27/11/2013 15:10
Lembra Dele? Bujica vira professor no Acre e pede apoio da torcida ao Fla
De bem com a vida, ex-atacante, formado em Educação Física, fala do rápido sucesso nos gramados, convoca torcedores e prevê rival Vasco na Série B
Tem jogos que marcam a vida de jogadores. Para o ex-atacante Marcelo Ribeiro, Bujica, o dia 5 de novembro de 1989 é um verdadeiro conto de fadas do futebol. Os dois gols do Flamengo em cima da 'SeleVasco', pelo Campeonato Brasileiro, proporcionaram ao centroavante, de apenas 20 anos na época, momentos de fama inesperados. Contra a vontade, foi vendido ao Botafogo meses depois, perdeu espaço no cenário nacional e encerrou a carreira no clube que o revelou, o Estrela do Norte-ES. Hoje, aos 44 anos, é professor de Educação Física em Rio Branco, capital do Acre.
Acompanhando o Flamengo de longe, Bujica, que fez parte do elenco que conquistou o primeiro título do clube na Copa do Brasil, gravou um vídeo onde avalia o primeiro jogo da final contra o Atlético-PR, convoca a torcida rubro-negra para lotar o Maracanã e manda um recado especial aos vascaínos. Na zona de descenso, os cruz-maltinos lutam contra a degola, e o time comandado por Jayme de Almeida pode se garantir na Libertadores pela Copa do Brasil. (Veja o vídeo acima)
- Alô, torcida do Flamengo. Depois do bom empate contra a equipe do Atlético-PR, agora vamos encher e lotar o Maracanã para ver o Flamengo ser tricampeão. E aproveita para mandar um abraço ao torcedor vascaíno, que no ano que vem estará disputando a Segunda Divisão - falou.
A passagem pela terra de Chico Mendes deveria ser rápida. Estavam programados 15 dias ao lado da namorada no extremo Norte brasileiro. Bujica, que nasceu em Cachoeiro do Itapemirim, no Espírito Santo, virou 'acreano de coração'. Formou-se em Educação Física na Universidade Federal do Acre (Ufac) e hoje tem rotina de um cidadão qualquer em Rio Branco.
- Não fui para o Acre viver um amor, fui para passar 15 dias e acabei ficando mais. Passei um mês e as coisas foram acontecendo. Comecei a conhecer algumas pessoas, e a universidade também. Isso me prendeu no Acre. Como gosto do estado e algumas oportunidades apareceram, então decidi fixar residência. Sempre tive um sonho de realizar um projeto social depois que eu parasse de jogar.
Organizar o 'Bom de Bola, Bom na Escola' e isso me manteve em Rio Branco. No último ano do projeto, cheguei a trabalhar com 600 crianças. Tenho aprendido muito com as pessoas no Acre - explicou o ex-jogador, que é professor em uma academia e trabalha na Secretaria Municipal de Esportes.
Engana-se quem pensa que ele decidiu viver longe do eixo principal para ser esquecido. Aprendiz da vida e do futebol, Bujica vestiu a camisa de Flamengo, Botafogo, América-RJ, Fortaleza, Bahia, Alianza Lima, LDU-EQU e Estrela do Norte-ES. Arrependimento? Nenhum.
- Não me arrependo de nada que fiz na minha carreira. Claro que tomei algumas decisões erradas, mas não me arrependo porque elas me ensinaram muitas coisas. Do futebol eu tiro de melhor as oportunidades culturais que tive de conhecer pessoas, lugares, de conviver no Flamengo com os maiores ídolos do futebol brasileiro. Isso faz com quem você aprenda muito.
'Jogo da minha vida'
Muitos jogadores demoram anos para se consagrar. Demoram vários jogos para se destacar. Bujica precisou de alguns minutos. Noventa minutos, para ser mais direto. Como ele mesmo diz, pegou no máximo 10 vezes na bola durante todo o jogo, marcou dois gols contra o imbatível Vasco e se tornou 'ídolo por um dia' no Rubro-Negro carioca. A partida se tornou marcante porque era a primeira entre os clubes após a tumultuada transferência de Bebeto do Flamengo para o Vasco. O clássico, então, ganhou contornos de decisão. Enquanto todos os holofotes se voltavam para o duelo particular de Bebeto, o oportunista Bujica brilhou.
- Esse foi o jogo da minha vida. O jogo da minha carreira, que faz com que as pessoas lembrem do Bujica. O jogo começou uma semana antes por conta de declarações de diretores e jogadores do Vasco, dizendo que o Flamengo tinha um time muito velho, se referindo a Zico e Junior. O Vasco era a 'SeleVasco', tanto é que foi campeão brasileiro naquele ano, e o único jogo que perdeu foi esse. A semana toda treinamos quietos, respeitando as declarações. E o jogo ganhou outras conotações pela estreia do Bebeto no Vasco. Peguei na bola no máximo oito vezes, se chegou a 10 foi muito, mas fiz os gols. Os dois melhores jogadores em campo foram Zico e Junior. Arrebentaram. A única coisa que fiz foram os gols. Fui muito feliz de ter participado desse jogo ao lado dos meus ídolos e ter garantido a vitória.
A felicidade, porém, deu lugar ao sentimento de mágoa. Sem ser consultado, o jogador foi vendido por US$ 300 mil (na época) ao Botafogo e passou a defender o arquirival.
- Acho que eu vinguei sim. O Flamengo precisava fazer dinheiro, e o Botafogo pagou pelo meu passe. Não tive nem oportunidade de dizer não. Depois de dois anos jogando contra o Flamengo, consegui fazer gols justamente no jogo entre Flamengo e Botafogo, no Caio Martins, em uma partida onde nós estávamos 'mortos' dentro do Carioca. Eu tive a oportunidade fazer os dois gols, era profissional e comemorei muito. Muito mesmo. Foi uma forma de extravasar um pouco da mágoa que eu ainda guardava. Guardei mágoa por muito tempo pela forma como fui negociado. Do Flamengo nunca vou ter mágoa porque sou torcedor, sou apaixonado pelo clube.
O fim da carreira no campo aconteceu em 1994. Revelado pelo Estrela do Norte, Bujica prometeu a si mesmo que a despedida seria no clube capixaba. Não deu outra. Os tempos de fama passaram, e o jogador teve um tímido adeus.
- Eu vim me preparando durante muito tempo para parar. Passei oito anos morando fora do Brasil. Quando voltei, decidi parar. Fui para Cachoeiro do Itapemirim jogar no Estrela do Norte. Depois do último jogo do campeonato, parei.
Comparação com Obina e Negueba
Por ter um sucesso repentino e se tornado um personagem da torcida rubro-negra, Bujica já viu jogadores como Obina e Negueba, ex-atacantes do Flamengo, serem comparados a ele, que leva tudo na brincadeira.
- Às vezes dou muita risada com essa comparação, porque a torcida do Flamengo brinca muito com algumas situações. Inclusive quando o Negueba estava lá houve essa comparação também. Mas é legal, é meio folclórico. Eu gosto, não tenho problema nenhum, sou um cara muito tranquilo.
971 visitas - Fonte: Globo Esporte
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