A polêmica envolvendo o volante Elias, do Flamengo, e atitude de "forçar" o terceiro cartão amarelo na partida contra o Santos, na última quinta-feira, ganhou novos contornos nesta sexta. Após o STJD ameaçar punir o jogador rubro-negro com até seis jogos de suspensão, o técnico Vanderlei Luxemburgo, do Fluminense, saiu em defesa da atitude tomada pelo camisa 8.

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"A falta no futebol existe. Se o camarada segurar a bola e retardar um jogo ele não toma amarelo? Por que ele vai deixar de fazer se for tomar o terceiro? Isso faz parte do jogo. Ninguém está enganando ninguém, só esta usando a regra em seu benefício. Se eu tenho um jogador que vai sair com a seleção brasileira e a regra me permite de usar isso a meu favor (fazê-lo ser advertido com o terceiro cartão amarelo para 'zerar' as advertências durante o período de ausência), eu vou usar. Ninguém está burlando nada. Você usa uma falta a seu favor, um impedimento, uma jogada ensaiada, não vejo nada de errado. Os árbitros querem se proteger, mas eles normalmente dão o amarelo, aí vão deixar de dar porque é o terceiro? Não pode ter nada disso", opinou Luxa.

Após a partida contra o Santos, Elias admitiu que "forçou" o terceiro cartão amarelo a pedido do técnico Mano Menezes, pois já estava planejado um descanso para o jogador na partida contra a Ponte Preta. O treinador do Flamengo preferiu não comentar o assunto.

O procurador-geral do STJD, Paulo Schmitt, pediu imagens do lance e pode denunciar Elias no artigo 258 - assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva - do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).

'Impedimento ensaiado'

No empate em 1 a 1 com o Atlético-PR, na última quarta-feira, o Fluminense também fez uso de uma estratégia para "se beneficiar" da regra, embora ela tenha levantado bem menos polêmica. Durante a cobrança de uma falta, o volante Edinho se posicionou propositalmente em impedimento, para atrapalhar a visão do goleiro Weverton, e deixou a posição tão logo a bola foi cruzada sobre a área.

Luxemburgo comentou o lance logo após a partida em Curitiba. Segundo o técnico, a jogada só seria ilegal se Edinho participasse, de fato, da ação.

"Isso não tem interpretação. Tem a regra e ela precisa ser cumprida. Se o jogador não participa da jogada a interferência é anulada. Simples assim. Só se for um cabeçudo para marcar algo, mesmo ficando parado ou em outros casos saindo da frente. Apenas interpretei a regra e treinei", explicou.