O cartão de visitas foi dado logo no clássico. Nicolás Laprovittola conduziu o jogo com segurança, cadenciou quando foi preciso, acelerou na hora certa, encontrou companheiros em melhores posições e, quando encontrou uma brechinha, também aproveitou para colocar alguns pontos na conta. Diante do Brasília foram 22, suficientes para alçá-lo à condição de cestinha da partida de estreia do NBB 6 e arrancar aplausos da torcida do Flamengo. Deixou a quadra com o mesmo semblante tranquilo com que pisou nela. A missão na partida em que experimentou pela primeira vez a maior rivalidade do basquete brasileiro na atualidade estava cumprida. O que ele não esperava era que sua atuação fosse render também elogios de um compatriota ilustre.

Do camarote da Arena da Barra, Rubén Magnano, técnico da seleção brasileira, acompanhou com atenção a movimentação do armador de 23 anos, que defendeu a Argentina na Copa América da Venezuela. A maneira como o Rubro-Negro jogou para superar a ausência de três de seus titulares foi considerada inteligente pelo treinador. Mas foi Laprovittola quem mereceu um parêntese especial.

- Ele teve uma grande atuação, conduzindo de maneira interessante o time. Fez parecer que tinha uma quantidade de anos já na equipe. Ele jogou e fez o time jogar. Foi uma contratação muito boa. Pela situação de não ter três jogadores, tinham que colocar muita confiança nos outros e atuar de forma inteligente, aproveitando espaço e o tempo. A partida foi muito interessante - disse Magnano.

Ao tomar conhecimento das palavras do técnico, responsável por levar a Geração Dourada de seu país ao vice-campeonato no Mundial de Indianápolis 2002 e ao ouro nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004, Laprovittola parecia sem jeito. Levou a mão ao pescoço, baixou a cabeça e abriu um grande sorriso.

- É um orgulho Rubén falar assim de mim... Para os argentinos ele significa muito por tudo o que fez. Acho que a equipe deu 100% hoje. Todos se ajudaram e temos que fazer isso em todas as partidas. Sabíamos que tínhamos limitações, que precisávamos marcar bem. Conseguimos bloquear bem o Guilherme Giovannoni. Jogamos bem, e a equipe, assim como o Neto, está me ajudando muito nessa adaptação - afirmou.

A ansiedade para disputar pela primeira vez o clássico dos campeões do NBB passou. A rivalidade, que até então só conhecia pelo que tinha lido na internet antes de se mudar para o Brasil, Laprovittola sentiu na pele neste sábado. Gostou.

- A gente sente que é um jogo especial. Acho que vai ser sempre assim. Estou contente por ter vencido o meu primeiro clássico contra eles.