O narrador Gustavo Villani revelou ter levado uma bronca da TV Globo por ter usado a frase "Púskas que o pariu" ao narrar o golaço de bicicleta de Pedro, do Flamengo, contra o Athletico, pela Copa do Brasil do ano passado.

Villani contou que levou uma "chamado de canto" da direção e que a expressão até cabe em transmissões do canal sportv, mas não da TV Globo: "Recebi uma chamada de canto (...) Eles [direção da Globo] entendem que o Púskas é mais conhecido para o sportv e Premiere do que para a TV Globo".

O narrador disse que a chamada veio através de uma ligação da direção da TV Globo. "Eu só usei aquela vez. Não foi uma dura, mas foi uma ligação assim "cara, está a maior repercussão, gente escrevendo contra e a favor"".

Villani afirmou que não fica chateado com broncas deste tipo, mas sim pensativo. "Se a ideia geral é fazer uma disrupção, porque isso é uma pauta da grande mídia, (…) até onde e quando eu posso tentar arriscar?", questionou.

As declarações foram dadas em entrevista ao canal "Mundo GV Betano", no YouTube.

Gustavo Villani empolgado no golaço do Pedro:

"Puskas que pariu, o que ele fez?!" pic.twitter.com/NXh7NENDnT

Talvez não escutem Púskas. "O "Púskas que pariu" cabe no sportv, mas na Globo… [eu recebi] uma chamada de canto. A Globo tem um alcance muito maior que o da TV fechada, que é mais segmentada, com um público de conhecimento mais específico do esporte. Eles [direção da Globo] entendem que o Púskas é mais conhecido para o sportv e Premiere do que para a TV Globo. Talvez o tiozão lá na portaria ou a tia cozinhando não escutem Púskas, vão ouvir "p*** que pariu". E "como é que você fala um palavrão na hora do gol na TV Globo?""

Estava dentro de mim. "É uma coisa que estava dentro de mim, como eu ia saber que o Pedro ia fazer um gol de bicicleta? Eu não iria usar um "Púskas que pariu" para um gol qualquer, um gol de pênalti. Está em mim, mas como eu consumo o vestiário, a mesa do bar e estou ligado nas metáforas do futebol, eu ouvi isso em algum lugar. Isso é muito bom. Puskás é o prêmio para o gol mais bonito da temporada, "que pariu" todo mundo pare desde que dê luz a algo. O Púskas pariu um golaço. Obviamente que faz uma menção ao palavrão, mas vamos combinar que hoje em dia é vírgula".

Só uma vez. "Eu só usei aquela vez. Não foi uma dura, mas foi uma ligação assim "cara, está a maior repercussão, gente escrevendo contra e a favor" (...) E eles me chamaram atenção para a questão da TV Globo. Eu disse que não estava entendendo se havia sido bom ou ruim, e explicaram que era só pra não usar na TV Globo. Virou chamada no sportv depois, aí eu entendi que tinha sido legal".

Chateado não, mas pensativo. "Eu não fico chateado, mas eu fico pensativo. Se a ideia geral é fazer uma disrupção, porque isso é uma pauta da grande mídia, (…) até onde e quando eu posso tentar arriscar? A ideia é fazer uma sucessão, então eu tento fazer. Eu perguntei "vocês querem que eu faça o que sempre foi feito? Porque esse eu conheço, eu já sei como o pessoal narra futebol na TV Globo". Eu não posso inventar a roda, então "vamos junto tentar tocar algo novo ou [não]?"".

O gol de bicicleta de Pedro foi marcado no segundo jogo entre Flamengo e Athletico, pelas quartas de final da Copa do Brasil de 2022. Os times haviam empatado sem gols no Maracanã, e Pedro fez o gol da vitória de 1 a 0 na Arena da Baixada que colocou o Fla na semifinal.

"Que golaço, meu Deus. Golaço! Puskás que o pariu, o que ele fez?", narrou Gustavo Villani.

Como explicou no podcast, Villani usou o "Puskás que o pariu" em referência ao prêmio da Fifa para o gol mais bonito do mundo no ano.