O Flamengo é apenas 11º colocado no Campeonato Brasileiro, mas quando joga na condição de visitante se transforma. Neste domingo, vitória por 1 a 0 sobre o Goiás, em Goiânia. É dono da segunda melhor campanha atuando fora de seus domínios, com 12 pontos (quatro vitórias) em oito partidas. Só fica atrás do Atlético-MG, que soma 13. Perguntado por que seu time é tão forte fora do Maracanã, Cristóvão Borges manteve a serenidade habitual e não soltou fogos. Na verdade, revelou-se preocupado com os rumos do futebol brasileiro, afirmando que é mais cômodo contra-atacar do que atuar buscando o ataque. E, segundo o próprio, perder ofensividade e ousadia, outrora características inerentes à natureza dos atletas tupiniquins, é uma lástima.
- No futebol brasileiro, 90% das equipes se prepara (para jogar no contra-ataque) e é menos difícil jogar no contra-ataque. Todo mundo fica esperando, por isso que a gente vê as equipes brasileiras com dificuldades na Libertadores, porque fica todo mundo acostumado a só jogar no contra-ataque. No contra-ataque é menos difícil. Você saber jogar propondo o jogo é outra coisa, são poucas equipes (que sabem). O Atlético-MG é a equipe que sabe propor jogo, defende bem, e é a equipe mais equilibrada do campeonato. Isso que é futebol brasileiro. Acho que muito mais equipes têm de procurar jogar assim, porque isso que é futebol brasileiro, essa é a nossa essência e não podemos perder isso - afirmou.
O tal equilíbrio do Galo mencionado por Cristóvão é algo que, de fato, o Flamengo não tem. É vice-líder visitando, mas penúltimo como mandante. Diante disso, seria mais prudente jogar de forma mais pragmática mesmo em casa? Não. Pelo menos para Cristóvão, determinado a estimular não só o Fla, mas também outros times brasileiro a voltarem dar mais ênfase ao futebol bem jogado.
- Temos dificuldades em casa porque propomos o jogo. Vamos continuar fazendo isso. As reclamações e insucessos do nosso futebol (brasileiro) passam por isso.
Atacar sempre, é claro, mas agora sem afobação. As três vitórias em sequência - duas no Brasileiro e uma na Copa do Brasil - fizeram o treinador acreditar que o time está mais leve para buscar o tão esperado balanceamento.
- Levamos algum tempo com dificuldades, trabalhamos muito tempo sob pressão, com a obrigação de ganhar. Isso a gente facilita os jogos que jogamos em casa, porque temos de nos expor. Agora, até nisso estamos conseguindo mais um pouco de equilíbrio.
O próximo jogo do Flamengo será contra o Santos, domingo, às 16h, no Maracanã.
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