Quando Renato Gaúcho era técnico do Grêmio, em 2019, e Jorge Jesus dava show no comando do Flamengo, o atual treinador rubro-negro ficava incomodado com o sucesso do português. Antes do Flamengo bater o Grêmio pela Libertadores, por exemplo, Renato provocou o veterano estrangeiro.
“Concordo que o Flamengo está jogando o melhor futebol do Brasil junto com o Grêmio, mas o Jorge Jesus ganhou só dois ou três títulos portugueses. E saiu de Portugal, foi para a Arábia. Ele nunca treinou fora de Portugal um grande clube na Europa. Nunca conquistou nada e está com 65 anos”, provocou o treinador gaúcho.
O Mister preferiu mostrar em campo, antes de responder o questionamento do técnico brasileiro. Aliás, fez em grande estilo após golear o Grêmio por 5 a 0, e em férias lá de Portugal, sem deixar de dar uma alfinetada.
"Eu achei que só poderia responder as críticas com trabalho, foi o que fiz. Renato também nunca saiu do Brasil, nunca ganhou um Brasileiro. Mas é um treinador querido no Brasil, antes de eu chegar era o número um", disse Jesus.
Renato sempre deixou claro que com o elenco do Flamengo, o time tinha obrigação de ganhar tudo. O rubro-negro não levou o Mundial de Clubes, mas foi o dono de 2019 com os principais títulos do Brasileirão e da Libertadores. Um time imbatível e que entrou para a história. Em 11 meses, o Mister virou sinônimo de revolução no país do futebol.
“O Flamengo gastou quase R$ 200 milhões em contratações. Parabéns para a diretoria do Flamengo que tem esse dinheiro e gastaram muito bem. Armaram um time muito forte, então eles têm obrigação de ganhar, sim. E é a mesma coisa o Palmeiras”, disse Renato Gaúcho em 2019, que amenizou a "obrigação" na apresentação.
“Obrigação é uma palavra muito forte. As pessoas precisam saber que todos os clubes querem ganhar. Quando se tem um elenco forte, as possibilidades são maiores”, afirmou agora o novo técnico rubro-negro.
Jesus foi também o responsável por Renato demorar a chegar no comando do Flamengo. O então número 1, teve que esperar ainda mais com o Grêmio patinando. Antes dele, o catalão Domènec Torrent e Rogério Ceni foram os eleitos. E claro, ambos sem o mesmo brilho de Jorge Jesus. Renato só assumiu agora o Flamengo por falta de opção. O sonho do clube carioca era um estrangeiro, mas a solução caseira com semana de Libertadores foi a opção mais barata e rápida.
Renato Gaúcho cobrava publicamente o maior técnico da história recente do Flamengo e, praticamente om o mesmo elenco, só que mais reforçado, não conseguiu fazer igual. Dos 11 titulares do brilhante super time de Jesus, apenas três não fazem mais parte do elenco: o zagueiro Pablo Marí, o lateral-direito Rafinha e o volante Gerson. Ele mesmo comparou o Flamengo à seleção brasileira, o seu próximo sonho, na primeira entrevista como técnico do rubro-negro.
Basta ver os números dos sucessores de Jorge Jesus. Ceni comandou o Flamengo em 44 jogos, com 59,3% de aproveitamento: 23 vitórias, 11 empates, 10 derrotas, 86 gols marcados e 55 sofridos. O brasileiro teve um aproveitamento menor que o de seu antecessor, o catalão Domènec Torrent: 64,1%.
Os números de Jorge Jesus foram inquestionáveis. O português marcou seu nome na história do futebol brasileiro. Com cinco títulos, o veterano deixou o rubro-negro com um marca impressionante de 81,6% de aproveitamento.
Com o melhor elenco do Brasil, só a vitória importava aos torcedores. No Rubro-Negro, a história é diferente. A cobrança é infinitamente maior. Chegou a hora de Renato mostrar o seu valor mas não conseguiu provar que é o técnico número 1 do Brasil. Não dá mais para se desculpar. Como ele mesmo disse sobre Jesus, com o time que o Flamengo tem, a obrigação é ganhar tudo.
E agora, Renato Gaúcho?
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