A postura morna mostrou um Flamengo que não quis mandar no jogo e deu ao América-MG, então lanterna do Brasileirão, brecha para pensar em sair do Maracanã com mais do que apenas uma derrota. O resultado final, o empate em 1 a 1, no último sábado, no Maracanã, fez jus à atuação decepcionante do equipe rubro-negra.

O Flamengo não achou caminhos para dominar o adversário, e o maior pecado foi a passividade tanto dos jogadores quanto do técnico Jorge Sampaoli. Os atletas não mostraram a postura agressiva dos melhores momentos desde a chegada do atual treinador, que acompanhou o desempenho insuficiente sem intervenções por boa parte do jogo, com apenas duas substituições tardias.

Arrascaeta disputa a bola com Nicolas — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF

Serve de sinal de alerta o empate em casa que pode deixar o líder do campeonato, o Botafogo, até 14 pontos na frente. Contra o Grêmio, na próxima quarta-feira, pela Copa do Brasil, o Flamengo precisa de mais intensidade e mais precisão se não quiser cair nas semifinais.

O primeiro tempo contra o América teve alguma intensidade que foi se perdendo conforme os minutos passavam. A prova é que o adversário terminou a etapa inicial com mais finalizações, seis a cinco, apesar de não ter criado nenhuma chance clara. Mesmo em ritmo lento, o Fla teve as melhores oportunidades e esteve mais perto do gol, mas faltou encaixe na definição das jogadas.

Mesmo com mais posse de bola, o time da casa não conseguiu empurrar o adversário para trás na maior parte do tempo. Vagner Mancini colocou a equipe mineira em uma marcação média, por vezes até avançada, que fez o jogo acontecer no meio de campo. O Fla trabalhou pouco no campo de ataque ou na área do rival. Contribuiu para isso o número alto de passes errados, principalmente, e também de desarmes.

Praticamente metade do time titular que entrou em campo se conhece há bons anos. A presença de Gerson, Everton Ribeiro, Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol na equipe deu ânimo especial à torcida rubro-negra e aumentou o apelo da partida. A conexão mágica de outros tempos apareceu em forma de lampejos, em uma inconstância que se estende para toda a equipe.

- A dificuldade é coletiva. É quando é coletiva, tem que ver com a condução. Temos que ter paciência para trabalhar a bola em campo, trocar muitos passes no campo rival e saber atacar no momento certo. O rival percebeu essa forma de ataque contínuo - disse o técnico Sampaoli.

Na defesa, houve espaço para o América jogar. Gerson foi recuado para permitir a presença do quarteto, mas a dupla com Allan não foi tão afinada. O novo volante ainda se adapta, fez o primeiro jogo como titular e mostrou em alguns lances errados que ainda precisa conhecer melhor os novos companheiros.

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