A resistência do elenco ao processo de trabalho ainda não é suficiente para o Flamengo demitir Paulo Sousa. Com três meses completos, o técnico passará a ser avaliado com mais afinco a partir dos jogos da Libertadores e Brasileiro. Mas há outros motivos que o seguram no cargo após vices da Supercopa e Carioca.
A primeira razão é que há um entendimento de que Paulo Sousa pode reverter o quadro atual, que se resume a atletas confusos e não tão mobilizados depois de muitas modificações na equipe. Para isso pode ser necessário que o técnico mantenha a filosofia de privilegiar os atletas que assimilam suas ideias melhor.
A outra explicação é que a diretoria não quer interromper mais uma vez um processo de implementação de um trabalho que visa reformular o elenco de forma gradativa. Já houve interferências importantes de Paulo Sousa para privilegiar jogadores mais jovens e deixar os veteranos em segundo plano.
Embora esta condução resulte em menos apoio, há no clube quem entenda que a consequência é natural e necessária. O problema é que Paulo Sousa não tem no elenco, ainda, jogadores de peso para substituir os atuais medalhões à altura.
O último, mas não menos importante motivo, é financeiro e político ao mesmo tempo. A diretoria do Flamengo não quer demitir mais um treinador - seria o quarto na sequência - e passar um atestado de incompetência na escolha. Tanto que Marcos Braz, vice de futebol, deu respaldo público a Paulo Sousa.
Nesse sentido, também há um contrato de dois anos com uma multa rescisória elevada para o caso de rescisão por parte do Flamengo. Paulo Sousa está respaldado e exigiu um valor que não o deixasse vulnerável, tal qual fez Doménec Torrent quando comandou o clube, que pagou R$ 12 milhões por sua demissão.
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