Nos últimos anos, o Flamengo fez um forte investimento nas categorias de base e tem recebido um alto retorno tanto na parte esportiva quanto financeira. Somente em 2023, foram arrecadados R$ 271 milhões com negociações envolvendo as crias do Ninho do Urubu. Nesta quinta-feira (7), às 11h (de Brasília), o clube rubro-negro fará a decisão - em jogo único - do Brasileirão sub-20 contra o Palmeiras .

"A expectativa é um jogo de altíssimo nível, uma forte equipe que tem um bom trabalho também e colocando bons jogadores nos times profissionais. Ao longo dos últimos anos, a gente tem tido bons enfrentamentos. A gente está preparado para poder fazer o melhor possível", disse Luiz Carlos de Azevedo, gerente geral da base, ao ESPN.com.br .

Além de trazer garotos ainda bem jovens desde as categorias mais inferiores no futsal, o Flamengo também fica de olho em outras equipes. O clube conta com 14 profissionais especializados em captação de jogadores espalhados pelo Brasil, que assistem aos jogos nos estádios e observam vídeos das possíveis promessas.

"Todo esse processo integrado facilita na hora de contratarmos um jogador para a base. A busca pelo talento vai ser cada vez maior e mais precoce porque o mercado está cada vez mais disputado".

Quando um jogador é descoberto em uma outra equipe em uma categoria mais avançada, geralmente é feita uma parceria entre os clubes. São os casos de Wesley (Tubarão-SC) e Matheuzinho (Londrina), que estão no time profissional.

"São áreas de atuação que são complementares, não são conflitantes. Então, quanto melhor a gente captar lá em baixo, pontualmente a gente vai entender as oportunidades de mercado que surgirem".

Luiz Carlos diz que um dos principais segredos do Flamengo é a integração entre os departamentos. A ideia é dar para a base uma estrutura parecida com a encontrada no futebol profissional.

"A gente tem esse respaldo desde o futsal, que é a primeira etapa. O nosso centro de treinamento vem evoluindo cada vez mais. Nós inauguramos uma academia nova, novos campos e vamos inaugurar mais dois campos para a base até o final do ano. E ainda tem o projeto de termos o nosso campo para receber os jogos até o final do ano que vem".

Durante a formação, os atletas participam de torneios internacionais até mesmo na Europa para ganharem mais rodagem e conhecerem outras escolas de futebol. Com isso, a ideia é facilitar a adaptação dos jovens que subirem ao elenco principal.

"O objetivo é formar o atleta não só dentro do campo, mas também fora dele. Nós entendemos que vamos entregar o melhor atleta ao futebol profissional. E, felizmente, a gente tem bons valores subindo e dando retorno técnico e financeiro ao clube. Além disso, a gente tem conseguido atingir um ótimo número de atletas convocados para a seleção brasileira, de participações em finais de campeonatos nacionais e internacionais. Isso faz com que o atleta seja formado com DNA de vencedor".

"O nosso desafio é poder captar cada vez melhor para que a gente possa atender sempre essa demanda. Nosso primeiro cliente é o time principal. Ficamos muito felizes ao ver hoje três atletas praticamente titulares da equipe profissional: Matheus Cunha, Wesley e Vitor Hugo, além de outros que foram negociados".

Segundo Luiz, somando as vendas diretas, cláusula de solidariedade da Fifa e revenda de percentuais em uma segunda transferência, o Flamengo arrecadou R$ 953,3 milhões nos últimos quatro anos.

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Gerente geral da base do Flamengo diz qual é o 'objetivo principal' da categoria e cita Vini Jr. e Paquetá; VEJA

Luiz Carlos de Azevedo conversou com o ESPN.com.br com exclusividade

"Quando acontece o sucesso de um Vinícius Jr., João Gomes ou de outros atletas, os clubes de fora entendem que o nosso processo de formação aqui é bom. O futebol profissional nos proporciona essa abertura para colocar esses atletas. Nos últimos quatro anos, os primeiros jogos do Campeonato Carioca foram feitos por os jogadores da base. Existe um processo muito bem consolidado, onde o futebol profissional gera oportunidade", disse.

Entre os mais de R$ 271 milhões gerados por jogadores da base do Flamengo, mais da metade foi obtida graças a duas vendas: João Gomes, negociado com o Wolverhampton por R$ 103,2 milhões, e Matheus França, que custou R$ 104 milhões ao Crystal Palace .

Há também casos em que o Flamengo conseguiu lucrar graças ao trabalho de observação nas categorias anteriores. O clube apostou, por exemplo, na contratação de Ride Brasília) - Copa do Brasil