Fanáticos FC: flamenguista opera o estômago para voltar a vestir o 'manto'

6/11/2013 06:49

Fanáticos FC: flamenguista opera o estômago para voltar a vestir o 'manto'

Longe dos estádios por conta dos 193kg, capixaba faz cirurgia antes da semi da Copa do Brasil. Ele sonha voltar a torcer uniformizado: ‘Vai ser o dia mais feliz da minha vida’

Fanáticos FC: flamenguista opera o estômago para voltar a vestir o manto
Um torcedor do Flamengo louco para mostrar que a torcida não pesa tanto assim. Pelo menos, na balança. Em tempos de Walter em alta, um rubro-negro não mede esforços para deixar o apelido de Gordinho para trás. E justamente por conta do time do coração. Os 193kg que carrega diariamente no corpo nunca foram problema para o capixaba Fabrício Cypreste. Até o dia em que a obesidade passou a interferir em sua paixão. Camisas já não cabem mais, e os quilos em excesso o impediram de estar no Maracanã na noite desta quarta-feira para apoiar a equipe diante do Goiás. E é justamente para não passar mais por esta angústia que este fanático vai encarar a mesa de cirurgia no dia em que o Fla pode se garantir na final da Copa do Brasil.

O dia de decisão que mexe com milhões de rubro-negros espalhados ao redor do país começa tenso mais cedo para Fabrício. Logo no início da manhã, o web designer de 34 anos dá entrada no hospital em Vitória, Espírito Santo, para uma operação de redução de estômago. Intervenção que para muitos se faz necessária por questão de saúde, para outros por estética, mas que este capixaba só aceitou fazer quando viu abalada sua relação de intimidade com o Flamengo.

- O maior prazer que eu tenho na vida é o Flamengo. Toda minha alegria era viajar para acompanhar o Flamengo onde fosse. Nesse último ano, engordei muito e não consigo mais viajar. É uma tristeza muito grande. Nunca quis operar, mas vou ter que fazer isso pelo Flamengo. Hoje em dia, o desgaste é muito grande. Ainda mais agora, que os ônibus param muito distante do portão do Maracanã. Tenho que ir a pé, não consigo condução e chego no veículo da excursão quase enfartando. Estou perdendo meu único prazer. Fiquei maluco. Além disso, não consigo vestir o manto. Sempre que lança uniforme, eu compro todos e acabo dando de presente. Recentemente, comprei um monte de bonés, é a única coisa que consigo usar. As empresas não fabricam para gordo. Nada me perturba mais do que não poder acompanhar o Flamengo.



E se a dificuldade de locomoção foi o estopim para que Fabrício topasse passar pela cirurgia, o que mais o incomoda é não poder se sentir devidamente trajado para acompanhar o time do coração. Responsável pela embaixada do clube em Vitória, o torcedor nunca se privou de comprar camisas oficiais. Tê-las no corpo, entretanto, já é outra história. A última recordação de um uniforme que conseguiu vestir vem do longínquo ano de 1995, no centenário rubro-negro.

De lá para cá, o Flamengo já trocou de fornecedor de material esportivo três vezes, mas nenhuma das empresas disponibilizou tamanho compatível ao de Fabrício. A Olympikus até tentou confeccionar uma camisa especial, que, ainda assim, não coube. A solução ao longo do tempo tem sido mandar fazer camisas de malha nas cores do vermelho e preto.

- Quando eu puder vestir a camisa de novo, vai ser o dia mais feliz da minha vida. Olho as pessoas com calça, bermuda, camisa, essas coisas que não tenho a possibilidade de usar e o olho chega a encher de água. A camisa preta está linda. Estou louco para usar - diz.

A ansiedade é tão grande que Fabrício já até traçou uma meta: estar em forma no início de 2014. E o desejo é voltar em grande estilo: uniformizado para torcer nas arquibancadas e na Marquês de Sapucaí.

- A previsão é que eu perca 60% do sobrepeso já nos primeiros meses. No Carioca, já vou estar na ativa magrinho e vou desfilar na Imperatriz no Carnaval (a escola de Ramos homenageará Zico).

Enquanto conta as horas para operação (vinha fazendo uma regressiva em uma rede social há uma semana), Fabrício também controla os nervos para semifinal da Copa do Brasil. Mesmo ainda no hospital, o torcedor admite que terá dificuldade para se segurar durante a partida com o Goiás e promete fazer do local uma sucursal do Maracanã.

- Não tenho noção de como vou acompanhar. Não sei se vou conseguir me controlar. É capaz de sair correndo no corredor do hospital. Certamente, o pessoal da torcida vai aparecer para torcer comigo.

Viagem sem dinheiro e 'furada' no Sul

A decisão de passar por uma cirurgia para se aproximar do Flamengo, no entanto, é apenas mais uma das aventuras de Fabrício em nome da paixão pelo clube. Fanático, ele é daqueles torcedores que não poupam esforços para acompanhar as partidas ao vivo. Para o capixaba, o importante é estar presente, mesmo que não tenha a menor ideia de como voltará para casa, como aconteceu em 2011.

- Já repeti de ano na faculdade para ver jogo do Flamengo. É tanta loucura. Já fui sem dinheiro para Maceió ver o jogo contra o Murici, pela Copa do Brasil, e não tinha como voltar. Lá, o pessoal me hospedou, deu comida. Onde tem um flamenguista, eu tenho um irmão.

A solidariedade dos alagoanos Fabrício não encontrou no Rio de Grande do Sul. Ao acompanhar a equipe em um confronto com o Internacional, em Porto Alegre, o rubro-negro por pouco não passou por maus bocados com a torcida rival.

- Teve um caso no Beira-Rio que fomos escoltados pela polícia até o portão. Aí, o policial falou: "Gordinho, boa sorte". Eu respondi: "Como que eu vou correr daqui com esse tamanho? Pode me levar preso, da cadeia eu saio, mas não vou sair aqui, não".

Bem-humorado, Fabrício Cypreste ainda aproveitou o "último dia de obesidade" para provocar o gordinho da moda no Brasil: Walter. Vetado por um problema na coxa, o atacante do Goiás não estará em campo nesta quarta-feira.

- Mesmo com esse peso, corro mais do que o Walter se me colocarem em campo. Sabe como? A torcida me leva. Com aquele apoio, não tem como ficar parado.

Sem Walter como adversário e com Fabrício da torcida no hospital, o Flamengo recebe o Goiás, nesta quarta-feira, no Maracanã, pela semifinal da Copa do Brasil. Com a vitória por 2 a 1 no jogo de ida, o Rubro-Negro pode perder até por 1 a 0 que se garante na decisão contra Grêmio ou Atlético-PR. A repetição do placar a favor do Esmeraldino leva a partida para os pênaltis, enquanto vitória por um gol a partir de 3 a 2 ou por dois ou mais gols de diferença classifica o time do Planalto Central.

2374 visitas - Fonte: Globoesporte.com


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