Desde 2018, Palmeiras e Flamengo, que se enfrentam neste sábado (8), pela 14ª rodada do Brasileirão, brigam e conquistam os principais títulos que disputam desde então, algo que aumentou ainda mais a rivalidade entre os clubes. No entanto, a relação entre os cartolas sempre foi boa e com muito respeito, algo que se modificou nos últimos meses.

Nem as provocações de "cheirinho" por parte dos paulistas e "não tem Mundial" por parte dos cariocas, todas feitas por jogadores e torcedores, esquentaram relação dos dirigentes. As rusgas vieram na tentativa dos clubes na criação de uma liga independente, algo que deixou uma ferida que ainda está aberta e comprovada através de declarações e alfinetadas.

Publicamente, o Palmeiras foi quem começou a atacar o rival em falas da sua presidente. Em abril deste ano, Leila Pereira, que chegou a dizer que a relação com presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, é boa, disparou contra a postura dos cariocas nas reuniões feitas para a criação da Libra, bloco que tem os dois clubes e alguns dos principais times do país na linha de frente. O foco maior era na forma com que o Rubro-Negro busca a divisão do dinheiro dentro da liga.

A presidente do time paulista disparou contra o Rubro-Negro, falou em "soberba absurda" e entitulou o Flamengo como o "rei da cocada preta", dizendo que os cariocas sem julgam como o clube mais importante do bloco.

"Me irrita quando determinadas equipes, numa soberba absurda, só pensam no próprio clube. Ninguém joga sozinho. Um precisa do outro. Isso me irrita profundamente. O Flamengo não está atrapalhando, porque ele não pode. São 20 clubes da Série A. Se ele não está satisfeito, ele que saia e vá jogar na Europa", disse Leila, em abril.

"Que os outros clubes se posicionem, não tenham medo de falar. O Flamengo não é mais forte que 19 clubes, que o futebol brasileiro. É só haver união. Acho que está demorando demais. Temos que deixar a vaidade de lado. Essa é a linha".

"Não é impasse, é uma irritação da presidente do Palmeiras. Alias, me dou bem com o presidente (Rodolfo) Landim, mas preciso me colocar. Não posso ver um problema e não falar nada. Na Libra, determinados assuntos precisam ser decididos por unanimidade, e eu sou contra e eu tenho certeza absoluta que 99% é, mas o Flamengo não é. Que seja por maioria qualificada.

"Tudo tem que ser do jeito que o Flamengo quer. Não é o rei da cocada preta. 99% dos clubes concordam, mas não falam. Não pode um clube determinar. Não está satisfeito? Saia. Foi esse ponto, mas gente, eu não estou falando sozinha. A soberba do Flamengo é enorme, não é assim que se faz um futebol saudável. Não pode os dirigentes ficarem, por vaidade, com picuinha boba", finalizou.

Pelo lado do Flamengo, Rodolfo Landim adotou postura tímida publicamente e não deu entrevistas. E o "troco" veio do vice-presidente de futebol, Marcos Braz, nesta quinta-feira (6). Após a entrevista de apresentação do goleiro Agustín Rossi, o cartola foi questionado sobre a postura do Palmeiras de reclamar da arbitragem e da CBF. E rebateu.

Braz afirmou que o Flamengo está de olho em tudo o que aconteceu durante a semana, primeiro com o auxiliar João Martins dizendo "entender que é ruim para o sistema que o Palmeiras ganhe (o Brasileirão) dois anos seguidos, e depois com a pressão feita por Leila Pereira, que detonou a CBF na última quarta-feira (5).

O dirigente rubro-negro descreveu a troca de farpas entre Verdão e Confederação como "assustadora" e fez um pedido à entidade que rege o futebol nacional: não "ajoelhar" para "nenhum tipo de forçação de barra".

"Com certeza nós estamos acompanhando (as reclamações do Alviverde). Num primeiro momento, ele [João Martins, auxiliar do Palmeiras] não se referiu (nas reclamações) ao Flamengo. É uma situação, uma queixa do Palmeiras com a CBF. A CBF foi dura na resposta, o Palmeiras foi mais duro ainda no que passou para a imprensa...", iniciou Braz.

"O que não pode acontecer é... Nós estamos com quantas rodadas (no Brasileiro)? 13? 13 para 14, né? Não pode, pela extensão que ainda falta do campeonato, você ter uma pressão dessa em cima da arbitragem e da Comissão de Arbitragem, falando em "sistema", que "ao sistema não interessa o Palmeiras ser campeão duas vezes seguidas"... O Flamengo foi campeão duas vezes (seguidas) há pouco", argumentou.

"É muito preocupante, e mais preocupante ainda, e não quero aqui ser irresponsável, mas é mais preocupante ainda a torcida do Palmeiras vir fazer pressão aqui na (sede da) CBF... Porque imagina se, no Flamengo, a gente acorda aqui querendo fazer pressão... Imagina a torcida do Flamengo querendo fazer pressão na CBF", salientou o dirigente, ressaltando que a sede da Confederação é no Rio de Janeiro.

"Então, a gente tem que ter cuidado em algumas explanações e exposições, para que a gente não possa tirar uma reclamação fora de um tom que possa ir para um caminho que ainda está muito cedo para que esteja no tema dessa gravidade. No meu entender (as reclamações do Palmeiras), foram gravíssimas", disparou.

"Volto a falar, isso é um problema do Palmeiras com a CBF. Mas assusta o tom das palavras, pelo tom do que foi escrito e pelas outras situações que falei. É assustador, mas a gente está acompanhando, estamos atentos. Esperamos que quem cuida da arbitragem, que é o presidente da Comissão, se está dentro de um processo e dos protocolos de lá, que siga tentando melhorar sempre, mas sem ajoelhar para nenhum tipo de forçação de barra", finalizou.

Palmeiras e Flamengo se enfrentam neste sábado (8), às 21h, no Allianz Parque. Os cariocas estão em 3º na tabela, com 25 pontos, dois a mais do que os paulistas, que estão na 4ª posição.

Próximos jogos do Palmeiras:

Flamengo (C): 08/07, 21h - Brasileirão

São Paulo (C): 13/07, 20h - Copa do Brasil

Internacional (F) - 16/07, 18h30 - Brasileirão

Próximos jogos do Flamengo:

Palmeiras (F) - 08/07, 21h - Brasileirão

Athletico-PR (F) - 12/07, 21h30 - Brasileirão

Fluminense (F) - 16/07, 16h - Brasileirão