Bruno Henrique e Juninho dominaram o futebol amador de Belo Horizonte há mais de uma década. O mais novo virou um dos principais nomes do Flamengo nos últimos anos e foi bicampeão da Libertadores. O mais velho vive até hoje com o status de "rei da várzea" e ainda brilha nos campos de Minas Gerais.

Eles formaram dupla de ataque de sucesso no Inconfidência, equipe do Bairro Concórdia. Depois, tiveram uma chance juntos no profissional. Um quis seguir e o outro preferiu retornar à várzea.

"Eu e Bruno jogamos juntos desde pequenos. Em 2013 jogamos a Copa Itatiaia e fomos campeões. Depois passamos pelo Uberlândia em 2013 e foi a última vez que jogamos juntos. Passamos muitas dificuldades. Tinha muito preconceito de jogador e comissão técnica com quem vinha do amador. Mas fico feliz pelo meu irmão ter dado certo e vencido na vida", contou ao UOL.

Um ano mais velho que Bruno Henrique, Juninho tem o apelido de Neymar. Ele explica:

"Surgiu em 2011 quando jogava ainda amador. Tinha um estilo muito parecido com os Meninos da Vila jogando ousado, alegre e divertindo dentro de campo. Na época Neymar tinha pintado o cabelo de loiro e eu fiz do mesmo jeito. O apelido ficou".

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Juninho começou na várzea aos 16 anos e teve uma trajetória rápida como jogador profissional. Em 2011, ele foi campeão da Copa Itatiaia e eleito a revelação do campeonato. No mesmo ano, Bruno foi o artilheiro e melhor jogador do torneio. Com o sucesso, foram contratados pelo Cruzeiro.

Depois, Juninho acabou emprestado para o Araxá, onde foi campeão da segunda divisão do Campeonato Mineiro. Ele voltou para o Cruzeiro até o final do contrato, mas acabou não renovando.

"Em 2013 passei por Uberlândia e voltei para o amador. Entre 2015 e 2016 fui para Anápolis e depois fiquei até 2017 no Guarani de Divinópolis. Tive uma fratura na vértebra L5 [coluna lombar] quando resolvi parar", disse.

Oito anos depois de começarem, os dois foram aclamados dentro de suas realidades em 2019. Enquanto Bruno Henrique foi eleito o melhor da Libertadores no título do Flamengo, Juninho foi o destaque da várzea. "Foi muito gratificante para mim por ser lembrado entre vários nomes".

Juninho ganhou três títulos da Copa Itatiaia e ainda disputa a competição. Na última atuou pelo Estrela, de Mateus Leme, quando levantou a taça no torneio válido pela temporada 2022/2023.

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Hoje treinador da seleção brasileira sub-20, Ramon Menezes teve um papel importante na carreira de Juninho Neymar. Depois de ser campeão da terceira divisão goiana pelo ASSEV, primeiro clube que comandou a carreira, ele se transferiu para o Anápolis.

Em 2015, levou Juninho para o clube. Ramon durou pouco tempo na equipe e saiu em 2016, quando foi para o Guarani de Divinópolis e novamente chamou o irmão de Bruno Henrique para atuar sob seu comando.

"O Ramon foi o melhor técnico que tive. Aprendi muita coisa com ele e sou grato por tudo que fez por mim. Torço muito pelo sucesso dele. Me ensinou bastante coisa de posicionamento e tomada rápida de decisões", lembrou.