Vítor Pereira escolheu um Flamengo jamais utilizado anteriormente para estrear na Libertadores. A decisão era um risco para o treinador, que viu o time até dar bons sinais no primeiro tempo, mas perder a força na segunda etapa. Resultado? 2 a 1 para o Aucas, estreante na competição.
A escalação inédita foi bem diferente daquela que garantiu a vitória em cima do Fluminense no último fim de semana. Apenas Santos e Matheus França estiveram nas duas partidas. Em Quito, o time manteve a formação com três zagueiros - e com Filipe Luís fazendo a função ao lado de Pablo e Rodrigo Caio.
A linha alta, uma das poucas características marcantes do Flamengo de VP, foi combinada com uma zaga um pouco mais lenta. Pablo, amarelado desde os 10 minutos de jogo, precisou administrar a marcação para que o Rubro-Negro terminasse com 11 em campo.
Com fôlego, o Flamengo fez o que se esperava no primeiro tempo e manteve a posse de bola. Mais de 70% de controle, mas poucas jogadas criadas. O gol de Matheus França saiu em um lance individual, após Pablo recuperar a bola.
Na etapa inicial, o Flamengo conseguiu conter a estratégia equatoriana, que por muitas vezes aproveitou ligações diretas pelo lado do campo. Wesley e Pablo ficaram expostos pelo canto direito.
Passes e escolhas erradas na última bola marcaram um segundo tempo de pane do Flamengo. Os minutos iniciais da segunda etapa já mostravam o time perdido e apático em campo. Vítor Pereira mexeu somente aos 15. Saíram: Marinho, Wesley e Vidal. Entraram: Ayrton Lucas, Varela e Gerson.
As alterações faziam sentido diante das atuações, porém o time não conseguiu conter a queda de rendimento. Sem criar jogadas e descompactado defensivamente, o Flamengo viu o Aucas crescer no jogo com o apoio da torcida.
Em três lances de apagão no sistema defensivo, os equatorianos marcaram três gols. Castillo balançou a rede duas vezes, mas viu o segundo tento ser anulado por conta de uma falta no início da jogada. Roberto Ordóñez garantiu a vitória equatoriana na reta final.
Matheus França: o acerto
O jovem foi remanescente da vitória no Fla-Flu e fez valer o voto de confiança. Foi o melhor em campo no primeiro tempo e não à toa foi coroado com o único gol rubro-negro na partida. A movimentação de França talvez seja o ponto mais positivo de Vítor Pereira na partida.
Risco assumido
A decisão pelos reservas combinada com o resultado negativo fez Vítor Pereira ficar exposto novamente. A vantagem construída contra o Fluminense está colocada à prova e reabre questionamentos sobre a temporada. O Carioca vira sinônimo de obrigação para o técnico português.
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