Jogo posicional, três zagueiros: modelo de Sampaoli pode dar certo no Flamengo?

12/4/2023 11:48

Jogo posicional, três zagueiros: modelo de Sampaoli pode dar certo no Flamengo?

Disruptivo, treinador argentino encontraria um rubro-negro alinhado a parte de suas ideias, mas ainda precisaria fazer muitas mudanças — testando a paciência dos torcedores

Jogo posicional, três zagueiros: modelo de Sampaoli pode dar certo no Flamengo?
Sampaoli é uma das opções do Flamengo para o cargo de treinador Fonte: OZAN KOSE / AFP

Em paralelo à tratativas por um retorno de Jorge Jesus, o Flamengo trata o argentino Jorge Sampaoli como uma das opções para assumir o cargo de treinador, vago após a saída de Vítor Pereira. Mas para ter o ex-comandante do Sevilla à beira do campo no Brasileirão, o rubro-negro precisará "fazer as pazes" com características de jogo que são partes integrais da identidade de Sampaoli e que foram testados por uma série de treinadores que passaram pelo clube nos últimos anos: o jogo posicional e as disposições táticas diferenciadas.

Tema amplamente explorado no debate futebolístico contemporâneo, o jogo posicional é a noção posicionamento e movimentação de jogadores de forma mais fixa dentro de espaços delimitados do campo, buscando dar opções de tabelas entre as linhas do adversário para quem tem a bola. É um estilo normalmente contrário, por exemplo, a times que fazem trocas de posição constantes e buscam jogadas como o famoso "facão", que envolve cruzar faixas de campo. O jogo posicional é apenas uma ideia, e a partir dela cada treinador que é adepto desenvolve seu estilo da forma mais conveniente.

No Flamengo, nomes como Domenec Torrent, Rogério Ceni e Paulo Sousa foram alguns dos que tentaram implementar estilos que mergulhavam em partes dessa ideia. Dos três, foi Ceni quem teve mais sucesso, com três troféus conquistados (Brasileirão, Supercopa do Brasil e Carioca) e 44 jogos à frente do clube. Dome durou 23 e Sousa, 32.

Aproveitamentos dos técnicos do Flamengo — Foto: Editoria de Arte

Aproveitamentos dos técnicos do Flamengo — Foto: Editoria de Arte

O trio engatou aproveitamentos de 59% a 66%, números que acompanham a média dos treinadores que passaram pelo rubro-negro nos últimos anos (com exceção de Jorge Jesus). Mas todos guardam uma memória em comum em seus trabalhos: a pressão sofrida nos momentos de mau desempenho, que fica ainda mais intensa quando se traz uma abordagem disruptiva em relação a modelos de jogo já estabelecidos, uma situação que ajudou a derrubar Vítor Pereira. O grande desafio numa eventual vinda de Sampaoli à Gávea é justamente esse: o próprio estilo do argentino inclui ser disruptivo.

Desequilíbrio entre ataque e defesa

Grande fã da formação 3-4-3 e suas variações ofensivas e defensivas, o treinador encontraria um cenário tático levemente ajustado para suas ideias: o elenco vinha se acostumando a atuar com três zagueiros sob o comando de VP. Mas o setor ofensivo, em especial na ausência de Arrascaeta, lesionado, ainda não havia chegado a uma fórmula ideal. O comandante português tentou atuar com dois pontas abertos, ensaiou opções de construção por dentro, mas o ataque seguiu sem identidade até sua saída. Incontestável por ali, apenas o centroavante Pedro.

Para atuar com a amplitude e com a capacidade de enfrentar as defesas que gosta de ter pelos lados do campo, Sampaoli precisaria de fato, ser disruptivo. Tanto dentro do elenco, quanto no mercado, se for assim necessário. Com Gabigol, um atacante que não tem características de um ponta padrão, pedindo para voltar ao ataque, o argentino teria como opções Everton Cebolinha — que tem a função como ofício —, um Bruno Henrique retornando de uma grave lesão, Marinho — com quem já trabalhou no Santos — e os jovens Matheus França e Matheus Gonçalves. Haveria ainda a hiótese de testar Arrascaeta e Gerson no setor, o que tiraria boas opções de construção do meio.

Everton Cebolinha faz a função de ponta de ofício — Foto: Alexandre Cassiano

Everton Cebolinha faz a função de ponta de ofício — Foto: Alexandre Cassiano

Mais do que encontrar as melhores peças, o desafio do argentino numa possível ida à Gávea passaria por sustentar as pressões internas e externas. Internamente, Sampaoli não tem medo do confronto, seja com dirigentes ou com jogadores. Um estilo que deu certo em alguns de seus trabalhos (como no Santos) e errado em outros (na seleção da Argentina, por exemplo). No contexto rubro-negro, a aceitação ou não dessa personalidade influenciaria diretamente no contexto externo, na relação com a torcida e na paciência que ganharia dela.

Ainda com Jorge Jesus pairando na memória — e na atual busca por um novo treinador —, a torcida do Flamengo preza automaticamente por um futebol intenso, de proposição de jogo. Essas características até estão presentes no estilo do argentino, mas numa forma um pouco diferente, que se baseia menos numa inspiração plástica e mais numa eficiência tática e técnica. A uma possível vinda do treinador, cabe a mesma pergunta que se fez para todos os treinadores que passaram pelo cargo desde 2019: até que ponto construção, desempenho e um jogo bonito podem se alinhar e se desalinhar em meio a uma intensa pressão por títulos num clube com receita de R$ 1 bilhão?

630 visitas - Fonte: Extra globo


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