Confirmado pelo Flamengo no final da última semana, o goleiro argentino Agustín Rossi chega com fama de pegador de pênaltis. Algo que realmente procede. Principalmente se comparado a Santos, arqueiro que hoje é reserva no rubro-negro e sofreu críticas da torcida pela pouca efetividade em chutes da marca da cal. Vamos entender melhor, porém, qual é o método usado por Rossi para se destacar, além de aprofundar em outras características de seu jogo.
Traçar um comparativo com Matheus Cunha, atual titular da meta rubro-negra, quando o assunto são os pênaltis é mais difícil. Até o momento, Matheus teve apenas duas penalidades contrária entre os profissionais. Defendeu uma delas no último sábado, mas fazer uma análise do padrão de comportamento dele é impossível.
Com Santos é possível, e aí entra o primeiro fator surpreendente. O campeão da Libertadores e da Copa do Brasil usa a mesma tática de Rossi. Espera até o último momento para definir o canto. Ambos só tomam a decisão quando o cobrador abaixa a cabeça, e pegam como referência o pé de apoio do adversário. O posicionamento dele, muitas vezes indica a direção que a bola vai. É um processo natural do corpo.
Muitas vezes isso é driblado, principalmente em cobranças que vão ao meio do gol, ou diante de rivais que aguardam a definição do goleiro com muita frieza. Gabigol é um exemplo de jogador que tem tal estratégia, mas é algo raro com tanta precisão e nível baixo de erro.
No frame é possível reparar o corpo de Rossi inclinando para a esquerda somente no momento em que o cobrador abaixa a cabeça para bater na bola. — Foto: Reprodução
Então o que os diferencia? Primeiro o tamanho e a envergadura. Rossi é cerca de cinco centímetros maior do que Santos. Consegue ter um alcance mais amplo com os braços. Em segundo lugar, a leitura do pé de apoio do adversário. O argentino consegue fazer o mapeamento com mais precisão.
Se considerarmos os últimos 20 pênaltis cobrados contra cada um deles, Rossi acertou o lado da batida em 65% deles. Santos chega a 45% no mesmo quesito. Enquanto o argentino defendeu cinco das 20 cobranças mais recentes. O brasileiro pegou três.
Os números de Rossi poderiam ser ainda melhores se a velocidade de reação dele fosse mais apurada. Este é um detalhe a ser trabalho pela comissão técnica do Flamengo não só nos pênaltis. Não são poucos os lances que o ex-Boca Juniors chega na bola, mas não consegue evitar o gol. Ganhar frações de segundos para reagir mais rápido seria decisivo.
Outro detalhe positivo de Rossi é o fato de tomar boas decisões no jogo com os pés. Está habituado a fazer o trabalho que Jorge Sampaoli gosta. Reter a bola para atrair uma pressão e passar ao companheiro livre. É preciso em passes longos ou curtos, mesmo quando é acossado. Sai da meta para atuar de forma adiantada quando o time tem a posse de bola e o adversário recua o bloco de marcação
Rossi bem adiantado fazendo a saída de três entre os zagueiros — Foto: Reprodução
Pode ser um goleiro mais agressivo nas saídas pelo alto e nas coberturas nas costas da zaga. Mantém um bom posicionamento embaixo das traves, mas precisa dobrar menos os joelhos em situações de mano a mano. Por vezes abaixa muito o corpo quando o atacante sai de frente com a meta e possibilita finalizações firmes e altas.
O Flamengo contratou um arqueiro que pode fazer a diferença em disputa por pênaltis, mas que não está tão acima tecnicamente dos demais nomes da posição do elenco com a bola rolando. É mais experiente do que Matheus Cunha e vive melhor fase em relação a Santos. Esses fatores podem lhe dar sequência na equipe.
468 visitas - Fonte: Globo esporte
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