Mancuello em ação contra a Lusa (Foto: Gilvan de Souza/Fla Imagem)

Mancuello entrou no segundo tempo dos dois primeiros amistosos de 2016. Foi o bastante para criar uma expectativa, mas não o suficiente para satisfazê-la. Nesta quarta-feira, a torcida ganhou o que queria. A principal contratação do Flamengo na temporada atuou os 90 minutos de uma partida oficial e mostrou suas credenciais na goleada por 5 a 0 sobre a Portuguesa, em Volta Redonda, pelo Campeonato Carioca.

Com um aceno discreto, Mancuello respondeu à torcida que gritava seu nome antes de a bola rolar. E discrição foi um traço marcante do argentino ao longo de toda a partida. Sem lances de efeito ou jogadas vistosas, ele mostrou eficiência com toques precisos.

O principal deles foi aos 32 minutos do primeiro tempo, quando cobrou uma falta que tornou-se uma assistência para Guerrero, de cabeça, abrir o placar. A comemoração de Mancuello começou solitária, com os braços erguidos e punhos cerrados. O primeiro abraço foi em Jorge e logo depois um aperto de mão em Juan. Antes de vibrar com Guerrero, o argentino conversou rapidamente com Allan Miguel, zagueiro da Portuguesa que tocou a mão na bola no lance que deu origem à cobrança de falta.

- É um jogador inteligente, que sabe se posicionar e fazer a leitura do jogo. Vai ser importante na sequência do campeonato. Ainda não está 100% fisicamente, mas é um jogador interessante, com bola parada boa. Vai nos ajudar - avaliou o técnico Muricy Ramalho após a partida.

Naquele momento Mancuello já havia se ajustado em campo depois de um início discreto, encontrando seu lugar. Mais posicionado à esquerda, ele algumas vezes se deslocava para o lado oposto, em busca de alguém com quem dialogar. Dividiu com Willian Arão a tarefa de começar as jogadas ofensivas do Flamengo. Mais à frente, o camisa 23 tinha em Emerson seu principal companheiro na combinação de jogadas. Aliás, Mancuello fez uma reverência especial a Sheik depois que ele deu a assistência para Willian Arão marcar o segundo do Rubro-Negro, aos 35 minutos do primeiro tempo. Apontou para o atacante com os dois indicadores, como se dissesse “esse é o cara.”

Assim como a maior parte da equipe, Mancuello diminuiu o ritmo no segundo tempo. Mas foi neste período que ele deu seus únicos dois chutes a gol da partida. O primeiro foi aos 10 minutos, quando recebeu dentro da grande área, mas errou o alvo. Com o correr do relógio, foi mostrando estar mais frágil fisicamente. Em alguns momentos foi à beira do campo pedir água e conversar com o técnico Muricy Ramalho. Mas apesar do cansaço, não se omitiu e seguiu alternando posicionamento defensivo com infiltrações para auxiliar os homens de frente.

A noite de Mancuello poderia ser perfeita se ele tivesse finalizado com perfeição a última chance do Flamengo na partida, aos 48 minutos. O argentino recebeu a bola na marca do pênalti e chutou, mas a bola foi por cima do travessão. O suficiente para deixar a torcida rubro-negra na expectativa de que o desfecho ideal ficou para este domingo, no clássico contra o Vasco.