27/11/2013 16:28
Algoz do Fla em 2004, ex-meia do Santo André dá receita ao Atlético-PR
Volante Dirceu Xavier foi um dos destaques do elenco campeão da Copa do Brasil que silenciou a torcida rubro-negra carioca, dentro do Maracanã, no jogo de volta da final
Muitos momentos marcam a carreira de um jogador de futebol. Mas nenhum outro será lembrado com tanto carinho por Dirceu Xavier como o da noite de 30 de junho de 2004. Ele esteve em campo no dia em que o Santo André, um time pequeno do ABC Paulista, transcendeu às narrativas históricas para reviver o conto de Davi, o jovem que derrotou o gigante Golias. Certamente, o volante de 36 anos jamais esquecerá a valentia do clube, que não se intimidou com a pressão do Maracanã de uma torcida só e nem com a grandeza do Flamengo, para erguer o título da Copa do Brasil.
Mais de nove anos depois, o Flamengo, nesta quarta-feira, se vê frente a frente com uma decisão de Copa do Brasil. Desta vez, contra o Atlético-PR. Na ocasião, o Rubro-Negro Carioca também havia empatado fora de casa, mas em 2 a 2, e decidiu o campeonato no Rio de Janeiro.
Abrindo o baú do tempo, Dirceu, que foi um dos destaques da equipe na partida em que mais de 72 mil vozes - representando a dor de milhares - ficaram silenciadas por um time de menor expressão, relembra os momentos marcantes da campanha do Santo André, dá dicas ao Furacão e revela o que motivou os jogadores a buscarem o título em 2004.
- Foi um dos momentos mais marcantes da minha carreira, pela dimensão que foi vencer o Flamengo dentro do Maracanã. Era um time muito grande, de massa, contra um time pequeno. O "já ganhou" dos flamenguistas, aquela situação de já ter ganhado o jogo antes de começar, foi a motivação maior. Foi um aprendizado para a torcida, para o futebol e para o Flamengo. Quando se entra em campo, não existe menor nem maior. São 22 jogadores. Quem fizer o melhor papel sai vencedor. A nossa conversa dentro do vestiário foi essa. Que nós éramos, aos olhos do mundo, o menor. O time perdedor. Mas que nós mostraríamos em campo que seria diferente - disse.
Revelado nas categorias de base do Fluminense, Dirceu cresceu convivendo com o clima de Fla-Flu. Experiente na época em que defendia as cores do clube do ABC Paulista, o jogador ressalta que os confrontos anteriores contra o Rubro-Negro diminuíram a pressão das partidas que garantiram o título ao Santo André.
- A conquista foi uma situação muito bacana. Eu estava mais acostumado com a situação de Maracanã lotado. Tanto de flamenguistas quanto de tricolores, quando tínhamos clássicos. Eu já tinha vivido a experiência de jogar contra o Flamengo.
Conhecia a pressão. E triunfar com o Maracanã lotado foi maravilhoso. Não tenho nem palavras para descrever - recordou.
Analisando o time do Santo André campeão e a atual forma de jogar do Atlético-PR, Dirceu enxerga um abismo entre as equipes na maneira de atuar. Para o volante, o Flamengo aprendeu muito com a derrota em 2004 e o Furacão vai precisar manter a postura se quiser sair com a taça do Maracanã.
- O Atlético tem uma forma diferente de jogar da que tínhamos em 2004. Eles têm um time veloz, totalmente agressivo. A minha recomendação para o Atlético é continuar com essa postura, continuar sendo o Atlético se quiser ser campeão. Tem que ir para cima, mesmo jogando fora de casa. E, hoje, não tem mais essa de "oba-oba" do Flamengo. O Flamengo, hoje, está diferente mentalmente. Não tem mais essa de jogo ganho. Acho que a decisão está aberta - afirmou.
Os frutos da conquista
A conquista da Copa do Brasil possibilitou mudanças na carreira do jogador. Um mês depois do título, Dirceu foi contratado para jogar em Israel, onde ficou durante quatros anos e teve a oportunidade de atuar em competições internacionais.
- O que mudou na minha vida depois da Copa do Brasil de 2004 foi que eu conquistei um título de expressão e logo depois pude jogar fora do país. Ganhei espaço. Fiquei durante quatro anos em Israel, tive uma proposta muito boa. Todos os jogadores que estavam no Santo André conseguiram jogar em outras equipes e seguir carreira. O título abriu muitas portas para todos do grupo - contou.
O sonho
Nascido e criado em Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio, Dirceu retornou à cidade natal depois de rodar por diversos clubes no futebol. Atualmente, ele mantém um espaço de eventos com o pai no município e aluga o campo society para as tradicionais "peladas" semanais. O volante aproveita para bater bola nas horas vagas com os amigos. Mas, aos 36 anos, ainda carrega um sonho no futebol: voltar a atuar profissionalmente.
Meu pai administra o nosso campinho em Cabo Frio há quase cinco anos. De vez em quando, eu jogo bola com a rapaziada por diversão, mas pretendo voltar a jogar profissionalmente. Claro que gostaria de atuar por um clube que tenha condições e planejamento. Ainda tenho o sonho de defender o time da minha cidade, a Cabofriense. Seria algo diferente, um prazer diferente. Eu já joguei competições internacionais de peso e tudo mais, porém, teria um gosto diferente defender as cores da minha cidade natal - concluiu.
1675 visitas - Fonte: Globo Esporte
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