Flamengo e Atlético-MG duelaram no Campeonato Brasileiro (Imagem: GettyImages)
Se não houvesse a camisa rubro-negra, seria difícil identificar o Flamengo que bateu o Atlético-MG com o time que assustava rivais em sua casa. Renato armou sua equipe para recuar, dar a bola ao rival e contra-atacar a partir de seu gol. Deu certo diante de um Galo paupérrimo em ideias quando precisar atacar um time fechado.
A partida entre os dois principais elencos do Brasil mais parecia um confronto pela Série B nos minutos iniciais. Muita briga, disputa, faltas, jogo parado, quase nada de futebol. Havia dificuldades ofensivas dos dois lados e um medo palpável de sair em desvantagem.
Esse temor se revelou justificável quando Michael abriu o placar para a equipe rubro-negra. Um belo lançamento de Arão achou Isla sem cobertura na direita. Seu cruzamento pegou Bruno Henrique no alto para escorar para Michael arrancar nas costas de Guga para fazer o gol.
A partir daí, o Flamengo recuou para marcar em seu campo e dar a bola ao Atlético-MG. Contava com uma boa atuação de seus zagueiros, Gustavo Henrique e especialmente Léo Pereira. E teve o trabalho facilitado pelo excesso de bolas pelo alto e falta de articulação do ataque mineiro. Diego Alves não foi incomodado.
No intervalo, Cuca trocou Guga por Diego Costa para mudar esse quadro. Apesar de ter ganho em presença ofensiva, o treinador viu seu time perder o meio-campo, onde tinha inferioridade porque Zaracho foi deslocado para a lateral. O Flamengo tinha espaços que lhe foram negados no primeiro tempo, mas não os aproveitava.
Sem conseguir furar o bloqueio, Cuca lançou nova onda de trocas incluindo Savarino, Vargas e Mariano. Seu time passava a ter quatro atacantes, estratégia também habitualmente usada por Renato no Flamengo quando precisa de gols no final. Só que faltava articulação que ficou restrita ao bom volante Jair que criou a única chance real para cabeçada de Arana. Era pouco par ao elenco disponível.
Renato reforçou seu meio-campo com Thiago Maia, e depois foi empilhando defensores, como Bruno Viana e Rodinei. Um final de ataque contra defesa sem lá muito perigo contra o gol rubro-negro. Tanto que a melhor chance foi em um improvável arremate de Rodinei na trave de Everson.
Uma noite tão curiosa no Maracanã que Léo Pereira foi o melhor em campo, e Gabigol, o pior, em um Flamengo pragmático como há muito tempo não se via. É verdade que Renato já escalou seu time para se defender e contra-atacar em outras ocasiões. Mas, desta vez, foi o auge do pragmatismo. A entrega e a concentração do seu time, empurrado pelo grito contínuo da torcida, foram o suficiente para bater o principal rival da temporada.
Ao final, um jogo tecnicamente bem abaixo do que se esperava das duas melhores equipes brasileiras. Como resultado, deixou o campeonato vivo, embora ainda com o Galo em boa vantagem.
Flamengo, pragmático, Galo, ideias
Que atuação do Léo Pereira ontem. Se jogasse assim em todas as partidas não sofreriamos gols. Renato Gaúcho tem que treinar intensidade de marcação e jogadas de infiltração na área do adversário. Flamengo empobreceu demais depois das goleadas que vinham aplicando nos adversários. Tem que voltar a agressividade em campo novamente. Perdeu a essência de jogar bonito. Avanti Mengão e seu Renato Gaúcho não inventa moda. Arma o time igual JJ.