Gabigol é contido por Rogério Ceni durante duelo entre Flamengo e Fluminense
Imagem: Maga Jr./Estadão Conteúdo

Rogério Ceni precisa parar a dupla Pedro-Gabigol, se quiser levar o São Paulo à primeira final de Copa do Brasil em mais de duas décadas. Vencer hoje à noite, no Morumbi, é crucial para as pretensões são-paulinas contra o Flamengo.



O time de Dorival Júnior está voando, dominando e destruindo quem aparece pela frente e, essencialmente, uma das receitas de sucesso é a dupla Pedro-Gabigol no ataque. Dupla que Rogério Ceni praticamente se recusou a usar na passagem dele pelo Flamengo - o fez em só quatro oportunidades e nem sempre desde início.


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Não vou aqui dizer que o trabalho de Ceni no Flamengo foi ruim, e menos ainda basear a avaliação neste simplismo de ter ou não ter escalado a dupla de ataque que muitos queriam ver. Rogério foi campeão brasileiro no Flamengo e me parece que ocorreu ali muito mais um conflito de estilos, de jeitos de ser, do que um problema de falta de competência.

Mas o fato é que Ceni deu poucas chances para a dupla funcionar. "Não houve tempo para treinar", justificava algumas vezes. Dorival tampouco teve tempo. Rogério preferia o time com um jogador aberto e, na ausência de Bruno Henrique, usou Michael. Quando treinava, treinava assim. Era uma questão de prioridades. Ele também falou, em entrevista para o UOL, a seguinte frase: "Não é impossível Pedro e Gabriel jogarem juntos, desde que marquem".

Dome e Renato Gaúcho, além, claro, de Paulo Sousa, tampouco usaram a dupla Pedro-Gabigol como deveriam. Cada um terá um álibi para isso. Eu digo que todos eles, todos mesmo, tiveram várias chances de fazer a dupla acontecer. Mas só Dorival o fez.

No Flamengo, pois, o jeito de Rogério Ceni "parar" a dupla foi não usá-la (contém ironia). Hoje, no Morumbi, eles não estão mais do mesmo lado, estão em lados opostos. Não cabe mais a Rogério decidir se eles jogarão juntos e a má notícia para ele é que a dupla está funcionando - a tal ponto de Pedro estar quase carimbando passaporte para a Copa do Mundo.

Com toda a movimentação que vemos no ataque do Flamengo, a melhor maneira de o São Paulo tentar pará-los será com uma marcação em zona. Ou seja, jogadores que literalmente tomem conta de pedaços do campo. Individualmente, seria um erro tentar marcá-los.

Sem Miranda, como manter um sistema com três zagueiros? Provavelmente, pelo que Muricy Ramalho falou ontem no programa "Encontro de Craques", no Bandsports, Rafinha aparecerá na linha de trás ao lado de Diego Costa e Léo. O que logicamente é um risco, pois é um jogador de baixa estatura e que nunca foi um primor defensivo. Imaginem Pedro recebendo bolas altas, para fazer o pivô, em cima de Rafinha? Seria uma aposta do São Paulo na experiência.

Gabigol gosta de cair muito pela direita e será importante Reinaldo estar atento ao setor - não é muito a dele. Será, no mínimo, desafiador. Voltar a uma linha de quatro atrás poderia ser uma opção.



Jogando em casa, no Morumbi, o São Paulo ganhou todos os jogos que fez de mata ou mata-mata na temporada. Manter os 100% de aproveitamento é uma missão que passa menos por atacar, o que acontecerá naturalmente pelo fator casa, e mais por defender. Parar a dupla que Rogério não quis usar, mas que tem feito Dorival e o Flamengo voarem desde junho.

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