Gabigol - Flamengo x Fluminense — Foto: André Durão
Um dos grandes ídolos da história do Flamengo, Gabigol pela primeira vez iniciou uma decisão no banco. Por opção técnica e de característica de jogo, segundo o treinador Vítor Pereira. Se existe o ineditismo em relação a finais, a reserva também é situação incomum na sua trajetória em vermelho e preto.
Só atuou entrando no decorrer das partidas em 16 das 225 que disputou pelo Flamengo - em duas delas, ficou no banco e acabou não utilizado, contra São Paulo, em 2019, e Madureira, no ano passado. Os 18 jogos como suplente representam apenas 8% do total.
O posto de titular absoluto, porém, está ameaçado porque Gabriel está determinado a voltar a atuar como centroavante, posição onde fez a maior parte de seus 142 gols pelo clube.
- É sempre estranho ficar no banco, mas no penúltimo treino falei com o Vítor. Falamos sobre algumas coisas, foi uma conversa clara. Eu falei que queria voltar à minha posição natural, que é centroavante. Enquanto eu pude ajudar o time na posição, um pouco mais recuado, eu ajudei. Mas com esse esquema de três zagueiros, com os times jogando mais por fora, eu optei por voltar à minha posição. E aí eu disputo com o Pedro. E ele optou pelo Pedro - disse o camisa 10 após o jogo do último domingo.
Controle de carga com Abel
As três primeiras partidas em que foi utilizando após deixar o banco aconteceram sob orientação de Abel Braga. Tratava-se de controle de minutos adotado pelo treinador e também para dar oportunidades a todos do elenco.
Numa delas, na semifinal do estadual contra o Fluminense, Abel deixou Gabi no banco porque queria preparar Uribe para jogo contra o San José, pela Libertadores - Gabriel estava suspenso. O colombiano, porém, torceu o tornozelo esquerdo no primeiro tempo e acabou indisponível para a partida seguinte. Gabigol entrou após o intervalo e marcou o gol da classificação.
Na bronca com Dome
Em setembro de 2020, Gabigol foi barrado pela primeira vez. Após quebrar jejum de sete jogos e marcar três gols em sequência de três jogos, Domènec Torrent resolveu colocá-lo no banco contra o Fortaleza. O atacante substituiu Pedro no segundo tempo e, aos 42 minutos, marcou o gol da vitória (2 a 1) com uma chapada certeira. Comemorou de cara fechada, deixou o campo esbravejando e não quis dar entrevistas. Marcos Braz teve de ampará-lo na saída do campo.
Após a partida, o catalão explicou que deixou Gabi na reserva por decisão técnica.
- Foi uma decisão técnica. Mas é normal. Ninguém é mais importante do que o grupo. Estamos felizes com o Gabi. É nosso artilheiro, mas o Pedro também jogou muito bem. Quando analisei o Fortaleza, decidi manter o Pedro porque estava feliz com a atuação dele. Gabi nos ajudou muito saindo do banco. É um ganhador. Mas nem ele nem ninguém vai jogar todos os jogos. Nem Rodrigo, nem Filipe... porque não vão estar 100% - afirmou Dome.
Rogério Ceni barra Gabi contra o Ceará
Rogério Ceni foi outro a tirar Gabigol e optar por Pedro diante de uma equipe cearense, desta vez o Ceará. O atacante vinha de expulsão contra o Bahia e atuação discreta em derrota para o Fluminense.
O ex-goleiro também alegou opção técnica, mas Gabriel reagiu rápido. Nas 10 partidas seguintes, foi disparadamente o melhor do Flamengo com sete gols e duas assistências. Seis desses foram marcados numa sequência de seis jogos. O octacampeonato brasileiro teve a assinatura de Gabigol.
2022: no banco apenas em jogos do time reserva
No ano de 2022, Gabigol saiu do banco com Paulo Sousa em apenas duas oportunidades. Na primeira, contra o Boavista, voltava da seleção brasileira com Everton Ribeiro e entrou no segundo tempo para deixar o seu. Na terceira rodada do Brasileiro, o português o preservou em jogo com o Athletico-PR a fim de tê-lo inteiro cinco dias depois, contra a Universidad Católica, no Chile.
O Furacão venceu, mas Gabi foi fundamental contra os chilenos, com dois gols em vitória por 3 a 2. Depois disso, o ainda camisa 9 entrou no decorrer de seis partidas dirigidas por Dorival Júnior no Campeonato Brasileiro, competição na qual o treinador mandava os reservas. Fez um gol contra o São Paulo em vitória por 2 a 0 no Morumbi.
Na atual temporada, entrou no segundo tempo da goleada por 5 a 0 sobre o Nova Iguaçu e fez dois gols. Durante a partida, Vítor Pereira mesclou titulares e reservas.
No último sábado, na decisão do Carioca, pela primeira vez Gabigol foi reserva com VP por opção técnica. O treinador, porém, não esconde que a mexida em nada altera o status do artilheiro dentro do elenco.
- Primeiro dizer que é um jogador fundamental, importantíssimo, capitão. Conto com ele até pela qualidade que tem. Pelas características do adversário, precisávamos de verticalidade e progressão sem a bola. Ele também teve uns dias parado por conta da lesão. Durante 15 dias trabalhamos bem esse jogo. Cebolinha e Matheus França, para mim, iam ser importantes estrategicamente. Foi isso que entendi. A conversa com o Gabi foi tranquila, honesta e conto com ele pro próximo jogo.
Confira tabela com jogos em que Gabi começou no banco
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