Os problemas técnicos encontrados para superar o Madureira em campo não foram as únicas dificuldades do Flamengo no empate por 1 a 1 na última quarta-feira. No início da caminhada pelos “alçapões” – serão mais cinco jogos ainda - do Campeonato Carioca, o rubro-negro teve que superar ainda as pipas no gramado e a pressão intensa da torcida nas grades do acanhado estádio de Conselheiro Galvão.

Entre uma pipa e outra retirada no campo, os jogadores escutavam as reclamações de torcedores e da tradicional turma da “boca maldita”. A cada investida ofensiva, laterais e atacantes que atuavam pelos lados do campo tinha que aturar as críticas dos presentes ao setor social do estádio.

Não bastasse isso, as provocações da bem humorada torcida do Madureira eram ouvidas. “Ibson, vem jogar aqui, pagamos em dia e temos estádio”, implicavam os fãs do tricolor suburbano. Por outro lado, os rubro-negros não perdoavam. “Vai embora, Ibson. Você tem que jogar em time pequeno mesmo”, falavam os mais exaltados, que não diminuíram o tom nem com o gol marcado pelo meia.

Com o fim do jogo e o tropeço confirmado, nova chuva de críticas, desta vez no lado das torcidas organizadas. Ibson e o Dorival Júnior eram os alvos preferidos. E o técnico teve até que se explicar. Enquanto caminhava do vestiário para a entrevista coletiva improvisada no banco de reservas, ele foi interpelado por torcedores na grade do estádio em cena inimaginável em outros locais com maior capacidade.

“Dorival, vamos mexer nisso aí. Já está na hora de ganharmos alguma coisa”, diziam alguns. “Calma, gente, o trabalho está só no começo. Mas vamos melhorar, podem anotar e cobrar”, respondeu Dorival.

Forte calor

Outro adversário do Flamengo foi o calor do bairro de Madureira, um dos mais quentes do Rio de Janeiro. O sol forte gerou cansaço no segundo tempo e acabou prejudicando o rendimento do time. Nas arquibancadas, a torcida também sofreu. Três pessoas desmaiaram em função da altíssima temperatura no jogo realizado às 16h30 (15h30 no horário solar, já que o horário de verão ainda está em vigor na capital fluminense).