Perto da meta da 'faixa no peito', Pelaipe lembra: 'Fui ridicularizado'

20/11/2013 14:03

Perto da meta da 'faixa no peito', Pelaipe lembra: 'Fui ridicularizado'

Com Fla na final da Copa do Brasil, mas sem saber se fica em 2014, diretor faz balanço dos 11 meses no cargo: ‘Nunca tive nada parecido como esse ano de 2013’

Perto da meta da faixa no peito, Pelaipe lembra: Fui ridicularizado
Tão logo a diretoria do Flamengo foi eleita, nos primeiros dias de dezembro de 2012, Paulo Pelaipe foi o escolhido da gestão de Eduardo Bandeira de Mello para comandar o futebol rubro-negro. Na teoria, seria dele a palavra final sobre contratações, dispensas e montagem de comissão técnica. Na prática, no entanto, não foi bem assim. O diretor executivo ganhou poderes limitados pelas decisões e vetos da cúpula do clube que, além do vice de futebol Wallim Vasconcellos, conta com o vice-presidente de marketing, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, e Rodrigo Tostes, vice financeiro.

Quando Pelaipe foi apresentado, em 11 de dezembro, faltavam 21 dias para a reapresentação do elenco. O novo Flamengo teria de ser construído ao longo do Carioca. Mesmo com toda dificuldade de tempo e de dinheiro, o pensamento não era modesto. Na primeira entrevista coletiva, ele traçou a meta.


- O Flamengo vai voltar a ser forte. O Flamengo vai voltar a ser competitivo. E o Flamengo vai botar faixa no ano de 2013. O torcedor pode ter certeza que o Flamengo vai ganhar títulos em 2013 .

Com o cofre vazio, craques não chegaram. Ao contrário. O atacante Vagner Love, o principal nome do clube no início de 2013, saiu e retornou ao CSKA Moscou. Era o ponto de partida para uma reformulação do elenco, que ganharia reforços mais modestos e mais baratos, segundo a diretoria, e da redução da folha de pagamento do futebol. A promessa do dirigente ficava cada vez mais distante. No Carioca, o time não chegou sequer às finais de turno. No Brasileiro, esteve sempre na parte de baixo da tabela. Foram três trocas de técnico: Dorival Júnior, Jorginho e Mano não deram certo. Jayme de Almeida, então auxiliar, foi a solução caseira que funcionou.

Onze meses depois de assumir o cargo, Pelaipe tem no semblante as marcas das cobranças. Apesar de desgastado, superou o momento mais crítico do ano. Em setembro, Mano Menezes pediu demissão, e o diretor se viu fortemente ameaçado. Exposto com o pedido de Mano e a ausência de outros poderes do clube no vestiário após o anúncio do ex-treinador, coube ao diretor a missão de fazer o pronunciamento para a imprensa.

- Isso é a função do diretor executivo. Não faltou apoio. Dentro da nova maneira de gestão do Flamengo, existe uma gestão profissional, o diretor executivo é a pessoa que está no dia a dia. A diretoria poderia ter me tirado se não estivesse satisfeita. Não tem multa, absolutamente nada.

Pelaipe ficou. E ficará pelo menos até 31 de dezembro de 2013, quando termina seu contrato. Em 2014, ainda não se sabe. A reportagem do GLOBOESPORTE.COM conversou com o diretor de futebol rubro-negro em Porto Alegre, na véspera da primeira partida decisão da Copa do Brasil. Nesta quarta-feira, Atlético-PR e Flamengo iniciam a decisão em Curitiba, às 21h50m. Superada a crise e com a inesperada classificação para a final, Pelaipe ainda tem chances de cumprir a promessa ao torcedor do Flamengo: permitir que uma faixa de campeão seja exibida no peito com orgulho.

Confira os principais trechos da entrevista:

O ano que foi apinhado por crises pode terminar com título da Copa do Brasil e classificação para a Libertadores. Com tantos os problemas enfrentados, qual a sensação neste momento?

É gratificante chegar numa final. Quando houve o enfrentamento contra o Cruzeiro, todos davam o Flamengo como eliminado. Era a realidade. Mas o time soube jogar em Belo Horizonte (derrota por 2 a 1), depois houve a superação no Maracanã junto com o torcedor. Depois, como conseguiu avançar contra o campeão brasileiro, deu uma chama de esperança nos jogadores, na direção, eles viram que poderiam chegar. Eles passaram um ano de transformação, tivemos de montar a equipe no decorrer do ano. A diretoria assumiu dia 2 de janeiro. Tinha o grupo, alguns jogadores que tiveram de sair em função de salário, o treinador saiu por questão de salário (Dorival Júnior). Trouxemos um treinador, um jovem (Jorginho), mas infelizmente não apareceram os resultados. A prova está que é um bom treinador que foi para a Ponte Preta e está na semifinal da Copa Sul-Americana. Trouxemos um treinador que tinha saído da seleção brasileira (Mano Menezes), tinha feito um trabalho excelente no Grêmio, excelente no Corinthians, e aí veio para o Flamengo e não deu certo. Assim é a vida. Pediu para sair, fomos pegos de surpresa, respeitamos a decisão. Nós tivemos que colocar um treinador que era um auxiliar, com história no clube, que estava desde 2010 (Jayme de Almeida). E houve uma empatia entre torcida, comissão técnica, o Jayme, Cantarele, com os atletas. E o time começou a crescer.

A montagem do elenco recebeu muitas críticas, pois jogadores como Vagner Love e Ibson foram dispensados. E alguns desconhecidos chegaram, outros não renderam o esperado...

A folha do Flamengo foi reduzida significativamente. Nós tínhamos jogadores de muita qualidade. Tinha o Vagner Love, um jogador incontestável? É. Um ídolo da torcida do Flamengo? É. Mas só que o Flamengo não tinha dinheiro para pagar o Vagner Love. O Flamengo não tinha os seis milhões de euros para pagar o CSKA. Muitos jogadores jovens, desconhecidos, chegaram desacreditados. Foram muito criticados. Para jogar no Flamengo tem que ter personalidade. A camisa do Flamengo pesa, é um manto. Jogadores que eram contestados, como Wallace e Paulinho, começaram a dar uma resposta. Trouxemos jogadores que se destacaram no Paulista. Não tinham repercussão. Os nomes de repercussão que trouxemos foram Elias e Carlos Eduardo. Carlos Eduardo todo mundo diz que o Pelaipe trouxe. O Pelaipe trouxe o Carlos Eduardo, mas a mando da direção do Flamengo. O Flamengo tinha um conselho gestor. No dia que o Flamengo contratou o Carlos Eduardo, o vice-presidente (de futebol, Wallim Vasconcellos), me acordou às 7h e determinou que eu viesse a Porto Alegre com o advogado do Flamengo e só saísse com o jogador. O Flamengo não queria perder o jogador para o Fluminense porque já tinha perdido o lateral-direito Wellington Silva. Então, nós viemos aqui. Nada que eu fiz no Flamengo não passa pelo comitê gestor do clube, pela área financeira, pelo vice de futebol. Eu não faço nada sem falar com o vice de futebol. Sou um executivo do futebol. Executo uma política. O Flamengo não teve problema de vestiário. E eu me paguei com os jogadores que eu trouxe. O único jogador do Flamengo comprado foi o Gabriel, um menino que foi o destaque, revelação do Brasileiro 2012 (pelo Bahia), e que tem que ter paciência com ele. É um menino, mas já tem proposta pelo Gabriel por valores superiores em relação ao que o Flamengo comprou. Os outros jogadores vieram emprestados, para serem avaliados, e o Flamengo vai decidir no fim do ano, ou em maio, em alguns casos, o que fazer. Vai poder fazer sua avaliação e saber quais o jogadores que foram aprovados, que deram resposta, e os que estão em desenvolvimento.

Acha que acertou mais do que errou nas contratações?

A diretoria foi correta comigo. Disseram que seria um ano de desafios. E nós aceitamos esse desafio. Hoje, a torcida já entende mais. Ela sabe dar importância para alguns jogadores. Wallace está firmado na zaga do Flamengo. A torcida do Flamengo escala o time com o Wallace. No meio da competição, fomos buscar o Chicão, experiente, que para nós era importante colocar alguém experiente no meio dessa meninada. Nenhum jogador chegou sem aval do treinador. Todos eles foram indicados pelo treinador. E a missão do executivo é essa. Só negocio quando tenho autorização financeira para negociar. Nós tivemos alguns jogadores que nós tínhamos para contratar, mas não avançamos. Poderiam agregar mais ainda, mas tinha um limite financeiro.

Nota: foi o conselho gestor do Flamengo que vetou, por exemplo, as contratações do lateral-direito Fágner - que, depois de apalavrado com o Rubro-Negro, acabou fechando com o Vasco -, e do atacante Emerson Sheik, do Corinthians.

879 visitas - Fonte: Globo Esporte


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