Improvável. Essa palavra que pode melhor resumir a atual situação do G4 do Campeonato Brasileiro depois de cinco rodadas. Entre os quatro primeiros colocados, apenas o Palmeiras é apontado como um dos francos favoritos para levar o título. A ponta da tabela está nas mãos do Athletico-PR, que tirou a liderança do Fortaleza após vencer o Atlético-GO por 2 a 1, em Curitiba, e seguir com 100% de aproveitamento (12 pontos) — o clube soma um jogo a menos que os demais clubes do topo porque o duelo com o Flamengo foi adiado.
Depois de um começo empolgante, com três vitórias consecutivas (Atlético-MG, Internacional e Sport), o Fortaleza empatou a segunda partida seguida ao ficar no 1 a 1 com o Fluminense, na Arena Castelão, e agora ocupa a segunda posição.
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A principal surpresa da rodada foi a vitória do Red Bull Bragantino. Também invicto no Nacional, o time do interior de São Paulo superou no sábado (19) o Flamengo, atual bicampeão brasileiro, por 3 a 2, no Maracanã, no último lance do jogo. Chrigor foi o responsável pelo gol aos 52 minutos do segundo tempo. O resultado deixou a equipe de Bragança Paulista na terceira colocação, com 11 pontos.
O Palmeiras fecha o G4, com dez pontos, mas passou sufoco. O time de Abel Ferreira jogou mal contra o vice-lanterna América-MG, no Allianz Parque, mas conseguiu o resultado positivo em seu último ataque graças a Willian. O atacante foi o destaque da vitória por 2 a 1 ao fazer os dois gols palmeirenses.
Gringos lideram o Brasileirão
Assim como ocorreu nas duas últimas edições, os treinadores estrangeiros seguem como sensação do Brasileirão. Entre os clubes que figuram no G4, o Red Bull Bragantino (3º) é o único que tem no banco de reservas um técnico nascido no país: o paulista Maurício Barbieri.
O líder Athletico-PR é dirigido pelo português António José Conceição Oliveira, o Toni. Apesar de estar com 100% de aproveitamento, o luso pediu cautela para evitar clima de euforia.
"Não [somos candidatos para ao título]. Somos candidatos para ganhar o próximo jogo. Temos que ter responsabilidade e ser coerentes. Assim, somos candidatos a vencer o próximo jogo", disse o português, que tem o compatriota Abel Ferreira como 'colega de G4', uma vez que o Palmeiras fecha este grupo.
Já o Fortaleza é dirigido pelo treinador argentino Juan Pablo Vojvoda (foto), que, apesar do segundo tempo consecutivo, enalteceu o resultado obtido em casa diante de um dos participantes das oitavas de final da Copa Libertadores. "A equipe respondeu diante do adversário que fechou as linhas, fechou espaço. Achei positivo que a equipe tenha conseguido abrir espaços e fazer um gol", comentou.
Favoritos decepcionam e seguem sem vencer
Embalado pela conquista do Paulistão, o que encerrou um jejum de nove anos sem títulos, e a vagas nas oitavas de final da Libertadores e da Copa do Brasil, o São Paulo era apontado como um dos favoritos para despontar no Brasileirão antes do início do torneio. O time de Hernán Crespo, no entanto, segue sem vencer após cinco jogos (três derrotas e dois empates) e figura na zona de rebaixamento após ser superado pelo Santos por 2 a 0, na Vila Belmiro.
O pior início do time na história dos pontos corridos do Nacional tem um culpado para Crespo: o desgaste físico do grupo.
O Grêmio é a maior decepção neste início do Brasileirão 2021. Após a eliminação na fase preliminar da Libertadores, a diretoria do Tricolor gaúcho prometeu que iria focar o Nacional. Algo complicado de se acreditar, visto que perdeu as três partidas que disputou e amarga a lanterna - o jogo com o Cuiabá, que seria neste domingo (20), foi adiado por conta da qualidade do gramado do estádio Dutrinha. Há um mês no clube, o técnico Tiago Nunes já é pressionado.
Já o Internacional, vice na edição passada, soma apenas um triunfo, foi goleado pelo Fortaleza e já demitiu o treinador Miguel Ángel Ramirez. Antes do empate com o Ceará por 1 a 1, no Beira-Rio, a diretoria anunciou a contração do uruguaio Diego Aguirre para comandar o time. Campeão dos dois últimos Brasileirões, o Flamengo também tropeçou ao perder para o Red Bull Bragantino. A equipe de Rogério Ceni, no entanto, venceu os dois primeiros duelos.
Acho que a coisa mais decepcionante que estamos vendo neste início de Brasileiro é o desempenho do São Paulo. Talvez todo aquele esforço tão grande, de não poupar jogadores, esteja cobrando seu preço agora. Ganharam o título paulista, que consideraram como uma Copa do Mundo, mas estamos vendo a sequência de lesões
Desabafos de Benítez e Thiago Galhardo
Após a fraca atuação do São Paulo na derrota para o Santos, o meio-campista Martín Benítez desabafou ao declarar que o Tricolor paulista não pode mais cometer erros na sequência do Brasileiro.
"Não foi o começo que todos desejamos com um primeiro semestre muito bom. Sabemos que o São Paulo sempre exige mais. Não podemos errar e deixar passar mais pontos", afirmou o argentino, que voltou ao time depois de um mês por conta de lesão.
Vamos fazer uma autocrítica com o grupo fechado e buscar um triunfo [quarta-feira, contra o Cuiabá, no Morumbi] para retomar a confiança de todos."
Já o meia-atcante Thiago Galhardo foi mais incisivo no empate do Inter com o Ceará e chegou a cutucar os colegas. "É responsabilidade nossa, não fazemos um gol com bola rolando há oito jogos, o último foi com o Olimpia lá [pela Libertadores]. É erro da equipe toda. Erro meu que não faço gols, dos pontas. Por que não cria ou quando cria, erra. E falar mais. O time não fala. Fala que estou sozinho na p*** da bola ao invés de ficar pedindo a bola", desabafou.
Já o treinador interino Osmar Loss evitou falar sobre declaração de Galhardo no intervalo e negou que o vestiário esteja rachado. "Não enxergo como falta de controle. Quando o jogador dá suas opiniões, temos que validar, observar se aquilo é fuga para algum caminho, mas não concordo. Sempre que o jogador dá opinião temos que levar em consideração e costurar da maneira que tem que ser feito".
Chuteira da discórdia
O atacante Jô chamou atenção no empate sem gols do Corinthians diante do Bahia, em Salvador, mas não por sua atuação em campo. O atacante foi alvo de críticas dos torcedores nas redes sociais por ter usado uma chuteira de coloração esverdeada, que remete ao rival Palmeiras.
Oficialmente, o modelo é azul-turquesa, de acordo com a descrição da Nike — com detalhes em verde. A gigante de material esportivo é estampa a sua marca nos uniformes do Alvinegro.
A diretoria do clube paulista informou que multou o centroavante e que ele não voltará a utilizar o calçado desta coloração. Jô classificou o episódio como uma "polêmica desnecessária".
"Gostaria de deixar expresso nessa nota que eu jamais usaria uma chuteira verde, pela minha história dentro do Corinthians, que é o clube que amo e conheço desde pequeno não desrespeitaria a torcida e muito menos a tradição do time. A chuteira era azul-turquesa, isso gerou uma polêmica desnecessária, por isso quero pedir desculpas a todos. Jamais iria desrespeitar o Corinthians e muito menos a torcida", divulgou a assessoria de imprensa por meio de nota oficial.
Brasileirão, Líderes, improváveis
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