Falta de um meia-armador, dependência de Hernane ou até mesmo má pontaria. As causas podem ser muitas, mas o fato é que o setor ofensivo tem sido um problema para o Flamengo em 2013. Com 22 gols marcados, o Rubro-Negro tem o quinto pior ataque do Brasileirão, empatado com Goiás, Atlético-MG e Bahia. Um desempenho determinante para fraca campanha na competição. A julgar pela temporada, porém, a situação é pior em números absolutos: ao balançar as redes adversárias 65 vezes, os cariocas só superam Ponte Preta (61) e Bahia (48) dos 20 clubes da Série A.

A situação é amenizada se a média de gols por partida for levada em conta. Com 1,41, o Flamengo sobe duas posições e deixa São Paulo e Corinthians para trás - por terem jogado mais vezes, os paulistas têm média de apenas 1,33. Porém, a 16ª colocação no ranking ainda é modesta para um time que testou tantas peças ao longo da temporada.

Considerando meias e atacantes, doze jogadores foram testados por Dorival Júnior, Jorginho e Mano Menezes (Hernane, Moreno, Paulinho, Rafinha, Bruninho, Nixon, Adryan, Gabriel, Carlos Eduardo, Igor Sartori, Rodolfo e Lucas). Os de melhor desempenho foram, incontestavelmente, Hernane e Rafinha. O Brocador superou os goleiros adversários 21 vezes e é responsável por 32% dos gols marcados pelo Flamengo em 2013.

A carência é tanta que o atacante tem uma marca três vezes maior que os segundos colocados Elias e Renato Abreu, com sete. Marcelo Moreno, principal contratação para o setor, fez cinco. No total, 17 jogadores balançaram as redes pelo clube neste ano, além da colaboração de Roberto Dias, do Campinense, em gol contra, pela Copa do Brasil.

Já Rafinha, sensação no início da temporada, foi o principal garçom, com sete assistências. O volante Elias é quem vem em seguida, com cinco, seguido por Gabriel e Hernane, com quatro. Dos sete primeiros colocados na lista, o camisa 10 é o único meia presente, o que evidencia um problema que tem sido lembrado repetitivamente por Mano recentemente: a ausência de um armador.

Após a derrota para o Cruzeiro e o empate com a Ponte Preta, nos dois últimos domingos, o treinador lamentou a situação ainda no vestiário:

- Só é possível pensar em vitória com capacidade de finalização maior. No próprio jogo diante do Vitória, vencemos, mas a criação não foi do nível que estávamos tendo. Sofremos bastante com a falta de um armador. Não tem jeito, precisamos disso. Falta também entendimento do jogo, que, às vezes, escolhemos os caminhos mais difíceis, seja de movimentação ou opção de passe. Em alguns momentos, isso fica mais evidente - analisou em entrevista coletiva no Mineirão.

Com a janela de transferências do exterior fechada, o mercado interno surge como única alternativa para o Flamengo tentar resolver o problema. A diretoria, no entanto, não dá indícios de que reforços chegarão ainda em 2013. Com as armas que tem, Mano segue tentando amenizar uma carência evidenciada nas estatísticas.

O próprio treinador costuma falar que prefere pensar jogo a jogo. Sendo assim, a tarefa da vez é encontrar uma solução para vazar o Atlético-PR, quinta-feira, no Maracanã, em partida válida pela 21ª rodada do Brasileirão.