Vanderlei Luxemburgo poupará mais da metade do time do Flamengo para o jogo contra o Botafogo Foto: Divulgação / Gilvan de Souza/ Flamengo

A quinta-feira foi atípica no Ninho do Urubu. A não ser pelo som dos jogadores pedindo bola no coletivo, o silêncio prevaleceu. Não havia sinal de confusão no ar. Mas não por acaso. O Flamengo atingiu uma distância para o Z-4 que dá a margem de segurança necessária para acreditar que o fantasma do rebaixamento ficou para trás. Na era dos pontos corridos, nunca um time que estava nove pontos acima da degola a oito rodadas do fim terminou o Brasileiro rebaixado.

Depois da vitória sobre o Internacional, o risco do rebaixamento do Rubro-negro caiu para 1%, segundo cálculos do matemático Tristão Garcia. A partir de agora, é só administrar a vantagem. Mesmo que não vença mais nenhum jogo até o fim, o Flamengo pode terminar o Brasileiro sem cair.

Esta margem de segurança ajuda a entender porque o técnico Vanderlei Luxemburgo optou por levar time misto para Manaus, onde amanhã o Flamengo fará clássico contra o desesperado Botafogo. O foco do treinador é a semifinal da Copa do Brasil, quarta-feira, contra o Atlético-MG. Apesar disso, no discurso a ordem é manter os pés no chão.

— Acho que ainda não (passou a confusão). Até somarmos os pontos que precisamos, não passou, não — disse o meia Gabriel, herói da vitória sobre o Inter e um dos quatro titulares que foram relacionados para a viagem (os outros foram Paulo Victor, Samir e Eduardo da Silva). — Se ele está poupando é porque os outros têm condições de chegar lá e fazer um grande jogo.

A palavra de ordem é cautela, não mais confusão. O histórico dos pontos corridos garante esta segurança. Na maior das derrocadas, em 2009, o Coritiba, após a 30ª rodada, estava a cinco pontos de distância do primeiro colocado do Z-4. Oito rodadas depois, amargou rebaixamento no Couto Pereira. Na maioria dos casos, os clubes que ocupam a zona do rebaixamento nesta altura do Brasileiro não conseguiram mais escapar da temida degola.