A colunista Milly Lacombe analisou no UOL News Esporte que Vini Jr é perseguido em La Liga porque não baixa a cabeça para os racistas. Em vez disso, ele dança.

"Vini Jr dança na cara do racismo": "Por que o Vini Jr é tão perseguido, muito mais que os outros? Porque ele dança na cara do racismo, dribla na cara do racismo. Ele ergue a cabeça e olha de cima para baixo para os racistas, isso é insuportável para a branquitude".

"Ele não abaixa a cabeça": "Esse é o grande desafio, eles aceitam um negro, ainda mais um negro retinto, desde que ele faça o golzinho dele e vá cabisbaixo para o meio de campo recomeçar o jogo. Quando ele ousar, dançar, fizer a graça dele, quando ele fizer o número 2 de segunda divisão para a arquibancada, aí passou do limite. Aí o racismo vem à tona e toma forma. O Vini Jr não abaixa a cabeça e isso é desafiador".

Milly Lacombe destacou que Vini Jr eclodiu um movimento diplomático contra o racismo ao dizer "basta" na Espanha.

O Vini Jr está fazendo um movimento diplomático que raras vezes foi feito, sozinho, um garoto de 22 anos, é muita coisa, ele não precisaria fazer isso, mas está matando no peito e indo para cima. Então, ele está se construindo como um herói dessa parada, é louvável." Milly Lacombe

Na opinião de Luís Rosa, é preciso aplicar sanções financeiras ao clubes e campeonatos coniventes com o racismo.

Isso não vai acabar, só quando doer no bolso dos clubes. Vamos ver se a Fifa tem coragem de aplicar sanções duras nos clubes e nas federações." Luís Rosa

Luís Rosa afirmou que Vini Jr não deveria continuar no Real Madrid. Segundo ele, La Liga se tornou um ambiente tóxico.

Não vejo ele em condições de continuar jogando no Real Madrid, porque isso não vai parar. Depois, daqui dois, três meses o campeonato vai voltar com outra temporada, vão voltar as ações, todo jogo dele vai ser aquela coisa." Luís Rosa

Milly Lacombe disse que, caso se confirme o amistoso do Brasil contra um time africano na Espanha em junho, é preciso protestar contra o racismo.

Haver um amistoso lá é uma afronta, uma ofensa. Não gosto dessa ideia. Se for para ter, tem que ter protesto." Milly Lacombe