A noite de hoje (19) será especial para o técnico argentino Jorge Sampaoli, que às 21h30 (de Brasília) estreia no comando do Flamengo.
Diante do Maracanã lotado, contra os chilenos do Ñublense, é muito provável que uma viagem pelo tempo divida sua atenção ao pisar no gramado onde "nasceu" como técnico de ponta.
O ano era 2014. Treinador da seleção chilena desde 2013, depois do surpreendente trabalho na Universidad de Chile, Sampaoli buscava afirmação e tinha plena motivação para tal: na Copa do Mundo disputada no Brasil, sua equipe integrou um "grupo da morte" com Holanda e Espanha (finalistas do Mundial anterior, em 2010, com vitória espanhola).
Na estreia do Chile, vitória por 3 a 1 sobre a Austrália, em Cuiabá. Na segunda rodada, o Maracanã colocava diante de Sampaoli a Espanha e toda a sua "fúria" precisando se recuperar do acachapante 5 a 1 sofrido contra a Holanda.
A Espanha era a então bicampeã da Eurocopa, em 2008 e 2012, e tinha a pecha de ser um dos melhores times da história do futebol, inovador e dono de estilo único, o "tiki taka", com suas eternas trocas de passes.
Pois o Chile de Sampaoli arrasou a Espanha por 2 a 0, se classificando para as oitavas e eliminando os espanhóis com apenas duas rodadas jogadas.
A coluna assistiu de novo toda a partida ontem (18) e pôde conferir que Sampaoli colocou o Chile para jogar 100% à sua maneira, com pegada, velocidade e oportunismo, sufocando os comandados de Vicente del Bosque.
Alexis Sánchez achou Vargas na área para o primeiro gol, aos 19 minutos do primeiro tempo, e quando Aránguiz marcou, de bico, após falha de Casillas em falta de Alexis, aos 43 da primeira etapa, o Chile não tinha mais por que atacar.
Era só esperar. E não tinha como dar errado.
Sampaoli, sempre agitado na beira do campo, nem precisou recuar o time. Surpreendentemente calmo, viu a Espanha se perder tentando fazer o que nunca fez: jogar no desespero.
Alexis Sanchez roubou a cena, como nos melhores momentos de Barcelona. No primeiro gol, recebeu na área, viu que Vargas estava sozinho na frente de Casillas e rolou para o companheiro marcar; no segundo, cobrou bem uma falta e contou com a falha de Casillas, que socou a bola nos pés de Aránguiz.
Sampaoli brilhou.
A Espanha tirou Xavi, o principal expoente do "tiki taka", para mudar seu estilo de jogo, e o técnico respondeu com eficiência: antecipou a marcação e, quando a bola chegava à sua defesa, tinha até três jogadores cercando o adversário.
O Chile foi a campo naquela tarde com: Bravo; Isla, Medel, Jara e Mena; Fracisco Silva, Díaz, Aránguiz (Gutiérrez) e Vidal (Carmona); Vargas (Valdivia) e Alexis Sanchez.
A Espanha teve: Casillas; Azpilicueta, Javi Martinez, Sergio Ramos e Alba; Xabi Alonso (Koke), Busquets, Iniesta e David Silva; Pedro (Cazorla e Diego Costa (Fernando Torres).
O Chile de Sampaoli logo a seguir cravou seu nome na história. Sufocou o Brasil nas oitavas da Copa do Mundo, perdendo só nos pênaltis, e foi campeã da competição seguinte, a Copa América, em casa, batendo a Argentina de Lionel Messi, também nos pênaltis.
Não custa lembrar: a final da Libertadores deste ano será também no Maracanã, no dia 11 de novembro.
Será que Sampaoli e seu Flamengo estarão lá outra vez, reescrevendo mais uma história da dupla no templo do futebol?
1906 visitas - Fonte: UOL
VEJA TAMBÉM
- VAI IMPACTAR! Reeleição de Eduardo Paes reforça projeto do estádio do Flamengo
- FALA, CRAQUE! Arrascaeta comenta sobre saúde mental e lesões no Flamengo
- UM DOS MAIORES! Gabigol pode receber mais de 2 milhões em possível renovação; Veja
Comentários do Facebook -