distribuídas entre Holanda, Espanha e Chipre. Conseguiu bom destaque por lá, mas seu desejo é ingressar no mercado nacional.

– Fiz vários estágios com treinadores, me filiei ao sindicato profissional de treinadores, fiz vários cursos. Agora que estou voltando a entrar no mercado do futebol, espero virar técnico. Aprendi muito no exterior, onde fiquei por muito tempo. Terminei como um dos melhores jogadores da história do Groningen, o primeiro clube holandês do (uruguaio Luis) Suárez e de onde saíram Koeman, Robben. Depois, fui o jogador que mais defendeu o Alavés na Primeira Divisão da Espanha.


Os 5 a 2 do Flamengo sobre o Corinthians de 1994 registraram a página mais brilhante da história de Magno em território nacional, e domingo é dia de nova edição do clássico que reúne as duas maiores torcidas do Brasil – os dois times se enfrentam no Maracanã, às 16h (de Brasília), pela 21ª rodada do Brasileirão. Magno acha difícil que um garoto da base surpreenda no domingo e consiga feito semelhante contra o Corinthians, mas sua descrença é reforçada pela dificuldade enfrentada pelo Flamengo de revelar grandes valores.

– Quem é torcedor sente muita falta daquele slogan "Craque o Flamengo faz em casa". Saíram poucos jogadores com certo prestígio depois da minha geração. É hoje é complicado fazer três gols num jogo só, tirando Messi ou Cristiano Ronaldo. O futebol está muito mais equilibrado, muito defensivo, e o Corinthians é bastante forte defensivamente. Mas a esperança é grande, o Alecsandro está aguentando as pontas, então aposto em 2 a 1 para o Flamengo, com um gol dele e outro do Eduardo da Silva.

5082 visitas - Fonte: Globo Esporte


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