Jayme de Almeida ainda não conhece derrota como treinador do Flamengo. Desde que substituiu Jorginho, no primeiro turno do Brasileiro, e Mano Menezes, a partir de setembro, foram sete jogos. Quatro vitórias e três empates. O quarto triunfo ocorreu nesta quinta-feira, no Maracanã. Após bater o Internacional por 2 a 1, o time decolou na tabela, saltou sete posições e está em sétimo lugar. A oito pontos do Atlético-PR, primeiro time no G4, a equipe começa a criar expectativas na torcida. Mas Jayme mantém a serenidade. Após elogiar a atuação, ele novamente evitou qualquer euforia.

"Sonhar com G4 acho muita coisa ainda. Estamos muito parelhos, tem muita gente em volta. Continuo com os pés no chão. Ainda não alcançamos o objetivo maior que é sair dessa zona. A partir do momento que chegarmos a uma pontuação em que não corramos riscos, pensamos lá na frente. Demos uma arrancada boa, mas não suficiente para chegarmos no G4. Estamos enfrentando times poderosos e jogando de igual para igual", disse Jayme de Almeida.

O desempenho do time no Maracanã, no entanto, o agradou. Com as mãos, o técnico mostrou na entrevista coletiva quantos treinos táticos conseguiu fazer com a sequência de partidas. Indicou três. Mas sorri, com simplicidade, ao lembrar que foi bem acolhido, principalmente nas ideias. Segundo ele, a assimilação dos jogadores tem sido fundamental. Pensamento totalmente diferente do ex-técnico Mano Menezes, que justificou a entrega do cargo ao alegar falta de compreensão dos atletas com seu método de treinamento. O técnico ainda mostrou contentamento com a atual posição na tabela.

"O sétimo lugar representa muito. Estávamos numa situação muito delicada e o empenho e a dedicação e o carinho com que fui recebido ajudou muito. Agradeço a eles, estão fazendo com a alma rubro-negra. Isso ajuda. Não temos tempo para treinamento, mas vamos tentando melhorar dentro do possível. Fico muito feliz pelo que eles fizeram. Basicamente eles estão aceitando a ideia. Espírito aguerrido. O Flamengo correu, lutou e é difícil ganhar do Flamengo aqui assim. A torcida nos ajudou muito, tem incentivado. No Maracanã, com a torcida do lado, fica difícil bater o Flamengo", analisou Jayme de Almeida.

Antes da partida, porém, o técnico teve de lidar com um problema. No ônibus, o meia-atacante Carlos Eduardo, que seria titular, passou mal e acabou substituído por Luiz Antonio. Ainda assim, Cadu permaneceu no banco de reservas. Em uma semena de polêmica, na qual o empresário do jogador disparou contra a diretoria rubro-negra por uma suposta intenção de devolvê-lo ao Rubin Kazan, da Rússia, o episódio ganhou contornos de mistério. Mas Jayme foi direto:

"Não tem história, não sou maluco. Fiz treino tático com ele antes. Não tenho falta de respeito. Ele passou mal no ônibus, comeu alguma coisa que não caiu bem. Simples. Ele passou mal e não ia colocar o menino que não estava muito bem. Sem problema nenhum. Ele foi medicado, deixamos no banco para domingo ele estar inteiro", disse Jayme de Almeida.

Domingo, o Flamengo enfrenta o rival Botafogo, no Maracanã e terceiro colocado no Campeonato Brasileiro. os alvinegros estão nove pontos à frente dos rubro-negros na tabela da competição. Na tarde desta sexta-feira, os jogadores se reapresentam ao técnico Jayme de Almeida no Ninho do Urubu.