Pressão por curso técnico, 'cano' de rival e início aos 20: como Gabriel foi parar no Fla

5/2/2016 08:02

Pressão por curso técnico, 'cano' de rival e início aos 20: como Gabriel foi parar no Fla

Pressão por curso técnico, cano de rival e início aos 20: como Gabriel foi parar no Fla
GAZETA PRESS

A trajetória do meia Gabriel não é das mais comuns no mundo da bola. Sem passar por qualquer clube na adolescência, ele atuou no futebol de várzea de Salvador até quase os 20 anos de idade. As coisas pareciam que não dariam certo para o garoto, que havia feito um teste no Fluminense de Feira de Santana, mas foi dispensado depois de apenas um dia.

Quando ficou sabendo que teria uma peneira no Vitória, foi com esperança de realizar seu sonho, mas deu com a "cara na porta".

"Teve um desencontro de informações. Me falaram que ia ter teste em um dia, mas era o dia errado. Quando fui lá não tinha nada e tive que voltar para casa. Eu resolvi desistir de jogar e não ia atrás de mais nada", disse o jogador, em entrevista ao ESPN.com.br.

"Tinha muita cobrança em casa para fazer um curso técnico, mas sempre me deram muita força para eu lutar pelo meu sonho. Eu atuava no futebol amador e tirava uma graninha por partida. Então, uns amigos meus jogavam em um time e me chamaram", prosseguiu.

A equipe pertencia ao então presidente do Bahia e o meia nem imaginava que ali poderia estar a grande oportunidade de sua vida. "Eu não queria ir porque era na Pituba (bairro de Salvador), mas acabei indo. Os donos eram o Marcelo Guimarães Filho e o pai dele que me viram lá, gostaram muito de mim e puxaram. Eu avisei: 'Tenho quase 20 anos'. Eles responderam: 'Não tem problema'. Fui mais tranquilo depois disso", recordou.


DIVULGAÇÃO/BAHIA
Gabriel conseguiu destaque no Bahia


Nos primeiros treinos do tricolor baiano, ele chegou até mesmo a duvidar se era capaz de se igualar aos companheiros. "Tudo era contra, eu era muito magrinho, era mais velho que os outros. Para mim foi muito mais difícil por não ter base, sai muito atrás dos caras, era muito complicado. Eu ficava pensando: 'Será que era para mim aquilo?'", indagou.

"O mais complicado era tocar na bola (risos). A diferença era muito grande, tocar a bola era algo fantástico, passei alguns sem ver a cor dela quase (risos). Eles tinham muito mais força e preparo físico do que eu. O Newton Motta e o Sergio Moura me ajudaram demais, não me deixaram abaixar a cabeça. Me chamavam para conversar e falam que eu era capaz. Vindo deles, mudava totalmente meu pensamento na hora", afirmou.

Com o incentivo da comissão técnica, Gabriel foi mudando a situação. "Fiz pré-temporada e não era nem relacionado no começo, mas eles tiveram a maior paciência do mundo comigo. Eu também me dedicava muito, por isso, eles me ajudavam ainda mais. Eu chegava sempre uma hora antes, mesmo demorando duas horas de ônibus. Eles viram isso, tive a sorte de gostarem de mim e resolveram me dar uma chance", relatou.

Em menos de seis meses, ele saiu do futebol amador para os profissionais de um dos maiores clubes do Brasil. "Aos poucos fui me adaptando, sabia que tinha qualidade, mas estava muito abaixo deles. Mas as coisas foram se encaixando de uma forma incrível, não tem explicação. Fomos campeões baianos e fui vice-artilheiro, mesmo sendo reserva, e fiz o gol do título. Então fui puxado pro time de cima pelo Rogério Lourenço", disse.

O treinador foi mandado embora na estreia do meia, que virou um curinga do novo comandante Vágner Benazzi."Ele me viu treinando e gostou de mim. Joguei em todas as posições: lateral, volante, meia e atacante. Eu queria estar no bolo e jogando, depois dava um jeito de me firmar (risos)", garantiu.

Ele ainda seria treinado por Joel Santana antes de trabalhar com Paulo Roberto Falcão, que o colocou em sua posição de origem e com isso, ganhou destaque no cenário nacional. "O Bahia é um time de massa, tem muita cobrança e pressão. Você dar conta do recado não é fácil, foi coisa de Deus", comemorou.

Disputado por gigantes foi parar na Gávea

Com as boas atuações no primeiro semestre de 2013, Gabriel chamou atenção de vários clubes como Grêmio, Inter, São Paulo e Cruzeiro, mas quem levou a melhor foi o Flamengo. No time da Gávea, ele encontrou uma situação surpreendente.

"Flamengo está melhorando muito nesses últimos anos, falavam da fama de mau pagador, mas desde que cheguei aqui não vi isso. O presidente é muito bom e honra seus compromissos, o clube está crescendo cada vez mais", disse.


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Gabriel disputa bola com Guiñazú


Com a mudança para o Rio de Janeiro, o jogador não conseguiu manter as boas atuações do Bahia. "A adaptação foi muito difícil, cheguei jogando bem, mas depois tive uma queda e não estava acostumado com aquilo e foi muito pesado. Você começa a sofrer, final do ano em baixa e fiquei triste as férias toda. Fui paciente e falei para mim mesmo que ia jogar e dar a volta por cima. As mudanças foram muito rápidas na minha vida", relatou.

No ano seguinte ele atuou pelo time B no Campeonato Carioca e com as boas atuações conseguiu se afirmar. "Peguei confiança e fui entrando, atuei na Libertadores e fui muito bem, pena que não classificamos", disse. Sua melhor partida, porém, seria na semifinal da Copa do Brasil na vitória por 2 a 0 diante do Atlético-MG no Maracanã.

Inspiração em ídolos para ser titular

Atualmente com 26 anos, Gabriel luta para se firmar entre os titulares do técnico Muricy Ramalho. "Agora está mais difícil, concorrência é maior, mas não tenho problema com isso. Vou trabalhar bastante para buscar meu melhor", garantiu.

Mesmo com pouco tempo de trabalho, o meia já sentiu o jeito diferente do novo comandante. "O Muricy é bom demais, trabalhador e sabe o que o jogador precisa. Ele fala quando tem que falar, fica calado quando acha necessário, treinador tem que ser assim. Saber o que está fazendo e tem que fazer o jogador acreditar e confiar no que ele está fazendo, tem tudo para dar certo", vibrou.


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Gabriel está no Flamengo desde 2013


Muito amigo do zagueiro Wallace, ele aproveita as dicas literárias do capitão para brilhar. "Ele é meu irmãozão, saímos para jantar e frequentamos a casa um do outro. Ele me deu vários livros, principalmente biografia de esportistas como Michael Jordan e Zidane, tenho curiosidade. De caras que foram campeões sempre se tira lições, recomendo para todos os atletas lerem", avisou.

A história do maior jogador de basquete de todos os tempos deu ensinamentos preciosos. "A passagem que mais me marcou foi a questão sobre o erro. Ele diz que errou muitos arremessos decisivos na carreira e mesmo assim foi o campeão que foi né? A gente não pode ter medo errar", analisou.

Mesmo morando na "Cidade Maravilhosa", Gabriel é avesso a qualquer tipo de badalação. "Sou muito caseiro, saio pouco. Não curto noite, saio só para jantar. Nas folgas nem vou muito na praia porque estou muito cansado, o corpo não deixa (risos). Eu gosto muito de jogar boliche, mando bem até", avisou.

Para quem tinha tudo para dar errado, Gabriel e tem um objetivo simples para o resto da carreira. "Meu sonho é estar sempre bem, sem lesão para fazer o melhor. O resto a gente corre atrás", finalizou.

1137 visitas - Fonte: ESPN


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