A vitória por 2 a 1 sobre o Santos na Vila Belmiro, com bom desempenho do time misto na maior parte dos 90 minutos, foi surpreendente pelo contexto da semana no Flamengo, com a viagem desgastante a Ibagué e a saída de Andreas Pereira, justo no melhor momento do meio-campista no clube.
Mas foi justamente neste setor que Dorival Júnior encontrou as melhores soluções, com Everton Ribeiro mais por dentro no 4-3-3, com Marinho aberto à direita, e Victor Hugo, meia atacante da base, executando uma função mais de articulação e combate. Ambos à frente de Thiago Maia, um dos destaques rubro-negros na Baixada Santista.
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Com os três pontos inesperados pelas circunstâncias, abriu-se um "clarão" de esperança para o Flamengo na temporada. Joga com vantagem no Maracanã contra o Tolima para chegar às quartas da Libertadores e tem uma tabela acessível até o fim do turno do Brasileiro: na Neo Química Arena contra um Corinthians que não se sabe como sairá da Bombonera, depois Coritiba e Juventude em casa, fechando contra o Avaí na Ressacada.
Evoluindo o desempenho e ganhando confiança por consequência, não é impossível somar dez pontos ou até alcançar as quatro vitórias que provavelmente alçariam o time ao G-4. E ainda há a possibilidade de virada no confronto da Copa do Brasil com o Atlético Mineiro, nem que seja com vantagem mínima e vitória nos pênaltis.
Algo inimaginável há pouco tempo, em que as eliminações no mata-mata pareciam certas e a luta no Brasileiro reduzida a ficar longe do Z-4. O time vai ganhando uma cara e ver Arrascaeta servindo Pedro e Gabigol na área para aproveitar rebote do goleiro no gol da vitória na Vila é uma para criar uma ponta de otimismo.
Logo após o jogo, a notícia de que o Flamengo fechou com Arturo Vidal. Depois de meses "cavando" nas redes sociais e um flerte com o Boca Juniors, a direção rubro-negra ofereceu um contrato até o final de 2023 para o meio-campista de 35 anos.
Mais um veterano no elenco criticado justamente pela alta média de idade. É claro que o ex-jogador da Internazionale, que há pouco tempo fazia ótima partida contra o Liverpool de Jürgen Klopp pela Liga dos Campeões, pode ser competitivo no futebol brasileiro. E nesse 4-3-3 de Dorival o encaixe das características do chileno no meio-campo, que perdeu Andreas, é até interessante.
Mas impressiona como o mercado do Flamengo é preguiçoso e midiático. Tirando as oportunidades por conta da guerra entre Rússia e Ucrânia, sempre nomes que pipocam em redes sociais e empolgam pela grife. Quase nunca uma boa sacada, um nome pinçado com cuidado depois do trabalho de scouting. Os últimos foram Pablo Marí e Fabricio Bruno.
O resto é vaidade de novo rico. Se não conseguiu "tirar" um jogador do Manchester United, agora foram atrás de um do Benfica e outro da Inter. Assim como na temporada passada, além de Andreas, os alvos foram David Luiz, ex-Arsenal, e Kenedy, emprestado pelo Chelsea. Muita pompa, mas quem funcionou de fato?
Marcos Braz/Bruno Spindel ainda terão que se mexer por um lateral direito e outro meio-campista, pelo menos. Um atacante para repor a longa ausência de Bruno Henrique também seria interessante. A menos que a dupla de dirigentes, de postura acomodada, populista e "econômica", conclua com a vitória na Vila com os reservas que esse elenco está de bom tamanho até novembro.
Aí o "clarão" citado acima pode ganhar novamente uma nuvem carregada de dúvidas. Entre Céu e Inferno. Típico do Flamengo.
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