O Flamengo passou a importar estrangeiros nos anos 1930, na esteira da implantação do profissionalismo. Cinco "hermanos" conquistaram o título do Rio em 1939: Arthur Naon, Carlos Volante, Alfredo Gonzalez, Agustín Valido e Raimondo Orsi. Esse último, naturalizado italiano, havia ganhado a Copa do Mundo de 1934. Valido deu ao clube o tri carioca de 1944. O paraguaio Bria também integrava o time.

A lista do período é longa: Cosso, Villa, Arcadio Lopez, Providente, Reuben, Coletta, Talladas, Castillo, Carlos Alves e Engels. Mas a importação diminuiu a partir dos anos 1950, pois muitos gringos não conseguiam convencer. Os goleiros Chamorro, argentino, e Sinforiano Garcia, este campeão sul-americano pelo Paraguai em 1953, foram tri do Rio em 1955. Entre os "guaranis" da época também merecem destaques o atacante Benitez e o técnico Fleitas Solich, o homem que lançou Zico entre os profissionais.

Outro goleiro, Antonio Dominguez, chegou em 1969 com a fama de ex-titular do Real Madrid de Di Stéfano, mas decepcionou. Quem brilhou, a partir de então, e até 1976, quando seguiu para o Fluminense, foi Doval, o melhor, na visão de muitos, de todos os gringos que passaram pelo Flamengo.

É possível citar mais um punhado de estrangeiros, desde a década de 1970: Paolino, Borghi, Fillol, Mancuso, Colace, Maxi Biancucchi, Tigre Ramirez, o incrível zagueiro Gamarra, Gavilan, Sambueza, Maldonado, Fierro, Botinelli, Caceres, Marcelo Moreno, Mugni, o croata de Bangu Eduardo da Silva, Armero e Canteros.

Mas não é exagero afirmar que figuram ao lado de Doval, como os outros dois maiores da história o zagueiro paraguaio Francisco Villalba Reyes e o sérvio Dejan Petkovic. Se o peruano Paolo Guerrero jogar apenas um terço do futebol deste trio, terá cumprido, com certeza, a sua missão com a camisa rubro-negra.