Foto da entrada de energia do contêiner do Ninho do Urubu já sem o fio
Imagem: José Augusto Bezerra

Eduardo Bandeira de Mello pediu que as acusações de José Augusto Bezerra publicadas pelo UOL sejam apuradas "com rigor". O ex-presidente do Flamengo foi um dos indiciados no caso do incêndio no Ninho do Urubu.



Bezerra diz que Reinaldo Belotti, CEO do Rubro-Negro, mandou um funcionário arrancar partes de uma instalação elétrica problemática enquanto a investigação das causas do acidente ainda acontecia.


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Bandeira de Mello atualmente é deputado federal pelo PSB-RJ e foi presidente do clube em dois mandatos, entre 2013 e 2018.

O incêndio, que aconteceu em fevereiro de 2019, deixou 10 jovens que atuavam na base mortos e outros três feridos.

Procurado pelo UOL, Bandeira ressaltou que o que aponta José Bezerra tem de ser "avaliado pelas autoridades competentes".

Eu não era mais o presidente do Flamengo desde dezembro do ano anterior. Não sei de detalhes sobre o que aconteceu e seria leviano falar qualquer coisa. Acho que essa, como qualquer outra denúncia, deve ser apurada com rigor e avaliada, se acharem pertinente, dentro do processo. Isso tudo [acusações de Bezerra] tem de ser avaliado pelas autoridades competentes. Como cidadão, e como rubro-negro, espero que isso seja tratado com isenção, com competência, como deve ser qualquer coisa relacionada ao assunto Bandeira de Mello, ao UOL

Bandeira foi questionado pelo UOL sobre a CBI, empresa contratada ainda durante a gestão dele para fazer a manutenção das instalações elétricas. Esse serviço incluía troca de disjuntores e eliminação de "gambiarras" — o termo consta no orçamento do reparo.

A proposta da CBI foi aprovada e paga pelo clube, como demonstram notas fiscais obtidas à época e publicada pelo UOL em setembro de 2020, mas o trabalho não foi realizado.

"Praticamente um ano depois, em 8 de fevereiro do ano seguinte, 2019, o acidente é causado por essa falta de manutenção. O Flamengo pagou à CBI para fazer as manutenções, e a CBI nunca encostou em nada. Eles receberam pagamento com nota fiscal, com depósito em conta", aponta José Bezerra.

O ex-mandatário do Flamengo afirma que tomou conhecimento do caso através da reportagem. Ele alegou que, para as instâncias superiores da diretoria, o serviço havia sido feito e prova disso é que o orçamento tinha sido quitado.

O conhecimento que tomei sobre a questão desta empresa foi através da reportagem de vocês. Até estranho que isso não tenha sido levado em consideração no processo. A matéria que vocês fizeram lá atrás foi ignorada. Mas, pelo que estou me lembrando, foi uma empresa que teria sido contratada para fazer um serviço, o serviço foi medido e pago pelo Flamengo, mas depois se mostrou que ela não teria prestado o serviço Bandeira de Mello



Acho que essa é mais uma questão que deveria ser apurada. Acho que tudo indica que a administração superior do Flamengo, digo departamento financeiro... Enfim, foi informado que o serviço tinha sido prestado. Tanto que o serviço foi pago. Se houve qualquer coisa diferente disso, não deve ser difícil de apurar Bandeira de Mello