Everton Ribeiro é o capitão do Flamengo — Foto: Fred Gomes


Jogador com mais tempo de casa dentro do atual elenco, ídolo histórico e agora capitão solo com a saída dos Diegos, Everton Ribeiro tem neste sábado, contra o Palmeiras, na Supercopa do Brasil, a chance de levantar seu 12º título com a camisa do Flamengo.



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Em longo papo com o ge, Everton abordou de tudo desde o iminente novo capítulo da rivalidade recente com o Palmeiras ao desejo rubro-negro pelo mundo de novo. Renovação de contrato, planos futuros e Copa do Mundo também estiveram em pauta. Você assiste à entrevista com o camisa 7 no Globo Esporte deste sábado.

Com praticamente todas as conquistas possíveis no currículo, Everton não tem dúvidas de que encarar um adversário do tamanho do Palmeiras permite ao Flamengo aumentar seu nível de competitividade e também um olhar para si próprio mais detalhado a respeito de seus pontos fortes e fracos para a disputa do tão sonhado Mundial de Clubes.

- Por um lado é bom que a gente já vai ver o nosso nível. Temos o Mundial pela frente, que também é o nosso grande sonho, nossa segunda chance, e estamos confiantes no trabalho que estamos fazendo, nos preparando bem. Se a gente perder, a pressão é normal, estamos no Flamengo, a gente sabe que tem que vencer. Mas estamos confiantes para fazermos um grande jogo (contra o Palmeiras) nesse novo trabalho do Vítor Pereira - disse Everton, em entrevista exclusiva.

O "novo trabalho de Vítor Pereira" citado acima tem sido captado rapidamente pelo grupo, de acordo com a visão do capitão rubro-negro. O camisa 7 vê o comandante como um profissional direto em suas orientações.

- Não está sendo muito difícil, ele sabe explicar o que quer, já tem um pouco do trabalho dele. É importante poder vencer do jeito que ele pede, então isso já mostra que a nossa equipe está assimilando bem. Agora tem um jogo importante que a gente espera que dê certo no final.

- O Vítor está tentando buscar o melhor de cada jogador, perguntando o que cada um prefere, para que cada um se adapte logo. Conversa diariamente com a gente, ele é mais reservado, mas sempre procura saber como o jogador está se sentindo na posição.

Muito identificado com o Flamengo, Everton está em fim de contrato com o clube - o atual vínculo vence em dezembro. Tal panorama poderia causar preocupação no torcedor rubro-negro, e uma história com 335 jogos, 43 gols marcados e praticamente todas as taças possíveis estaria se aproximando do fim? O camisa 7 não acredita e nem tem pressa de começar a debater a renovação.

Feliz dentro do clube, com a família adaptada ao Rio de Janeiro e de ótimo relacionamento com a diretoria, o atleta de 34 anos acredita em mais anos com a camisa do "Mengo", clube pelo qual os filhos Antônio e Augusto não cansam de gritar.

- Não, ainda não começou (conversa sobre renovação). Como eu falei no começo do ano, ainda temos um longo ano pela frente, são várias competições importantes. Acho muito difícil a renovação se tornar um problema. Tenho uma boa relação com a diretoria, então estou focado agora nessas competições e na hora certa vamos conversar e vai dar tudo certo.

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- Eu acho que é um jogo mais difícil, porque é o primeiro jogo mais importante da temporada, todo mundo buscando o seu melhor ainda para evoluir. A equipe mais organizada geralmente sai na frente, é nisso que a gente vem treinando para diminuir os erros e encontrar os espaços lá na frente. Vamos tentar fazer isso com o Palmeiras, que é uma grande equipe e que vem disputando com a gente nos últimos anos.

Algum desejo por revanche em relação à Libertadores de 2021 ou não tem nada a ver?

- Não, cada jogo tem sua peculiaridade, e vamos focar muito bem nesse jogo para começar bem a partida. Vai ser um grande teste para o Mundial e vale taça. Então, temos que ficar atentos a todo momento.

Copa do Mundo

- Foi a realização de um sonho estar no centro do futebol com os melhores de cada país, uma competição muito curta, que não tem muito tempo para erro. Então acho que é isso que a gente leva, nós aqui temos uma temporada com muitos jogos decisivos, e eu posso ajudar aqui falando mais dos detalhes para a gente conseguir conquistar os títulos.

Já superou eliminação?

- Foi um baque, a gente não esperava, estávamos com bastante confiança, a equipe vinha muito bem. Nós queríamos conquistar o objetivo de ser campeão, mas o futebol é assim. Às vezes em um lance acaba desorganizando um pouco e sofrendo um gol, e a gente não tem como voltar atrás. Acabamos ficando fora, infelizmente, mas agora nessa volta ao Flamengo a gente volta a brigar por títulos. São muitos jogos importantes, e isso me motiva a poder estar defendendo o manto sagrado.

Como inicia o ano fisicamente, já que se reapresentou após os demais devido à participação na Copa?

- A gente parou um mês depois deles praticamente, mas vale a pena porque estou fazendo o que eu gosto. Estou onde eu amo estar, próximo de uma final, lógico que não é o ideal, o 100%, mas já estou próximo dos meus companheiros.

Tempo de Flamengo e história construída

- Estou indo para o meu sétimo ano aqui no Flamengo, tenho uma história que, quando vim, eu sonhava em construir. Hoje é maior do que eu esperava. Agradeço ao Flamengo, que nos dá essa estrutura maravilhosa para trabalhar. E a cada título a responsabilidade aumenta, e a minha vontade de ganhar aumenta também. A gente espera que a gente possa continuar levantando taças, porque é isso que nos mantêm aqui que e nos mantêm vivos para conquistar mais coisas.

Você está perto de completar 34 anos, mas ainda tem lenha para queimar. Acredita que o Flamengo será seu último clube?

- Ainda acho que é cedo, ainda tenho muito tempo para ter a minha carreira para frente. Mas, sem dúvidas, é a equipe em que eu mais joguei e mais fiquei tempo na carreira. É uma identificação muito grande, eu gosto muito de estar aqui, estou em casa e feliz. E espero poder continuar levantando taça.

Quais são os títulos mais marcantes (Everton conquistou Libertadores, Brasileiro, Copa do Brasil, Supercopa do Brasil, Recopa Sul-Americana e estadual)?



- As Libertadores, né? A primeira porque fazia muito tempo que o Flamengo não ganhava, ainda mais com a maneira que foi. Eu acabei empolgando ali falando que acabou (risos) e ainda tinha alguns minutos. Tive que segurar aqueles minutos (risos) - no segundo gol de Gabigol contra o River, Everton faz um gesto com os braços e grita acabou.

- E depois a segunda Libertadores também. Era um desejo meu de viver aquilo com meus filhos. A Copa do Brasil com o Flamengo eu também não tinha. Viver dentro do Maracanã foi inesquecível, bater o pênalti ali diante da nação em um jogo decisivo não é fácil, mas eu acabei convertendo. Isso ficou marcado para mim. Tem também os brasileiros, que hoje eu tenho quatro, muito pelo o que fizemos no Flamengo.



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