Rodolfo e Rafinha terão muita concorrência (Foto: Alexandre Loureiro/Montagem)

Uma disputa entre pratas da casa no setor ofensivo da equipe profissional. Esse é o cenário atual no Flamengo. Rodolfo e Rafinha, titulares contra o Quissamã, terão agora concorrência de Mattheus e Adryan, que voltam a ser opção após a desastrosa campanha da Seleção Brasileira sub-20 no Sul-Americano da categoria.

Enquanto não chegam reforços, Dorival Júnior tenta achar a solução dentro do próprio clube. O técnico gostou do que viu de Rafinha e Rodolfo no sábado.

– Os dois foram bem na estreia, ainda não estão 100%. Subiram há pouco, mas nos surpreenderam positivamente – garantiu o treinador.

Vestindo pela primeira vez a camisa do Flamengo como jogador profissional, o meia Rodolfo sentiu os primeiros minutos, mas conseguiu fazer uma boa estreia.

– Quando entrei em campo, confesso que fiquei meio aéreo, olhando à minha volta. Mas foi a bola rolar para eu voltar a me concentrar no jogo. A assistência, no inicio da partida, me deu ainda mais tranquilidade para fazer uma boa estreia – comemorou o meia.

O outro estreante Rafinha ficou emocionado com o apoio que recebeu da torcida e espera sentir esse carinho mais vezes.

– O que mais me marcou, e vou lembrar para sempre, foi a reação da torcida quando fui substituído. Na hora que os torcedores começaram a gritar meu nome e me aplaudir, passou muita coisa pela minha cabeça. Vou ralar muito para esse momento se repetir outras vezes – disse o atacante.

Mattheus e Adryan, que tiveram chances em 2012, se reapresentam nesta segunda-feira no Ninho do Urubu e terão de suar a camisa para reconquistar a confiança de Dorival, já que saíram atrás de Rafinha e Rodolfo neste início de temporada.

Adryan
Assim que estreou entre os profissionais, em 2011, conquistou o carinho dos torcedores do Flamengo. Alternou entre jogos bons e ruins nas competições em que participou. É um meia que vai muito ao ataque e acaba querendo resolver as jogadas sozinho. Criticado por desperdiçar muitas chances de gol.

Mattheus
Filho de Bebeto, chegou aos profissionais do Flamengo no ano passado. Ganhou a primeira oportunidade com o técnico Vanderlei Luxemburgo. Disputou alguns jogos com a Seleção Brasileira Sub-20. É versátil, chega com facilidade ao ataque e tem potência no chute. Às vezes, porém, prende muito a bola e não dá o passe.

Rafinha

É veloz quando chega ao ataque, tem facilidade para driblar os adversários. Atua bastante pelas laterais do campo, apoiando os demais setores do Flamengo. Diante do Quissamã, ficou um pouco afobado nas conclusões das jogadas, algo que precisará melhor com o passar do tempo.
Rodolfo

Possui muita velocidade e tem boa visão de jogo. Ao lado de Ibson, na partida contra o Quissamã, conseguiu organizar o meio de campo do Flamengo e fazer ligação rápida para as jogadas ofensivas. Por outro lado, perdeu algumas bolas fáceis. Foi o primeiro jogo que fez como profissional do Rubro-Negro.

COM A PALAVRA
Carlos Brazil
Coordenador das categorias de base do Flamengo
É preciso repensar a preparação da base

"Mattheus, Adryan, Rodolfo e Rafinha são muito bons jogadores. Fizeram um bom trabalho nas categorias de base do clube e chegaram ao profissional por méritos próprios. O Rodolfo e o Rafinha foram titulares na Copa São Paulo de Futebol Júnior e os outros dois estavam com a Seleção sub-20.

Mas as coisas não são tão fáceis como parecem. As pessoas não veem que o mundo atual pressiona cada vez mais esses meninos. Na internet, a mídia expõe muito cedo esses jovens. O clube faz de tudo para a melhor preparação dos atletas, porém, ficam muito pouco tempo dentro do clube. Quando vão para suas casas, são assediados mais precocemente por empresários.

Muitos ainda não estão preparados psicologicamente. Teríamos que fazer algo como o Barcelona faz. Lá, os atletas dormem no clube, e recebem tudo lá dentro.

Por causa da Lei Pelé, os clubes precisam fazer contratos com salários elevados para não perder esses jogadores, e isso pode prejudicar o futuro deles."