Bruno Henrique saiu lesionado na partida contra o Cuiabá, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro
Imagem: MARCELO DE MELO/AGÊNCIA F8/ESTADÃO CONTEÚDO

A fisioterapia até que tentou, mas não foi possível evitar uma nova artroscopia no joelho esquerdo de Bruno Henrique. Com uma séria lesão multiligamentar, o jogador já havia sido alertado pelos médicos do Flamengo sobre a possibilidade desta outra cirurgia e, embora tenha que lidar com a frustração, sabia que isto poderia acontecer, de acordo com apuração do UOL Esporte.



Passados três meses da primeira intervenção cirúrgica, o cenário ideal era que o atacante já pudesse estar com uma amplitude de flexão do joelho melhor, mas o atleta ainda encontra dificuldades neste sentido por causa do que a medicina chama de "fibrose cicatricial", que é uma espécie de cicatriz interna, de certo modo comum após estes tipos de cirurgias.

Com o novo procedimento, os médicos limparão esta área e a tendência é a de que Bruno Henrique acelere o desenvolvimento dos movimentos, algo que faz com que, por exemplo, o departamento médico do Flamengo mantenha o prazo inicial de retorno aos gramados, que foi estipulado entre 10 e 12 meses.
A nova artroscopia será feita pelo mesmo médico da anterior, o cirurgião Luiz Antônio Vieira, que ao site oficial rubro-negro justificou ontem (29) a intervenção:

"O Bruno passou por uma cirurgia complexa de reconstrução dos ligamentos cruzado anterior, colateral lateral e do canto posterolateral. O tipo de reconstrução realizada fez com que precisássemos deixá-lo imobilizado por seis semanas, com poucos movimentos. Sabemos que isso favorece uma produção de aderência na articulação. Ele atualmente se encontra com o joelho estável, boa extensão, mas na questão da flexão ainda precisamos de evolução. Como está com três meses, indicamos uma artroscopia para liberar aderências da região e manipularmos o joelho para que alcance a flexão total da articulação".

O UOL Esporte consultou o ortopedista e traumatologista da Casa de Saúde São José (RJ), Alexandre Pallottino, para que ele detalhasse essas explicações dadas pelo Flamengo.

"Pelo diagnóstico, foi uma cirurgia extensa dentro do joelho e isso pode causar uma cicatrização mais exacerbada. Como tiveram vários locais de reparo, acontece uma cicatriz. Essa cicatriz que vemos na pele, mais grossa, pode acontecer dentro da articulação, e aí, quando tem essa cicatriz mais excessiva, se faz um bloqueio do ato do movimento, que é a limitação da extensão e flexão", disse Pallottino, complementando:

"Então, pode acontecer desses pacientes serem submetidos a uma liberação cirúrgica. Na verdade colocamos em sala, fazemos um procedimento pequeno, que é uma artroscopia, onde se retira essa cicatriz de dentro do joelho e o manipula, solta-se o joelho, dobra e estica para que ele recupere o arco do movimento".

A lesão de Bruno Henrique aconteceu no dia 15 de junho, na partida contra o Cuiabá, no Maracanã (RJ), pelo Campeonato Brasileiro.

Lives de games para se distrair

Afastado dos gramados desde junho, Bruno Henrique encontrou nos games e nas transmissões ao vivo uma espécie de refúgio durante o período de recuperação no Flamengo. O camisa 27 criou um canal na plataforma "Twitch" e, além de estar próximo de uma antiga paixão, também consegue interagir com os torcedores.

Além do gosto pelo futebol, Bruno Henrique também sempre demonstrou curtir a ação dos games "Counter-Strike" e "Call of Duty", jogando online e offline com os irmãos e alguns amigos já há bastante tempo.

Com a Twitch — serviço de streaming de vídeo ao vivo —, passou a acompanhar ainda mais de perto os jogadores destas plataformas e até fez amizade com alguns virtualmente, praticando com eles em horários fora da agenda do elenco rubro-negro.

Apesar de ter feito um investimento em equipamentos para a empreitada, alguns, inclusive, a partir de indicação de outros streamers, e vir se dedicando, a ideia é curtir e estreitar os laços com os torcedores.

Fala galera hoje tem meu primeiro dia da minha live na @TwitchBR.
Daqui a pouco estarei online https://t.co/7f0O0okWUo.
Espero vocês lá ???

— brunohenrique 2??7?? (@Brunohenrique) July 23, 2022

O jogador até foi procurado para um uso comercial do canal, mas recusou as investidas. Dentre os pontos analisados, é justamente ver a iniciativa como um divertimento, sem obrigações de publicações temporais ou coisas do tipo.

Bruno Henrique vê o canal como uma forma de passar o tempo e também de interagir enquanto não pisa novamente no campo. Além disso, aproveita este momento para arejar um pouco a cabeça durante o período de recuperação, que significa também um desgaste físico e mental.

Pouco tempo com Dorival
A lesão de Bruno Henrique aconteceu quando Dorival Júnior fazia apenas a segunda partida à frente do time, e a primeira após um período de treinamento — a estreia, diante do Internacional, foi horas após o primeiro contato do treinador com o elenco.

No setor ofensivo, o time considerado titular tem tido Arrascaeta, Everton Ribeiro, Gabigol e Pedro. Reforço no início do ano e novidade na janela de transferência mais recente, respectivamente, Marinho e Everton Cebolinha são outras opções. Recentemente, o Fla vendeu o jovem Lázaro, que também vinha sendo utilizado, ao Almería, da Espanha.

Na atual temporada, o camisa 27 fez 23 jogos, três gols e oito assistências. Apesar de estar em recuperação, o atacante tem acompanhado de perto os companheiros e se fez presente em alguns jogos.

Rodrigo Caio também vive drama

Bruno Henrique não é o único jogador do Flamengo que tem passado momentos difíceis por causa de lesão. O zagueiro Rodrigo Caio, por exemplo, convive ainda mais tempo com problemas relacionados aos joelhos e também passou por uma nova cirurgia na última terça-feira (27).

Como o prazo de recuperação é entre seis e oito semanas, o jogador não estará mais à disposição do Flamengo na temporada, que se encerra no dia 14 de novembro.

O defensor se lesionou no dia 10 de julho, na derrota por 1 a 0 fora de casa contra o Corinthians pelo Brasileirão. Inicialmente, o clube havia descartado o procedimento e adotado um tratamento conservador, mas, como o incômodo do atleta não melhorou, o procedimento foi realizado.



O cirurgião Max Ramos, acompanhando pelo Gerente de Saúde e Alto Rendimento do Flamengo, Márcio Tannure, foram os responsáveis pela cirurgia, que reparou o menisco medial.

Esta foi a segunda cirurgia que o jogador realizou no ano, pois ainda em janeiro precisou ser operado por causa de uma inflamação no joelho direito. Com isso, ele fez apenas 12 jogos na temporada, ficando os 90 minutos em campo em apenas sete ocasiões.

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