Daqui a exatamente uma semana, o Racing abre os portões do seu Cilindro de Avellaneda para receber o Flamengo, pela terceira rodada da fase de grupos da Libertadores da América.

O gigante argentino, porém, tem muito a resolver internamente.

A fase atual é tão ruim que há até o risco de queda do técnico Fernando Gago, que despontou como enorme promessa e hoje ouve, de parte da torcida e da imprensa, que seu ciclo está encerrado.

O que leva a este diagnóstico? O Racing ocupa apenas a 12ª colocação do Campeonato Argentino, depois de 13 rodadas disputadas. A decepção é gigante. Antes da competição, Victor Blanco, o presidente da equipe, falava até em título, discurso que era aplicado também à Libertadores.

Dos últimos 12 pontos do Campeonato Argentino, o Racing conquistou apenas um, o do empate com o Independiente no clássico local.

E o que deixa a situação mais difícil para o clube antes de encarar o Flamengo é que vem mais um clássico a seguir, contra o Boca, na Bombonera, às 21h30 (de Brasília) de sábado (29).

A situação no Racing é tão fora do normal que o time foi vaiado por parte do público na derrota por 3 a 1 na última segunda (24) para o Atlético Tucumán, algo raro na torcida famosa pela fidelidade.

Para os fanáticos, que até semanas atrás comemoravam a boa fase da "Gagoneta", paródia com a "Scaloneta" campeã do mundo no Qatar, o momento é delicado. As estridentes redes sociais foram inundadas com o "Gago precisa ir embora", o que se ouviu também nas arquibancadas do Cilindro no começo da semana.

Os torcedores desconfiam da falta de eficiência da equipe, que no ano passado mostrou um futebol vistoso, mas de eliminações doídas na Copa Sul-Americana e na Copa Argentina, além de perder de maneira pática o Campeonato Argentino na rodada final para o Boca Juniors.

O Racing recuperou parte da confiança ao conquistar duas copas de jogo único contra o Boca, mas a realidade negativa da equipe voltou a colocar Gago em xeque.

A seu favor ele tem o fato de que o time tem sofrido com muitas lesões. Para o jogo de sábado na Bombonera, três jogadores devem retornar: Matías Rojas, Gonzalo Piovi e Aníbal Moreno.

Sem eles, o Racing na liga local tem intrigado até quem segue o time em detalhes, sem entender a escalação de Gago nas últimas partidas.

O grande álibi do técnico está na Libertadores, com liderança e duas vitórias em dois jogos (2 a 0 no Ñublense-CHI e 3 a 2 no Aucas-EQU), mas convém não minimizar a fúria local até com a identificação de Gago com o Boca, clube onde mais jogou na Argentina.

Tal passado é sempre usado pelos torcedores do Racing para criticar a falta de sintonia do treinador com a Academia de Avellaneda.