Com perdão ao trocadilho, o bicho está pegando. Às vésperas do primeiro jogo decisivo pela Copa do Brasil contra o Atlético Paranaense, amanhã, no Estádio Durival de Brito, jogadores do Flamengo e diretoria ainda têm contas a acertar.

O vice de futebol, Wallim Vasconcellos, retarda a decisão sobre a premiação pela conquista à espera do resultado da partida de ida, o que já criou insatisfação no elenco. Os líderes Elias, Chicão, André Santos e Felipe, todos ex-Corinthians, torceram o nariz.

Para socorrer o dirigente, desembarcarão hoje em Curitiba os vices de marketing, Luiz Eduardo Baptista, e de finanças, Rodrigo Tostes, figuras raríssimas em meio aos profissionais do futebol, mas com voz ativa em todas as decisões estratégicas. Desde a partida contra o Goiás, pela semifinal, a demora na definição da premiação deixa os atletas descontentes.

O clube, que aumentou o preço da final no Maracanã para R$ 250 alegando necessidade de fazer caixa para investir no futebol, já vendeu mais de 40 mil ingressos para o jogo de volta, o que garante uma receita de, pelo menos, R$ 4 milhões. A premiação da CBF pelo título da Copa do Brasil é de R$ 3 milhões.

A ideia da direção é definir a premiação em R$ 1 milhão, o que é visto como pouco pelos jogadores com voz ativa no futebol do clube. Especialmente porque, entre eles, a consciência de que foi esse grupo que tirou o Flamengo do buraco na temporada e receberá também maior cobrança p ela conquista.

— A responsabilidade aumentou para nós jogadores, nós queremos muito esse título — disse André Santos, em entrevista coletiva em Curitiba.

Quanto vale o show?

Soldado no quartel quer trabalho. Assim o goleiro Felipe deixou claro que, mesmo sem estar em totais condições de defender o Flamengo, quer estar em campo contra o Atlético-PR na primeira partida da final da Copa do Brasil. O camisa 1 treinou normalmente ontem em Porto Alegre ao lado de Paulo Victor, que ainda é o favorito para iniciar a partida. Liberado pelo departamento médico após operar o menisco do joelho esquerdo, Felipe viajou com a delegação para quem sabe reassumir o gol amanhã, em Curitiba.

Fora essa dúvida, o técnico Jayme de Almeida deve confirmar o mesmo time que se classificou para a decisão vencendo o Goiás dentro e fora de casa. Amaral se ausentou da atividade tática de ontem por causa de dores na coxa, mas não preocupa. Os jogadores poupados contra o Grêmio no Brasileiro reapareceram e precisarão provar que o descanso valeu à pena e não causou relaxamento.

— Nosso ano foi muito puxado, jogos fortes, muitas viagens e concentração. Isso acaba estressando um pouco. Quando tira um pouco o foco, alguns dias para descansar é um pouco melhor e pode nos ajudar nessa final — declarou André Santos.