A posse da nova gestão do Flamengo foi antecipada para amanhã. Com isso, a presidente Patricia Amorim viveu os últimos dias no clube correndo contra o tempo para poder pagar os salários dos funcionários. Essa foi a última grande batalha dela no clube.

A briga foi grande. Patricia Amorim sempre bateu no peito por conta dos salários em dia, mas, devido a uma penhora superior a R$ 20 milhões por dívidas de gestões anteriores, as finanças rubro-negras entraram em colapso. O fluxo de caixa não existia mais e a vida do clube dentro das quatro linhas também não ia nada bem.

No dia da eleição, ainda com os salários atrasados, um dos funcionários desabafou.

– Estou torcendo para a Patricia vencer ou, quem sabe, uma nova gestão que se importe com a gente do jeito que ela se importou. Estou no Flamengo há mais de 15 anos e já vi funcionários chegarem na época do Natal chorando por não terem o que colocar na ceia. Aí vinha um dirigente e dava um dinheirinho para amenizar. Mas não é isso que queremos. O salário é para ser pago na data certa – disse um funcionário, que preferiu não ter o nome publicado.

Foram mais de dois anos com o salário em dia. Algo que era para ser visto como normal, mas no Flamengo era comemorado a cada mês.
Sob o comando de Patricia, o clube se aproveitou do novo contrato de TV com a Rede Globo e fez diversos adiantamentos, o que, de certa forma, prejudicará a nova diretoria. Em contrapartida, a atual mandatária deixou bem encaminhado o acordo milionário com a Adidas.