Quando Flamengo e Fluminense entrarem em campo do Maracanã às 19h30 do próximo domingo, um outro duelo será travado nos bastidores do clássico. Com origens ligadas ao sul do país, os diretores executivos de futebol dos dois clubes farão um confronto gaúcho de dirigentes. O embate entre Rodrigo Caetano, do Fluminense, e Paulo Pelaipe, do Flamengo, no entanto, pode ser o último com as cores de Rubro-negro e Tricolor, já que ambos não vivem seus melhores dias e podem deixar os times no fim de 2013.

A briga não acontecerá somente dentro de campo. Os dois não vivem a melhor das relações em um passado recente. A dupla trabalhou em conjunto no time gaúcho entre 2005 e 2008. Nos dois primeiros Fla-Flu entre os gaúchos, Pelaipe levou a melhor, com duas vitórias, a última delas por 3 a 2, pelo 1º turno do Campeonato Brasileiro.

Rodrigo Caetano vive dias de tensão no Fluminense. O diretor passou a última semana conversando com o presidente Peter Siemsen sobre a possível demissão de Vanderlei Luxemburgo, que acabou não sendo concretizada. A falta de autonomia no cargo tem sido um dos principais motivos do desgaste na relação entre o dirigente e o Tricolor.

O responsável pelo futebol do Fluminense deve procurar novos ares em 2014 por conta própria, mesmo em caso de reeleição do presidente Peter Siemsen no pleito marcado para 23 de novembro deste ano. Um dos possíveis destinos de Rodrigo Caetano é o Vasco, clube onde trabalhou entre 2009 e 2011 e com o qual mantém boa relação.

Já Paulo Pelaipe respirava mais tranquilo no Flamengo após o surpreendente sucesso na Copa do Brasil. A paz, no entanto, durou pouco, já que a postura do dirigente tem causado irritação nos bastidores do Rubro-negro.

O episódio mais marcante envolvendo o cartola foi a recente discussão com um dos assessores de imprensa do clube no camarote da Arena Castelão, durante o empate por 0 a 0 com o Fortaleza pelo Campeonato Brasileiro. O embate quase terminou em agressão por parte do gaúcho.

Pelaipe convive com uma forte pressão para deixar o cargo promovida por membros da diretoria e conselheiros aliados à atual gestão. Além da briga com o assessor, outros episódios recentes ligados à sua postura fizeram com que o cartola voltasse a ser mal visto mesmo após ganhar força com a melhora nos resultados dentro de campo.

O contrato de Pelaipe com o Flamengo vai até o fim de 2013 e existem grandes chances de que ele não seja renovado. A seu favor, porém, o dirigente conta com o recente aumento de influência de Plínio de Serpa Pinto no futebol do clube. O vice-presidente de Relações Externas mantém boa relação com o cartola gaúcho, assim como o empresário Kleber Leite.

Dentro de campo, o dirigente superou as críticas. Uma de suas apostas para a temporada, o atacante Paulinho, cresceu de produção e hoje é um dos principais jogadores da equipe. A opção por manter Jayme de Almeida como técnico também tem se mostrado efetiva. Os êxitos ofuscaram o fracasso da contratação do meia Carlos Eduardo no começo do ano.