Rentável para os clubes por conta das cotas televisivas, o Campeonato Carioca começou 2013 repetindo o baixo público dos anos anteriores. As oito partidas da primeira rodada levaram 26.800 presentes aos estádios, média de 3.350 por jogo. Um dos motivos para o desinteresse também se repetiu: times ainda em pré-temporada, poucos astros em campo e a ausência do Maracanã.

O jogo com maior público na primeira rodada da Taça Guanabara aconteceu na vitória por 2 a 0 do Flamengo sobre o Quissamã, sábado, no Engenhão. 9.839 pessoas acompanharam a partida. Já o empate por 0 a 0 entre Olaria e Audax contou com 433 testemunhas, menor público da rodada – a partida entre Resende e Madureira não teve venda de ingressos.

O Vasco, que levou 5.703 torcedores ao estádio na vitória por 3 a 0 contra o Boavista é uma das equipes que considera positiva uma possível alteração na fórmula, com redução dos jogos.

"Existem coisas que precisam de análise. De repente, os grandes já podem entrar em uma fase eliminatória. Mas isso deve ser pensado. Vale uma mudança de estrutura. Essa situação pode melhorar e precisa ser estudada. Mas também existem coisas boas. A história das multas por cartão amarelo é um ponto positivo”, disse o diretor executivo René Simões.

Nem todas os clubes, porém, reclamaram da primeira rodada e do formato do torneio. O Flamengo considerou o público satisfatório para o início da temporada.

“O público e renda da primeira rodada foram maiores do que em qualquer partida do Flamengo contra times pequenos disputada no Engenhão no ano passado. Nós avaliamos como bons estes números e esperamos contar cada vez mais com a torcida. Neste ‘novo Flamengo’, o apoio da torcida é fundamental”, declarou Fred Luz, diretor de marketing.

Sem estrelas
Nada de Seedorf, Fred ou Elias. O Estadual começou com times ainda em formação e muitos jogadores poupados. Quem mais escalou reservas na abertura do torneio foi o Fluminense, que tem um planejamento priorizando a Copa Libertadores, mas mesmo assim conseguiu vencer o Nova Iguaçu por 2 a 0. A estratégia – com algumas exceções – seguirá até o clássico contra o Botafogo, na terceira rodada.

“Não fomos brilhantes, mas o objetivo era não levar gol e vencer: conseguimos. O importante é que seguimos o planejamento e não vamos mudá-lo, não vou fugir dele”, explicou o técnico Abel Braga.

No Botafogo, o ídolo Seedorf ainda não estreou, já que ganhou um período maior de férias e ainda se prepara fisicamente. No Flamengo, os reforços apresentados – Elias, Gabriel e João Paulo - também buscam o melhor condicionamento. Já o Vasco, que sofreu uma grande reformulação, aposta em jogadores menos badalados aliados aos remanescentes de 2012.

Jogadores apostam em desempenho para elevar público
Enquanto dirigentes pedem novas fórmulas e os presidentes aguardam pelo retorno do Maracanã, os jogadores tentam fazer sua parte. Para o meia Wagner, autor dos dois gols do Fluminense na primeira rodada, com jogos bonitos e goleadas, a tendência é que os torcedores se interessem mais pelas partidas do Campeonato Carioca.

“O que a gente tem que fazer é apresentar um bom futebol, cabe aos jogadores mudar este pensamento. Vencendo e convencendo, a gente fará o torcedor comparecer mais. Sabemos que tem a chuva, locomoção e o ingresso, é complicado. Entendemos o lado torcedor, mas dentro do campo não pode deixar a bola cair”, disse o meia do Fluminense.

Mesma opinião tem o volante Fillipe Souto, contratado recentemente pelo Vasco. "Acho que tudo melhora quando o time vai bem. A torcida do Vasco é fanática e costuma apoiar a equipe. É lógico que estamos no início da temporada e tudo isso influencia. Nosso time entra em campo para vencer independente das condições", encerrou.

Na segunda rodada, Flamengo e Botafogo jogarão na parte da tarde, em dias de semana. Expectativa de novos públicos ruins e arquibancadas vazias.

*Colaboraram Pedro Ivo Almeida e Vinícius Castro