Febre no Brasil, o Cartola FC é assunto frequente em muitas mesas de bar, roda de amigos e redes sociais. E o assunto também tem seu capítulo, até mesmo, em diversos ambientes de trabalho.

Viciados no fantasy game, alguns atletas e membros da comissão técnica do Flamengo aproveitam para acirrar a rivalidade interna, quando não estão em quadra (veja no vídeo ao lado). Entre os mais aficionados na brincadeira estão o pivô Olivinha e o fisioterapeuta Ricardo Machado, atuais líder e vice-líder da Liga do Xoxó, que reúne outros companheiros de clube como Marcelinho, Gegê e o supervisor, André Guimarães, além de atletas e técnicos de outras equipes do Brasil, como Duda, do Macaé, Guilherme Giovannoni, do Brasília, Caio Torres, do São José, Hélio, do Limeira e Demétrius, comandante também do Limeira.

Atual campeão da liga, Ricardo Machado segue na cola do "Lá na Coruja", time de Olivinha em busca do bicampeonato, mas vê no seu calcanhar o irmão Marcelinho. A disputa é tão intensa que, a cada gol no Campeonato Brasileiro, uma mensagem é enviada ao grupo de whatsapp, criado por Olivinha, só para provocar o adversário.

- Ligamos na hora. Nós temos um grupo de whatsapp. Quando tem gol de jogador meu, mandou logo um "vem neném". Gosto de zoar. Esse ano estou em primeiro, "tranquilão". Tenho uma gordurinha para queimar, ninguém está me incomodando ainda. Ano passado que não fui bem e fiquei em nono. No ano retrasado, fui melhor, acho que em quinto, quarto. Libertadores, amigo. Mas agora tem mais investimento, mais tempo para estudar - debochou o camisa 16, observado pelo fisioterapeuta no saguão do hotel onde a equipe está concentrada para a partida contra o Macaé, nesta sexta-feira, pelo Campeonato Carioca masculino de basquete.

A diferença de 36.97 entre os dois não abala o "Machaneze", equipe de Ricardo, que conclamou para si um lema histórico criado pela torcida do Flamengo na tentativa de desestabilizar seu oponente.


- Eu estou chegando. Flamenguista é assim quando chega na reta final. Chegou, aproximou, passou. Acabou, amigo, acabou o campeonato - devolveu.

Para formar seus respectivos times, os rivais têm seus jogadores prediletos. Se Willians, do Internacional e Dedé, do Cruzeiro, costumam figurar entre os doze escolhidos por Ricardo, Hernane é o predileto do "Lá na Coruja".

- Coloco sempre o Hernane. Brocador, "né"? Sempre faço muito ponto com ele - contou Olivinha, que, paradoxalmente, não curtiu muito o 11º gol do camisa 9 rubro-negro diante do Internacional.

- Ontem, eu não tinha ele (coça a cabeça). Normalmente, eu o coloco sempre, mas ontem não. Fiquei pau da vida. Eu sou um dos que mais coloca ele, quando eu tiro, o cara faz o gol - lamentou.
O jogo é levado tão a sério que até mesmo gol de rival em cima do próprio time do coração é comemorado.

- O negócio é profissional. No último Fla-Flu, eu coloquei o Rafael Sóbis, que meteu dois gols. Nós vencemos (3 a 2). Então ficou legal. Eu torço para o Flamengo ganhar, lógico, mas ponho o cara - confessou Ricardo, que, na única vez durante a entrevista, teve o apoio do ala-pivô rubro-negro.

- Eu coloco também. Cartola não pode ter só sentimento não, tem que ser profissional para vencer (risos) - completou.