Com o discurso de contenção de despesas, a nova diretoria do Flamengo aumentou em 71% o gasto com comissões por intermediações de transferências de jogadores. É o que mostram os números financeiros rubro-negros até o meio do ano comparados com a gestão de Patricia Amorim em 2012. O clube confirmou que isso foi fruto das novas contratações deste ano.

Pelo balanço até o meio do ano, revelado pela diretoria do clube, foi gasto até o meio do ano um total de R$ 6,6 milhões com comissões por intermediação de jogadores. No mesmo período de seis meses do ano passado, esse montante ficou em R$ 3,6 milhões.

Também cresceram os valores por intermediações de atletas que ainda têm que ser pagas, ou seja, que constam do passivo do clube. Neste ano, o balanço mostra um total de R$ 10,9 milhões em contas a serem pagas neste quesito. Em 2012, também no meio do ano, esse valor era de R$ 6,7 milhões.

Somados os dois itens do balanço, constata-se um crescimento de R$ 7,2 milhões em pagamentos de comissões pelo clube em relação à administração anterior, o que significa um percentual de 71%. Neste caso, são considerados os valores que já foram quitados e os que ainda serão pagos, em um total de R$ 17,5 milhões.

Questionado sobre esse aumento, a diretoria do Flamengo limitou-se a dizer que o valor cresceu por causa das comissões “de todos os jogadores que entraram neste ano”.

O elenco atual foi montado pelo diretor de futebol Paulo Pelaipe, juntamente com o vice Wallim Vasconcelos. Há vários jogadores ligados ao empresário Carlos Leite, que tem boa relação com Pelaipe, dentro do clube. Entre eles, estão Carlos Eduardo, Elias e André Santos.

Ressalte-se que, se aumentou o valor pago para comissões, diminuiu o montante da dívida por negociações de atletas. Esse total caiu de R$ 23,8 milhões para R$ 7,8 milhões graças ao fato de a diretoria ter aberto mão de Vagner Love, pelo qual o clube devia várias parcelas ao CSKA. Também caiu o débito em luvas para jogadores, de R$ 1,6 milhões para R$ 500 mil.

Considerando as despesas com salários do futebol, o time atual do Flamengo é só um pouco mais barato do que o do ano passado, que teve uma campanha melhor.

Os custos com pessoal do clube, que incluem jogadores e funcionários, somaram até o meio do ano um total de R$ 47,3 milhões, cerca de R$ 5 milhões a mais do que em 2012. Ressalte-se que foram pagos R$ 3 milhões em verbas rescisórias, isto é, para funcionários demitidos. Ou seja, a diferença na verdade é de R$ 2 milhões.

Há dois outros itens que incluem custos com jogadores: direitos de imagem e serviços profissionais como pessoa jurídica. O primeiro se manteve quase estável, em torno de R$ 8 milhões. Houve, sim, uma queda significativa neste segundo item, de R$ 5 milhões em relação a 2012. A assessoria do clube confirmou que isso representa a redução de despesas anunciada pela diretoria.

Neste caso, há uma queda no total gasto com o futebol, o que é compensado pelas comissões por intermediação de atletas.