Eduardo após a final da Libertadores, no estádio Monumental, em Guayaquil — Foto: Reprodução


O Flamengo foi campeão da Libertadores há cinco dias. Já até jogou no Rio diante de sua torcida. O Brasil já tem um novo presidente eleito. Mas um torcedor do clube, Eduardo Mendes Marques, de 39 anos, ainda está tentando voltar para casa após assistir à vitória do seu time em Guayaquil, no Equador. E não tem perspectiva pra esse retorno.



Segundo ele, as autoridades de imigração do Peru não o deixaram embarcar de volta ao Brasil porque seu passaporte não estava carimbado com a entrada no país.

Para entender o problema, é preciso explicar a saga de Eduardo para chegar até Guayaquil, no Equador. Ele foi de avião do Brasil para Lima, no Peru, e de Lima para outra cidade peruana, Piura, também de avião. De lá, pegou um ônibus para Guayaquil. No retorno, ao cruzar a fronteira do Equador novamente para Piura, também de ônibus, seu passaporte não foi carimbado, embora ele afirme que tenha passado regularmente pelo setor de imigração.

- Eu fiquei na fila, apresentei meu passaporte e me liberaram. O amigo que estava comigo fez a mesma coisa. Carimbaram o dele, mas o meu não. Não vi na hora. Só soube que estava sem carimbo quando estava embarcando de Lima para Santiago (Chile), para depois voltar ao Brasil", contou Eduardo ao blog.

Depois disso, a situação só piorou. Ele conta que foi encaminhado à polícia peruana no aeroporto que lhe entregou um documento dizendo que ele passaria a ser formalmente investigado. Isso aconteceu na última segunda-feira e, desde então, Eduardo tenta provar que entrou regularmente no país.

No documento policial (abaixo, editado para não revelar dados pessoais), as autoridades dizem que Eduardo está em "situação migratória irregular por entrar no país sem realizar controle migratório e não haver solicitado sua regularização".

O primeiro passo foi ir ao departamento de imigração peruana. Mas ao chegar ao local foi informado que o atendimento para casos como o dele é feito com agendamento e só havia horário disponível para fevereiro.

Ele, então, buscou a Embaixada brasileira em Lima. Segundo ele, não conseguiu ser atendido. Ao explicar a situação para a pessoa que cuidava do portão da embaixada, ouviu que o problema deveria ser resolvido com as autoridades peruanas.

No momento em que Eduardo falava com o blog (no início da tarde desta quinta-feira), ele estava preenchendo um formulário para tentar agendamento com a imigração.

- Eu tô preenchendo este formulário, mas não sei se vai resolver. Pediram uns dez documentos e estou aqui com as cópias. Uma pessoa que me atendeu disse que era para eu sair do jeito que eu conseguisse. Você não consta no nosso país, então, dá um jeito de sair dessa forma, me disse o agente. Eu não posso sair ilegalmente. Eu entrei de forma legal, preciso sair de forma legal.

Eduardo é morador do Riachuelo, na capital do Rio. Trabalha como analista financeiro e tem três filhos, dois meninos, de 19 e quatro anos, e uma menina de dois.



- Tô morando num hostel. A situação está muito complicada.




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